Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 12/11/2019

Especialista fala sobre a campanha Novembro Azul



Com origem em 2003 na Austrália, a campanha Novembro Azul foi criada com o objetivo de alertar e conscientizar a população para a prevenção do câncer de próstata, que atinge a população masculina.

Depois do câncer de pele, o câncer de próstata é o mais frequente entre homens. Estima-se que sejam diagnosticados no Brasil um pouco mais de 68 mil novos casos em 2019, segundo estudos do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Porém, o número da taxa de sobrevida é alto, podendo aumentar quando o diagnostico é feito no estágio inicial da doença.

Em entrevista ao portal da Revista Melhor Gestão de Pessoas, o urologista Dr. Flávio Ordones falou sobre a importância de ações e discussões sobre a doença dentro das organizações. Confira!

É importante e indispensável uma área de recursos humanos estar alinhada com as informações da doença para poder abordar o assunto dentro da organização?

Dr. Flávio Ordones – É extremamente importante que a equipe de RH colabore preventivamente por meio de campanhas junto aos funcionários. Muitas empresas desenvolvem, convidando especialistas, atividades explicativas tais como palestras onde os funcionários são orientados sobre a necessidade de realizar exames de rotina, tais como check-up da próstata ou exames ginecológicos, por exemplo.

Como a tecnologia pode auxiliar médicos e empresas nos cuidados com a saúde dos funcionários, por exemplo?

Dr. Flávio Ordones – Através de programas que realizam análise de dados ou com o uso de inteligência artificial, é possível orientar o seguimento em investigações de diversas patologias em grupos de riscos específicos. Assim, a empresa atua diretamente no eixo prevenção-diagnóstico precoce com o objetivo de promover saúde e consequentemente diminuir o número de funcionários afastados. O retorno ao trabalho desse indivíduo acaba também sendo precoce quando às doenças são diagnosticadas em estágios iniciais. 

Como a predição em saúde pode atuar na prevenção aos casos de câncer e também na promoção de qualidade de vida e bem-estar das pessoas?

Dr. Flávio Ordones – Sabe-se hoje quem são os grupos de risco para determinadas doenças. Desta maneira, é possível intervir precocemente neste ou naquele grupo de pacientes. No caso do câncer de próstata, sabemos que indivíduos que possuem casos de câncer na família têm risco aumentado de desenvolver este tumor, assim como os pacientes afrodescendentes. Desta maneira, orientamos iniciar o check-up precocemente nestes dois grupos, 5 anos antes (aos 45 anos) ao contrario da população geral, que deve iniciar aos 50.

O mesmo vale para diabetes e hipertensão e a relação com a obesidade, por exemplo. Se a empresa estimular o paciente a ter hábitos de vida saudáveis (com a pratica de atividade física) e oferecer alimentação balanceada e de qualidade, certamente terão menos indivíduos obesos e, por consequência, menos funcionários com hipertensão, diabetes e suas respectivas consequências. 

Muito se fala, até porque é uma realidade, sobre o tabu (até mesmo bem mais que outros tipos de doenças) quando falamos do câncer de próstata. Tabus e preconceitos têm atrapalhado no diagnóstico? 

Dr. Flávio Ordones – Definitivamente o preconceito atrapalha e não contribui para o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Cerca de 30% dos homens ainda se recusam a realizar o toque por simples preconceito. É necessário orientar a população sobre a necessidade deste exame e esclarecer que o diagnóstico precoce aumenta, em muito, as chances de cura.


Fonte: Revista Melhor


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