Hiperplasia benigna da próstata


A próstata é uma glândula, do tamanho de uma amêndoa, que pesa cerca de 20 gramas.
Situa-se na base da bexiga e circunda a porção inicial da uretra. Sua função é produzir uma parte do líquido que forma o sêmen.

Os problemas da próstata são muito comuns e atingem desde o homem jovem até o mais idoso, predominando a partir dos 50 anos. O urologista é o médico indicado para diagnosticar e resolver tais problemas, e a maioria destes pode ser tratada sem afetar as funções sexuais.


O que é hiperplasia da próstata?

Hiperplasia benigna da próstata (HBP), é o aumento do volume da próstata, ou seja, seu crescimento benigno. Ocorre dos 40 anos em diante, sendo mais comum a partir dos 60 anos.
Atinge metade dos homens aos 60 anos e quase a totalidade (90%) entre 70 e 80 anos.


Causas e sintomas

As causas ainda são indeterminadas.

O crescimento da próstata comprime a uretra determinando uma série de sintomas urinários.

Os sintomas mais comuns são:
- levantar-se várias vezes à noite para urinar,
- ardência para urinar,
- diminuição da força e calibre do jato urinário,
- sensação de não ter esvaziado completamente a bexiga após urinar,
- urinar em dois tempos,
- desejo imperioso de urinar,
- aumento do número de micções,
- urina sangüinolenta,
- gotejamento acentuado no final da micção,
- diminuição do volume do ejaculado,
- incapacidade de urinar espontaneamente (retenção urinária).


Diagnóstico

O diagnóstico baseia-se nos sintomas, em exames de laboratório (urina, PSA etc.), toque retal, ultra-sonografia da próstata, endoscopia urinária e urodinâmica.

Endoscopia urinária, é um exame no qual o urologista introduz na uretra (canal da urina) do paciente, um tubo longo, fino, com iluminação própria, que lhe permite "enxergar" por dentro, a uretra, a bexiga e a próstata, identificando condições anormais que possam existir em tais órgãos.

Urodinâmica, é um exame no qual o urologista introduz pequenas sondas (tubos de borracha) no reto e na bexiga do paciente, que funcionam como "sensores" e são ligadas a um equipamento computadorizado que avalia o estado do funcionamento do sistema urinário inferior.

Urofluxometria, é uma parte da avaliação urodinâmica onde o paciente urina em um recipiente com sensores que calculam o volume e o fluxo da urina, fornecendo o resultado em mililitros por segundo.

O tratamento é escolhido de acordo com cada caso, e inclui:

- observação cuidadosa, onde apenas acompanha-se a evolução do caso através de avaliações periódicas,

- alfa-bloqueadores, medicamentos que relaxam a musculatura da próstata e facilitam a emissão da urina; há melhora dos sintomas mas a próstata continua crescendo,

- finasterida, medicamento que diminui parcialmente o tamanho da próstata, por inibir a ação do hormônio masculino. Deve ser usado por longo prazo e seus efeitos colaterais incluem diminuição do desejo sexual, dificuldade em obter ereções e problemas ejaculatórios.

- ressecção transuretral da próstata (RTUP), padrão ouro no tratamento cirúrgico da HBP. É a cirurgia que tem a melhor relação entre os riscos e os bons resultados. Realiza-se através da uretra, sem cortes, introduzindo-se um tubo até a próstata e cortando-a em pequenos fragmentos que são posteriormente aspirados.

- cirurgia convencional (prostatectomia a céu aberto). Realizada através de incisão no baixo ventre. Empregada para próstatas muito grandes. Dá excelentes resultados também, com um pouco mais de risco em relação à RTUP.

- eletrovaporização da próstata (EVAP) e ablação a laser da próstata. Também são cirurgias realizadas pela uretra, sem cortes. Apesar dos seus nomes sugerirem "avanços" tecnológicos, ainda não conseguiram provar que seus resultados são superiores aos da RTUP.

A HBP não tratada pode levar a sérias complicações como:
- retenção urinária (urina presa);
- infecção urinária;
- cálculos (pedras) na bexiga;
- insuficiência renal e descompensação da bexiga.

Todas as cirurgias para HBP, não retiram completamente a próstata; apenas o "miolo", deixando a cápsula (casca) intacta.

É comum a ocorrência de ejaculação retrógrada após o tratamento cirúrgico da HBP; trata-se da não expulsão do sêmen no momento do orgasmo, e sim misturado com a urina no ato da micção.

É importante frisar que os tratamentos cirúrgicos da HBP, dificilmente levam à impotência sexual, ao contrário da cirurgia radical utilizada para o tratamento do câncer da próstata, onde cerca de 50% dos pacientes podem ficar impotentes.

Consulte seu urologista se houver sintomas relativos, ou anualmente a partir dos 45 anos de idade.


Fonte: www.saudenainternet.com.br