Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 23/04/2020

O que esperar do 5G na saúde?



A chegada do 5G tem o potencial para transformar o fluxo dos processos que conhecemos nos sistemas de saúde. Embora ainda no início da implantação, já se consegue ver a sua capacidade para resolver alguns desafios como a falta de velocidade no processamento da enorme quantidade de dados disponíveis, de forma que estes sejam utilizados de forma mais significativa.

A mesma dificuldade que encontramos em casa para baixar arquivos pesados ou lentidão na internet quando existem muitos usuários na mesma rede, também é percebida nos estabelecimentos médicos. Embora muitas pessoas simplifiquem o 5G como “uma internet mais rápida”, esta é somente uma das suas muitas vantagens.

Primeiro, com uma banda maior, será possível fazer downloads de arquivos médicos de 10 a 100 vezes mais rápido. O 5G também possui baixa latência, o que significa melhor responsividade da rede para uma ação do usuário (cerca de 45 vezes mais rápido) e alta competência em incluir múltiplos dispositivos em rede. Como resultado, IoTs poderão ser integrados no cuidado de forma efetiva e criar redes cada vez mais complexas, cirurgias robóticas poderão ser performadas em outro continente, e até processos mais básicos, como monitoramento, terão grandes ganhos em eficiência. Outros exemplos de ganho com a 5G são a telemedicina, usos mais elaborados de inteligência artificial e realidade virtual.

Para atender às necessidades de um mundo em rápida mudança, precisamos de uma rede que suporte minimamente as ferramentas necessárias para evoluirmos na transformação digital e proporcionarmos melhor cuidado para os pacientes. Nos anos 80 entramos em contato com a primeira geração de sistemas wireless, o 1G que somente realizava chamadas de voz por telefone. Depois, o 2G introduziu o conceito de SMS, e perto dos anos 2000, o 3G permitiu aplicações de mídia, como pesquisa na internet. O mais recente, e amplamente utilizada, 4G comporta utilização de vídeos, live stream, soluções de dispositivos conectados e algumas tecnologias emergentes.

Para implantar de fato o 5G, a Accenture previu que, somente nos EUA, teriam que ser investidos US$ 275 Bi nos próximos anos. Usualmente, execuções de novas tecnologias são caras, dispositivos antigos e infraestruturas se tornam incompatíveis, embora no final, a movimentação ajude a reduzir custos e se pague ao habilitar a prestação de melhores serviços.

Basicamente, estamos falando de alguns pontos chaves de infraestrutura, como melhoria da rede de fibra-óptica, pelas quais os dados trafegam até serem entregues por antenas, e a construção de “small cells”, em vez de grandes torres de telecomunicações. As small cells são sistemas de suporte wireless do tamanho de mochilas, que apesar de servirem menos usuários, são mais fáceis de instalar, de realizar manutenções e mais eficientes energeticamente.

Com a indústria da saúde passando pela transformação digital, a infraestrutura de rede desempenhará um papel cada vez mais importante na prestação de serviços médicos, melhorando a experiência do paciente com atendimento no tempo certo. Além disso, à medida que o setor de saúde busca um atendimento mais personalizado, o 5G pode ajudar a incorporar dados em diferentes pontos em uma decisão de atendimento, provavelmente tornando os resultados mais relevantes.

Um case que exemplifica como tecnologias que já funcionam com o 4G e poderiam ser melhoradas ou mais amplamente utilizadas com o 5G é o da Vodafone com o hospital San Raffaele em Barcelona. Eles desenvolveram uma ambulância 5G que permite aos médicos realizar uma videochamada em HD, em tempo real com os especialistas no hospital enquanto transportam o paciente. A baixa latência e alta velocidade do 5G permitem que múltiplos fluxos de dados sejam transmitidos continuamente, como sinais vitais, habilitando um diálogo muito mais rico entre o especialista e o socorrista.

Ao habilitar tecnologias por meio de redes 5G, os sistemas de saúde podem melhorar a qualidade do atendimento, a experiência do paciente e eventualmente reduzir o custo do atendimento. Em vez de reagir apenas às condições dos pacientes, as redes 5G podem oferecer aos prestadores a capacidade de fornecer cuidados preventivos e personalizados.



Fonte: Saúde Business


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