Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 06/11/2015

Planos de saúde: como consertar?

A receita das operadoras para combater custos médico-hospitalares fora de controle

A alta persistente dos custos médicos e os preços cada vez mais doentios dos planos de saúde não serão resolvidos com apenas um remédio. Será preciso um verdadeiro coquetel de medidas, mas o Governo e o setor privado ainda não estão engajados numa discussão substantiva sobre o assunto.

O diagnóstico é do presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que reúne 18 operadoras de planos privados de saúde, em conversa com a coluna.

Economista de formação, Coriolano também é presidente da Bradesco Saúde e membro do conselho de administração da Odontoprev e do Grupo Fleury.

Nos últimos anos, muitas operadoras — incluindo a Bradesco Saúde e a Amil — pararam de oferecer planos individuais, cujos preços são controlados pelo Governo.

Os planos individuais se tornaram fonte de prejuízo para as operadoras por dois motivos principais.

Primeiro, porque a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) historicamente concede reajustes abaixo da chamada ‘inflação médica’ (o custo dos equipamentos e serviços usados nos exames e procedimentos). Entre 2007 e 2014, a ANS aprovou um reajuste acumulado de 76,6% nos planos individuais, enquanto a variação de custos médico-hospitalares, calculada pelas operadoras, foi de 158%

Segundo, porque todo ano a Justiça (ou a ANS) obrigam as operadoras a cobrir novos tratamentos e procedimentos.

A coluna já abordou o assunto numa entrevista com o CEO da Qualicorp, no início deste ano.

Coriolano defende que o Brasil copie as melhores práticas de sistemas de saúde de outros países, como o Reino Unido, onde há planos menos abrangentes, com uma cobertura básica e portanto mais baratos, e onde o sistema de saúde incentiva os pacientes/consumidores a ir primeiro ao clínico geral, evitando os custos de consultas desnecessárias junto a especialistas.

“No Reino Unido, o general practitioner [clínico geral] é a porta de entrada,” diz Coriolano. “Dali, o paciente é encaminhado ao especialista correto depois do diagnóstico.”

O tema vai ser debatido no 1º Fórum da Saúde Suplementar, que acontecerá em 24 e 25 de novembro em São Paulo.

No complexo debate sobre como tornar a saúde um bem verdadeiramente acessível — uma discussão na qual inevitabilidades econômicas competem com sensibilidades políticas — essa conversa com Coriolano é um bom começo para se entender as variáveis envolvidas nessa equação tão delicada.

Fonte: Revista Veja


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Umidificadores podem multiplicar os ácaros da casa, diz Dr. Bactéria

O tempo seco, seja no inverno como no verão, costuma fazer com que as pessoas apelem para dicas caseiras como deixar toalhas molhadas ou baldes d'água nos quartos, por exemplo.

Saúde Empresarial, por Redação

Alckmin e Perondi defendem melhor financiamento à saúde pública

Em alguns anos o segmento de saúde será o principal setor da economia mundial, e para isso é necessário investimentos em tecnologia, qualificação e políticas tributárias favoráveis para o segmento.

Saúde Empresarial, por Redação

Novo remédio contra tipo grave de câncer de pele é aprovado no Brasil

Um novo tratamento contra o melanoma, tipo de tumor que se forma na pele, foi aprovado no final do ano passado e agora está disponível para os pacientes brasileiros.

Saúde Empresarial, por Redação

8 dicas para garantir a excelência dos resultados em saúde

A adoção de ferramentas para medição do desempenho e da qualidade nas instituições de saúde, tem se tornado requisito indispensável para atingir resultados satisfatórios neste mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.

Deixe seu Comentário:

=