Publicado por Redação em Gestão do RH - 08/04/2022

Benefícios: o que há de novo?

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Não é de hoje que temos acompanhado as mudanças no perfil, nas necessidades e no que é percebido como tendo valor pelos profissionais. Não foram só as empresas que passaram a demandar mais das equipes, esperando destas uma dedicação que vá além de um trabalho a ser executado em troca do salário. As pessoas também esperam mais dos empregadores, uma vez que estão constantemente sendo demandadas a ir além do esperado e do lugar comum. 

Neste novo momento, organizações passaram a complementar sua oferta de valor para serem capazes de atrair, reter, engajar e motivar as pessoas. Somente um salário justo, a possibilidade de um bônus no final do ano e um pacote básico de benefícios já não são mais suficientes para conquistarem os profissionais que são necessários para a execução do resultado. E neste processo, os benefícios vêm ganhando destaque, com ofertas cada vez mais criativas e diversificadas. Mas o que é realmente mais prevalente entre todas estas novas ofertas? 

A How2Pay Consultoria fez um estudo para entender o que efetivamente vem sendo praticado entre benefícios diferenciados e outros perks (como ambiente de trabalho e dress code). Este estudo contou 18 empresas de forte marca empregadora no Brasil, sendo 9 grandes organizações de segmentos mais tradicionais da economia e 9 players “nativos digitais”. E a primeira conclusão é que empresas com estratégias de negócio, culturas e perfis de profissionais distintos não oferecem o mesmo tipo de pacote

Benefícios como Previdência Privada, Check-up de saúde e Veículo, concedidos pela maioria das empresas tradicionais, quase não aparecem na lista de ofertas das empresas digitais. Já benefícios como Auxílio mensal para o Home Office e Psicoterapia têm alta prevalência entre as digitais, mas não entre as tradicionais.

Há também elementos que são encontrados nos dois grupos de empresas, tais como a liberdade para se utilizar vestimentas casuais, ambiente de trabalho mais descontraído e flexibilização no uso de valores de Vale Refeição e Alimentação. O acesso a diferentes redes de academias e o horário de trabalho flexível são uma realidade na totalidade das empresas digitais, tendo também uma boa prevalência (67%) nas empresas tradicionais. 


Foco na Qualidade de Vida

78% das empresas tradicionais e 56% das nativas digitais permitem emendas de feriados. Tipicamente, com compensação de horas. Mas há também as empresas que o concedem por liberalidade e sem compensações. 
O day off no aniversário apareceu com menos destaque, sendo oferecido por 44% das tradicionais e 67% das digitais.
Já outros tipos de flexibilizações, como férias diferenciadas (fragmentadas ou adicionais em épocas de festas) e short Friday, apareceram com baixa prevalência nos dois grupos de empresas.

Diversidade e Inclusão estão em foco

Benefícios que busquem a igualdade de gêneros aparecem em destaque. Auxílio creche para casais homossexuais, além de pais e mães solteiros estão presente em 100% da amostra. Somente uma das empresas oferece este benefício para o homem do casal heterossexual, o que parece coerente para evitar duplicidade de benefícios.
A possibilidade de conversão do auxílio creche em auxílio babá, que surgiu durante a pandemia, parece ter vindo para ficar! E este benefício efetivamente viabiliza o trabalho de muitas mulheres, o que é um grande avanço na busca por igualdade de condições.
Ampliação no período de licença maternidade e paternidade também são uma tendência. Em média, 6 meses para mães e 20 a 30 dias para os pais.
O auxílio financeiro em caso de pais com filhos PcD também apareceu em 67% das empresas tradicionais e 44% das digitais.

O que vem por aí

Até a data do estudo, somente 1 empresa tradicional e 2 digitais ofereciam subsídio para cirurgia de redesignação sexual aos transexuais, mas benefícios específicos para este público (entre cirurgia, tratamento hormonal e apoio na alteração do nome) vinham sendo estudados por outras três empresas. 

Algumas organizações também estão considerando fazer um censo entre os funcionários para melhor adaptar os benefícios às suas necessidades. E sobre este ponto, sempre acho mais interessante oferecer o que faz sentido para o seu time e não necessariamente o que está na moda. Neste sentido, reflita: “Como seria a persona que melhor descreveria seus funcionários e o que ela valoriza?”. Inglês, ginástica, dias de folga, cirurgias não cobertas pelo plano médico para quais necessidades? A partir desta resposta, será mais fácil decidir as prioridades. 

Fernanda Abilel é professora na FGV e sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada no desenho de estratégias de remuneração.



Fonte: Forbes

 


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