Publicado por Redação em Notícias Gerais - 17/11/2015

Como ex-mais rico do mundo perdeu US$ 15 bi em questão de meses

Carlos Slim Helú, o homem mais rico do México e um dos mais ricos do mundo, está perdendo dinheiro.

Desde o início do ano, Slim caiu diversas posições em lista de mais ricos da Bloomberg

Desde setembro do ano passado, o valor de ações de empresas suas vem caindo, especialmente nas áreas de telecomunicações e mineração.

Segundo analistas, são quedas de peso nas finanças do empresário. A agência Bloomberg, por exemplo, estima que ele tenha perdido aproximadamente US$ 15 bilhões, o que representaria 17% de sua fortuna.

De fato, em sua lista dos homens mais ricos do mundo, atualizada todos os dias, o mexicano caiu para a quinta posição.

Na lista da revista Forbes de outubro ele aparece em quarto lugar (estava em 2º em setembro), atrás de Bill Gates, dono da Microsoft, do espanhol Amâncio Ortega, dono das lojas Zara, e do investidor americano Warren Buffet).

Mesmo assim, o Grupo Carso, consórcio de Carlos Slim, não vê motivos para preocupação.

"Não há preocupação porque as perdas que foram vistas são no mercado, no valor da ação", disse à BBC Mundo Arturo Elías Ayub, porta-voz do grupo.

"O importante é que as empresas estejam operando de maneira correta e sadia, e isso está acontecendo."

Mais competição

Uma das razões para a diminuição da fortuna de Slim é o fraco desempenho de uma de suas principais empresas, a mineradora Minera Frisco, que há alguns anos enfrenta dificuldades por conta da queda internacional no preço dos metais, especialmente do ouro – que este ano chegou ao menor valor em seis anos.

A cotização da companhia na bolsa de valores caiu pela metade, segundo estimativas de especialistas.

Mas a crise também influencia o setor de telefonia, especialmente no México.

A América Móvil, um dos negócios mais importantes do Grupo Carso, teve de lidar com o endurecimento de regulações durante a recente reforma das telecomunicações no país.

A competição local se acirrou quando a empresa americana AT&T se associou às operadoras Iusacell e Nextel.

Segundo Eduardo Hernández, analista do grupo financeiro mexicano Ve por Más, isso complicou a situação da empresa de Slim.

"A nível macro na América Latina, e agora no México e em parte da América Central, a AT&T realizou fusões com empresas nacionais com melhores preços e que estão mais próximas das pessoas", explica.

"Os preços que a empresa de Slim praticava eram exorbitantes, acho que os mais altos a nível mundial."

O fator dólar

Outro fator que contribuiu para a perda de Slim foi o câmbio nos países onde suas empresas operam.

A América Móvil, por exemplo, cobra seus serviços em pesos, mas muitos de seus gastos são em dólar.

Desde o início de 2015, a moeda mexicana se desvalorizou quase 30% em relação ao dólar, segundo dados do Banco do México.

No entanto, Elías Ayub diz que isso também não é um problema de peso.

"Há circunstâncias que fizeram com que os resultados não sejam tão bons, e elas são muito claras: os tipos de mudança nos diferentes países onde operamos."

"Os resultados em dólares obviamente tiveram uma deterioração, mas os resultados da operação das empresas em moedas locais são muitos bons, e isso é o que realmente nos preocupa sempre."

Empresários e especialistas mexicanos consideram Carlos Slim uma espécie de rei Midas (personagem da mitologia grega que tornava em ouro tudo o que tocava): os negócios dele costumam ter sucesso.

Com a atual crise, alguns se perguntam se será o fim de sua fama. Não parece provável.

Eduardo Hernández diz que o magnata tem muitas possibilidades de superar os problemas, especialmente com a América Móvil.

"Há oportunidade de recuperação desde que a empresa se reinvente, saiba escutar mais as pessoas e moldar-se a suas necessidades", afirma.

"Com melhores preços e planos que estejam de acordo com o que as pessoas podem pagar, pode recuperar bastante terreno."

Segundo a Bloomberg, no entanto, o prejuízo de Slim tem contribuído para conter o ritmo da inflação do México, um dos mais lentos do continente, já que os custos do consumidor com as telecomunicações foram reduzidos.

Fonte: BBC Brasil


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Brasileiros usam mais de R$ 1 bilhão em cheque especial por dia, diz BC

Os brasileiros que não conseguiram fechar as contas usaram R$ 1,184 bilhão do cheque especial, em média, por dia, em agosto, segundo dados do Banco Central (BC). No mês, o saldo dessas operações ficou em R$ 21,095 bilhões, redução de 1,3% em relação a julho.

Notícias Gerais, por Redação

Emergentes custam mais ao HSBC, mas compensam Europa

O aumento de US$ 1 bilhão na folha de pagamentos no Brasil, na China e em outros mercados emergentes foi o preço que o HSBC pagou para escapar da estagnação que atingiu alguns concorrentes que dependem mais da Europa.

Deixe seu Comentário:

=