Publicado por Redação em Gestão do RH - 16/07/2025
Como o uso de Emojis por diferentes gerações gera confusão na comunicação corporativa
Se você usa emojis no trabalho, talvez seja a hora de repensar como eles estão sendo interpretados. Você pode estar usando o emoji de palmas para parabenizar alguém, ou o polegar para cima como sinal de aprovação, mas profissionais mais jovens muitas vezes enxergam esses símbolos de maneira bem diferente. Ou seja: a mensagem pode não chegar do jeito que você pretendia.
Assim como a palavra “irado” saiu de moda, o significado dos emojis também muda com o tempo. O símbolo de “joinha” foi um dos primeiros a causar ruído por ser mal interpretado, e continua gerando polêmica. Quando você tenta deixar uma mensagem mais amigável ou expressiva com um emoji e ela é lida de outra forma, isso pode causar confusão ou até parecer uma indireta no ambiente de trabalho.
Por que o emoji de “joinha” virou um problema no trabalho
O emoji de polegar para cima passou a ser criticado em 2022, especialmente em plataformas como Reddit e TikTok, onde usuários mais jovens relataram se sentir ignorados ou cortados ao recebê-lo.
O que para alguns significava “tudo certo”, para outros soava como “não quero me envolver com isso”. Uma pesquisa da consultoria Perspectus Global mostrou que a maioria das pessoas entre 16 e 29 anos acredita que, se você usa o emoji de “joinha” ou o de coração vermelho, já está oficialmente “velho(a)”. Quase 1 em cada 4 profissionais da Geração Z consideram o joinha algo rude ou hostil. Como os emojis carregam cada vez mais carga emocional nas conversas profissionais, é essencial entender como estão sendo recebidos.
Os emojis mais mal interpretados no ambiente de trabalho
- Emoji de palmas: Costuma ser usado como parabéns ou reconhecimento, mas para a Geração Z pode soar como sarcasmo ou deboche.
- Emoji de carinha sorrindo: Muita gente usa para parecer simpático, especialmente com colegas ou alunos. Mas alguns mais jovens interpretam como forçado, falso ou até condescendente. Se alguém recebe um feedback crítico seguido de uma carinha sorrindo, pode achar que a mensagem foi passiva-agressiva.
- Emoji de caveira: Antes associado à morte, perigo ou horror, hoje muitos jovens usam como “morro de rir”. Funciona como um “rsrsrs” exagerado. Mas se um gestor entender literalmente, o mal-entendido pode gerar preocupação.
- Emoji de mão fazendo “ok”: Para as gerações mais velhas, significa “tudo certo”. Já para os mais jovens, pode soar vazio, irônico ou até ofensivo em alguns contextos online. Mesmo usado com boa intenção, pode não ser interpretado assim.
- Emoji de rosto chorando: Tradicionalmente ligado a tristeza, hoje é usado para expressar fortes emoções, até mesmo riso exagerado. O contraste entre o sentido original e o tom cômico atual pode causar confusão em mensagens de trabalho.
Por que o uso de emojis vai além da simples confusão
A maioria das pessoas não está tentando ofender ninguém. Mas quando há interpretação errada do tom, isso levanta dúvidas sobre a intenção da mensagem.
O problema está na falta de entendimento comum. Quando uma pessoa lê “você arrasou” e a outra entende “tô de saco cheio de você”, a comunicação falha.
Os líderes precisam reconhecer isso. Assim como se ensina a escrever e-mails profissionais, também é importante conversar sobre o tom em plataformas digitais. Ferramentas como Slack, Microsoft Teams e grupos de mensagens tornaram os emojis ainda mais comuns e, por isso mesmo, é importante abordar esse assunto.
Como evitar problemas com emojis na sua equipe
- Crie um espaço para diálogo: Pergunte à equipe como cada um interpreta certos emojis. Você pode se surpreender com as diferenças.
- Comunique-se de forma clara: Se for usar emojis, combine com uma frase que deixe sua intenção evidente. Um simples joinha pode parecer seco demais. Em vez disso, diga: “Valeu por resolver isso tão rápido!” e aí sim adicione um emoji. Isso ajuda a evitar dúvidas sobre o tom.
- Treine líderes para pensar antes de enviar: Comunicar-se num ambiente com várias gerações exige mais consciência. Isso inclui o que é dito e também como é apresentado visualmente.
Você não precisa falar como a Geração Z para se conectar com ela
Não é necessário usar as mesmas gírias ou emojis que os mais jovens para entendê-los ou gerar conexão. Você só precisa estar aberto a entender como sua mensagem pode ser percebida.
A forma como nos comunicamos está sempre mudando. Emojis evoluem, o tom muda, e o que hoje parece natural, amanhã já pode soar ultrapassado. Você não precisa acompanhar todas as tendências, mas prestar atenção já faz muita diferença. Ter curiosidade sobre como os outros se expressam torna os diálogos mais claros e respeitosos. Ao se manter aberto à forma como as pessoas preferem se comunicar, você reduz os mal-entendidos e fortalece as relações no ambiente de trabalho.
Fonte: Forbes Brasil