Publicado por Redação em Benefícios - 17/03/2022

Empresa adota semana de trabalho de 4 dias e mantém produtividade



A jornada de trabalho de 4 dias semanais está ganhando força pelo mundo. Na Espanha, existe um projeto que vai analisar como profissionais voluntários se sairão trabalhando um dia a menos por semana. No Japão, ficou famosa a experiência da Microsoft que aumentou o fim de semana para três dias e conquistou um aumento de 40% na produtividade. Aliás, uma pesquisa da Universidade Cambridge indica que, para a nossa saúde mental, o ideal seria trabalhar apenas 8 horas semanais.

No Brasil, não há muitas experiências em encurtar a semana de trabalho. A startup Crawly, especializada em dados com sede em Nova Lima (MG), é uma grande exceção. Desde 2018, quando foi fundada, opera nesse formato. “Desde o início, optamos por oferecer este benefício como forma de maximizar o interesse dos profissionais pela empresa. Por não sermos uma companhia de varejo, não precisamos manter a mesma rotina do comércio em geral”, diz João Drummond, CEO da startup. “O mais importante é alinhar com os clientes para que todos compreendam que às sextas-feiras operamos em capacidade reduzida e só atendemos demandas realmente urgentes. Mas nada que um bom combinado não resolva.”

Antes da pandemia, essa era a realidade de 90% da equipe.  M
as com a necessidade de isolamento social que colocou todo mundo home office, o estilo de trabalho chegou para 100% dos funcionários. E os resultados são positivos: baixa rotatividade e muita produção nos quatro dias de trabalho. “Todos os estudos feitos até o momento mostram que há ganho de produtividade e não perda, como se esperaria. Trabalhar melhor é sempre mais produtivo do que trabalhar mais”, diz João.
 

Menos é mais

Ou seja, um dia a mais de descanso pode ser melhor para os negócios do que cobrar que os funcionários estejam sempre disponíveis. Para Jorge Martins, especialista em recrutamento e seleção, e sócio fundador da consultoria Bullseye Executive Search, isso acontece porque as pessoas conseguem ter mais o foco quando sabem que não terão tanto tempo para realizar as atividades. “Outro ponto é a qualidade de vida. O funcionário consegue planejar uma viagem de forma mais tranquila, consegue se organizar para coisas pessoais nos dias úteis como ir ao dentista, por exemplo, sem que isso impacte o trabalho e traga mais conforto no dia a dia, diz Jorge.

Mas não são todas as empresas que conseguem aderir a essa prática. Além do fato disso ser mais difícil em alguns setores – como os de comércio e saúde, por exemplo – e de haver amarras trabalhistas em alguns casos, ainda falta maturidade para muitas organizações. “Algumas companhias acreditam que se o funcionário não estiver trabalhando das 9h às 18h, de segunda a sexta, não vai render. No entanto, as empresas que optarem por esse modelo de trabalho podem escolher exatamente o benefício de ter os profissionais motivados e comprometidos”, diz Jorge.

Desafios para as lideranças

Na semana mais curta, o jeito de liderar precisa ser mais flexível, levar em conta que é preciso distribuir todas as atividades em menos horas de trabalho e pensar nas especificidades do negócio. “O cliente espera ser atendido em ‘horário comercial’, então você precisa ter alguns esquemas de revezamento de horários para garantir que exista atendimento ao longo dos 5 dias”, explica Jorge. “Outro ponto bastante relevante é conseguir colocar a semana mais curta como um ponto de motivação para equipe. A tendência é o profissional perceber isso como uma qualidade da empresa e se sentir motivado.”


Fonte: Você RH


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