Publicado por Redação em Notícias Gerais - 04/09/2012

Gastos sociais do governo crescem 172% em 16 anos, diz Ipea

Os gastos do governo federal na área social cresceram de R$ 234 bilhões para R$ 638,5 bilhões em 16 anos, um aumento de 172%, descontada a inflação do período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apresentou estudo sobre os desembolsos governamentais entre 1995 e 2010. Em termos de Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no País), o valor passou de 11,24% a 15,54% do PIB.

Os gastos sociais incluem despesas com a Previdência Social, saúde, educação, assistência social, trabalho e renda, desenvolvimento agrário, habitação e urbanismo, alimentação e nutrição (incluindo merenda escolar), saneamento básico e cultura, além de benefícios a servidores públicos. Os principais responsáveis pelo aumento dos gastos de 1995 a 2010 foram Previdência, assistência social, educação e habitação e o urbanismo, sendo que nesse último o crescimento dos investimentos se concentra a partir de 2008, como reflexo de iniciativas como Programa Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os gastos com a Previdência, tradicionalmente a maior consumidora de recursos, saltaram de 4,98% para 7,38% do PIB em 16 anos. Em valores correntes, subiram de R$ 103,7 bilhões para R$ 303,5 bilhões. Segundo o Ipea, os recursos destinados à assistência social demonstraram uma trajetória de elevação contínua, passando de 0,08% do PIB para 1,07% de 1995 a 2010. O ano de 2010 foi o primeiro em que os gastos federais nessa área ultrapassaram a barreira de 1% do Produto Interno Bruto. Na avaliação do Ipea, programas de transferência de renda - como o Bolsa Família - contribuíram para a alta expressiva.

No caso da educação, em 1995 os investimentos correspondiam a 0,95% do PIB e, há dois anos, chegaram a 1,11%. Já as despesas com habitação e urbanismo no período passaram de 0,11% do Produto Interno Bruto para 0,81%.

O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão, disse que os destaques do resultado são o aumento dos investimentos em infraestrutura - representados pela área de habitação e urbanismo - e a recuperação do poder de gasto com a educação. Ele destacou ainda que "o gasto social é fundamental para se combater a pobreza e para a queda da desigualdade".

Entre as áreas que não foram prioritárias no investimento do governo federal destacam-se os benefícios a servidores públicos - em valores monetários, os gastos cresceram de R$ 51,5 bilhões para R$ 93,1 bilhões, mas a participação no PIB ficou praticamente estável, passando de 2,46% a 2,26%. "O governo realmente não deu prioridade aos gastos com o servidor. Benefícios como auxílio ao plano de saúde, creche e transporte foram mantidos, mas de forma cristalizada, sem aumento real, a inflação foi 'comendo'", avaliou Jorge Abrahão.

Os gastos com saúde também permaneceram estáveis em relação ao Produto Interno Bruto: embora tenham subido de R$ 37,3 bilhões a R$ 68,6 bilhões de 1995 a 2010, abocanharam praticamente a mesma parcela do PIB: o percentual passou de 1,79% a 1,68% no período. "Infelizmente, não houve aumento nos gastos com saúde", disse Jorge Abrahão. A divulgação do Ipea inclui apenas gastos federais, não levando em conta verbas dispendidas por estados e municípios.

Fonte: Terra


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Pela 1ª vez no ano, mercado eleva previsão do PIB

Pela primeira vez no ano, os analistas do mercado financeiro preveem uma melhora no desempenho da economia brasileira para 2013. Ainda que tímida, a previsão de alta no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de todas as riquezas produzidas no País, aumentou de 3% para 3,01%.

Notícias Gerais, por Redação

De olho em pacote italiano e reunião na Europa, Bovespa sobe 1,9%

A valorização das Bolsas europeias e americanas na abertura desta semana embala novo dia de ganhos no mercado acionário brasileiro.

Notícias Gerais, por Redação

FMI nega que esteja em negociação com Itália por dívida

O FMI negou nesta segunda-feira que tenha iniciado negociações com as autoridades da Itália sobre um suposto plano de ajuda ao país, mencionado no domingo pela imprensa italiana.

Deixe seu Comentário:

=