Higiene íntima feminina: como fazer
Manter limpa e seca a região genital previne odores, corrimento e infecções causadas por bactérias e fungos
Higiene íntima feminina é um assunto delicado, mas sério. Nem todas as mulheres, porém, sabem como fazer isso corretamente. Há dúvidas sobre qual tipo de sabonete usar, como secar a região e até sobre se, na hora de dormir, deve-se deixar de lado a calcinha ou não.
Além de reduzir a ocorrência de odores desagradáveis, a higiene íntima adequada previne corrimentos, lesões vaginais e na vulva, além de doenças mais graves. Deixando a vergonha de lado, a mulher deve sim, buscar informações sobre como fazer a própria higiene íntima. E deve passar isso adiante, ensinando às próprias filhas como fazê-lo.
Pensando nisso, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) elaborou um guia de condutas sobre a higiene íntima das mulheres, preparado após a revisão de cerca de 120 artigos científicos. Segundo a entidade, o ginecologista é sempre a melhor pessoa para responder a qualquer dúvida sobre esta questão.
Cistite ou infecção urinária?
A ginecologista Rosa Maria Neme, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, ensina: a mulher deve, no banho, aplicar uma quantidade pequena de sabonete íntimo na vulva, esfregar bem e depois enxaguar bastante. Para secar a região, basta usar uma toalha comum, seca e limpa.
“Se possível, é recomendável secar os pelos pubianos com secador de cabelos. Isso diminui a umidade na base do pelo”, recomenda a ginecologista.
Novidade dos últimos anos, os sabonetes íntimos geram dúvidas sobre qual tipo é o melhor e se devem realmente ser utilizados. Rosa Maria explica que, sim, o sabonete íntimo é indicado. Ele tem em sua formulação o ácido lático, que melhora o pH vaginal, fazendo com que a vagina se torne um ambiente inóspito para bactérias e outros agentes prejudiciais à saúde.
Mas limpeza deve vir acompanhada de outros cuidados. Roupas apertadas aumentam o calor e a umidade no local, o que pode favorecer ocorrências de infecções vaginais ocasionadas por fungos e bactérias. Uma das consequências é a candidíase, doença causada pelo fungo Candida albicans.
A ginecologista Viviane Monteiro indica as melhores roupas para evitar doenças: “O ideal é usar roupas mais largas, preferir calcinhas de algodão e evitar roupas sintéticas e roupas de ginástica fora do período de atividade física”. Dormir sem calcinha é outra atitude que ajuda a evitar problemas na região, diz a especialista.
Os cuidados com a região íntima feminina valem também para as idosas. Nesse momento, é ainda mais indicado procurar a ajuda de um médico para receber orientações.
“As recomendações para idosas são as mesmas, mas elas precisam de uma avaliação e orientação individualizada, pois a mudança do PH vaginal pode influenciar no aparecimento de infecções oportunistas na terceira idade”, diz Viviane.
Veja as dicas do Guia de Condutas sobre Higiene Íntima Feminina da Febrasgo:
- Ao escolher o sabonete íntimo, prefira os hipoalergênicos. Eles são mais apropriados para a higiene íntima, porque foram testados para essa finalidade, reduzindo a chance de alergias
- Sempre seque bem a região após o banho. Isso evita a proliferação de bactérias, fungos e vírus
- Use roupa íntima de algodão. Elas favorecem a ventilação da área
- Durante o período menstrual, faça a higiene do local com mais frequência
- Após lavar, enxague bem as roupas íntimas para retirar os resíduos químicos do sabão em pó e do amaciante
- Durma sem calcinha ou use roupas largas para dormir. Isso aumenta a ventilação da região genital
Fonte: saude.ig.com.br