Publicado por Redação em Notícias Gerais - 13/08/2015

Joaquim Levy realiza encontro com banqueiros e os aproxima do governo

Acordo ameaça direitos sociais

Um convite por telefone e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu colocar de um dia para o outro os principais banqueiros do país em sua sala, para discutir a crise econômica e o pacote de reformas apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O encontro, realizado na terça (11) em Brasília, faz parte de uma tentativa da presidente Dilma de aparar as arestas com o setor financeiro, com quem ela esteve às turras no primeiro mandato e na campanha eleitoral.

A presidente avalia que, para sair do isolamento e enfrentar a crise, seu governo precisa se entender com os bancos. Levy fez os convites na segunda (10), um dia depois da reunião dos ministros com a presidente sobre instabilidade política e recessão.

Participaram dez executivos do setor financeiro, entre eles os presidentes do Itaú, Roberto Setúbal; do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; do Banco do Brasil, Alexandre Abreu; do JP Morgan, José Berenguer; e do BTG Pactual, André Esteves.

Na visão dos banqueiros presentes ao encontro, o ministro se empenhou em convencê-los de que há unidade do governo em torno do ajuste fiscal, embora as medidas provoquem arrocho, prejudiquem a popularidade da presidente e enfrentem resistência no PT.

Levy repetiu algumas vezes que a Fazenda está alinhada com os Ministérios do Planejamento e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A atitude foi vista como um esforço para afastar rumores de racha na equipe econômica.

O ministro pediu informações sobre a situação de vários setores empresariais monitorados de perto pelos bancos. Ouviu que os produtores de açúcar e álcool continuam mal, assim como a indústria óleo e gás. O setor de energia elétrica parece ter parado de piorar e este ano ainda deve ser bom para o agronegócio.

CÂMBIO E INFLAÇÃO

Houve um consenso de que o câmbio está se ajustando e de que em algum momento a inflação vai ceder. O maior risco é o fracasso do ajuste fiscal, que pretende reduzir os gastos do setor público.

O ministro avaliou com os banqueiros a chamada "Agenda Brasil", conjunto de ações e medidas econômicas e sociais apresentadas pelo presidente do Senado.

Os pontos mais relevantes, para Levy e para os banqueiros, são de difícil implementação, como a reforma do ICMS, aumento da tributação sobre setores que foram desonerados pelo governo, adoção de idade mínima para aposentadoria e cobrança do SUS para faixas de renda.

São medidas que contrariam vários interesses e têm custo social elevado. Levy disse que o governo vai insistir. Os banqueiros gostaram.

Fonte: Folha de São Paulo


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Mercado de trabalho para executivos volta a crescer em agosto

O mercado de trabalho para executivos, em São Paulo, voltou a crescer em abril. Segundo dados da Pesquisa Impex, realizada pela Laerte Cordeiro Consultores em Recursos Humanos, no quarto mês do ano houve um crescimento de 13,3%, na comparação com março.

Notícias Gerais, por Redação

Resultado da balança comercial é 46% menor do que no 1º semestre de 2011

O saldo comercial no primeiro semestre caiu 45,9% na média diária em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, divulgados nesta segunda-feira (2).

Notícias Gerais, por Redação

Dilma quer investir mais em prevenção, diz ministro

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, voltou a defender nesta sexta-feira (6) seu trabalho na pasta e negou favorecimento a projetos de Pernambuco, seu Estado natal e onde concentra sua carreira política.

Notícias Gerais, por Redação

Analistas do mercado veem inflação menor no próximo ano

Bancos e consultorias reviram ontem para baixo suas projeções para a inflação do ano que vem, aproximando suas estimativas do cenário traçado pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Deixe seu Comentário:

=