Publicado por Redação em Carreira - 10/03/2020

Mudar a percepção do funcionário sobre o que gestores fazem por eles pode gerar mais lucro

Há uma grande diferença entre aquilo que os gestores pensam fazer por seus funcionários e a percepção dos subordinados a respeito do que seus líderes praticam, segundo um novo estudo global da Accenture. Realizado com cerca de 30 mil funcionários e 1,7 mil executivos seniores de 28 países, incluindo o Brasil, o estudo aponta que a diferença de percepção encontra-se em diversos aspectos envolvendo o ambiente de trabalho.

Enquanto dois terços dos líderes entrevistados acreditam que criam um ambiente onde as pessoas podem inovar sem medo de falhar, apenas 36% dos funcionários disseram sentir o mesmo. Mais de 75% dos gestores, aliás, pensam ter um bom controle a respeito da forma e do tempo que seus subordinados trabalham — mas menos de 30% dos funcionários concordam com essa afirmação.

“O estudo mostra que a liderança não está próxima das pessoas como deveria e poderia”, afirma Beatriz Sairafi, diretora executiva de RH da Accenture. Além disso, a proporção de profissionais que não se sentem incluídos em suas organizações é dez vezes maior do que aquela que os líderes acreditam (2% contra 20%).

Segundo Beatriz, essas percepções errôneas causam um impacto direto na força de trabalho e os talentos acabam se desmotivando ou indo embora. “Sabe o aquele funcionário que você não espera pedir demissão e ele pede? O líder que é próximo, que ouve o que seus subordinados têm dizer, é aquele que não é surpreendido com uma situação como essa”. É aquele também que, por estar próximo, gera mais resultado para o negócio, defende a Accenture neste mesmo estudo.

A consultoria estima que se a diferença de percepção entre líderes e funcionários fosse reduzida à metade geraria um lucro global 33% maior, no total de US$ 3,7 trilhões. Na região da América Latina e Caribe, esse valor giraria em torno de US$ 200 bilhões. Considerando esse mesmo cenário, a taxa de retenção anual de funcionários aumentaria 5% entre as mulheres e 1% entre os homens, segundo a consultoria. Isso porque aproximar esses pensamentos significaria que a liderança estaria criando uma empresa mais inclusiva.

Segundo o estudo, embora 68% dos líderes acreditem que criar um ambiente inclusivo é vital para o sucesso de seus negócios, políticas envolvendo diversidade e cultura organizacional estão no fim de sua lista de prioridades. Para 76% dos gestores, atingir desempenho financeiro e reconhecimento de marca é o mais importante a ser feito.


Fonte: Valor Econômico


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