Publicado por Redação em Notícias Gerais - 28/08/2013

Mulher rica é quem mais compra pirataria

As mulheres da classe alta (A e B) estão entre a parcela da população que mais compra produtos piratas, segundo pesquisa realizada pelo instituto Data Popular.

O levantamento, feito em maio deste ano com 1.501 pessoas de cem cidades de todo o país, mostra que quase seis em cada dez brasileiros já compraram ao menos uma mercadoria pirata no último ano.

Do total de 56% dos brasileiros entrevistados que declararam ter comprado algum item que não fosse da marca original, 58% são homens e 55% das mulheres.

Mas é nas mulheres de alta renda que o dado se destaca: 73% das consumidoras da faixa A e B declararam ter adquirido produto pirata no período.

"O resultado surpreende. Somente 27% do total do público feminino de alta renda não teve esse tipo de experiência de consumo", diz Renato Meirelles, presidente do instituto.

"Como a mulher de classe alta compra mais, geralmente é mais focada no status e conhece mais as marcas internacionais, desconfia-se menos que ela está usando um produto pirata", completa.

A definição das faixas de renda que o Data Popular usou no levantamento segue os critérios estabelecidos pela SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República.

A pesquisa do Data Popular foi feita por amostragem domiciliar, com entrevistas diretas aos brasileiros de todas as faixas sociais que participaram nas cem cidades de todo os Estados e DF. Foi a primeira vez que o instituto abordou o tema, portanto não há dados comparativos. A margem de erro é de 2,6% para mais ou menos.

  Editoria de Arte/Folhapress  

Na alta renda (classes A e B) estão famílias com renda per capita acima de R$ 1.019. As com renda per capita inferior a R$ 291 estão na baixa renda (classes D e E). Pertencem à classe média (classe C) famílias com renda per capita de R$ 291 a R$ 1.019, faixa essa dividida em três subgrupos.

CRESCE APREENSÃO

A apreensão de mercadorias pirateadas cresceu (em valor) 59% entre 2010 e 2012, segundo dados da Receita Federal. Passou de R$ 1,275 bilhão para R$ 2,025 bilhões no período.

O assunto será debatido em seminário da Abiesv (Associação Brasileira da Indústria e Equipamentos e Serviços de Varejo) que discutirá a propriedade intelectual no varejo na quinta-feira, dia 22, em São Paulo.

"Houve um desmonte da fiscalização em cidades como São Paulo. Por outro lado, houve incremento no combate à pirataria nas áreas fronteiriças e em outras regiões do Brasil", diz o advogado Márcio Costa de Menezes e Gonçalves, ex-secretário executivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, órgão consultivo do Ministério da Justiça.

Para especialistas no tema, a alta do dólar e inflação também levam o consumidor a optar por preços menores e contribuem para aumentar o consumo de mais itens não originais. Outro fator que influência a compra por essas mercadorias é a melhora na qualidade de produtos.

"Muitos varejistas desconhecem as graves consequências de comercializar produtos piratas" diz o advogado Maurício Braga, especialista em licenciamento de produtos esportivos. "Eles podem responder criminalmente da mesma forma que o falsificador".

ENTRAVES E ACERTOS

O governo federal divulgou há três meses como serão as ações do 3º Plano Nacional de Combate à Pirataria, em vigor no país até 2016.

"Um dos pontos positivos é que o governo vai priorizar o combate principalmente nas cidades que sediarão os grandes eventos esportivos dos próximos anos", afirma o ex-secretário.

Entre as ações, ele destaca ainda a implementação de um gabinete de gestão integrada nessas cidades e a ampliação do Programa Cidade Livre de Pirataria, criado em 2009, para "municipalizar" o combate a esse tipo de crime.

De acordo com informações publicadas no Diário Oficial da União, o trabalho será feito por meio de incentivos às prefeituras, que ficam responsáveis pela criação de mecanismos locais de prevenção e repressão.

O plano cita ainda a capacitação de agentes públicos para atuar especialmente no combate às infrações nas cidades-sede dos eventos esportivos, em parceria com a Fifa (Federação Internacional de Futebol).

Outra ação do plano é a atuação em conjunto com a Frente Parlamentar Mista de Combate à Pirataria do Congresso Nacional - nesse caso, o objetivo é aprovar leis e discutir assuntos de interesse do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP).

Ao destacar a criação do 3º plano, o governo reconhece que "o Brasil não conta com um mapeamento e um diagnóstico da prática ilegal, tendo apenas informações difusas e desencontradas, que acabam por dificultar a implementação de políticas públicas direcionadas."

"O maior desafio, desse plano, estruturado com ações nos âmbitos educacional, econômico e repressivo, ainda é conscientizar o consumidor", diz o ex-secretário, hoje sócio do Siqueira Castro Advogados na área de propriedade intelectual. "Há muitos outros crimes e organizações criminosas que circundam a pirataria."

Segundo especialistas, produtos como peças de carros e aviões e medicamentos estão entre os itens que ganham expansão no mundo da pirataria.

Fonte: FolhaSP


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Quadrilha rouba terminal de cargas do aeroporto de Guarulhos

Uma quadrilha invadiu o terminal de cargas do aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), por volta das 21h de domingo (29).

Notícias Gerais, por Redação

Mantega acredita em crescimento da economia no 4º trimestre

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que a economia poderá crescer, em um cenário mais pessimista, aproximadamente 0,8% no quarto trimestre. No terceiro trimestre, a economia cresceu apenas 0,6%, segundo resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Notícias Gerais, por Redação

Velocidade de conexão dos aparelhos móveis deverá quadruplicar até 2015

A velocidade de conexão em dispositivos móveis será quatro vezes mais rápida em 2015 quando comparada a 2011, considerando a migração da tecnologia 3G para a 4G.

Notícias Gerais, por Redação

Análise: PIB deve acelerar no 2º semestre, mas dificilmente chega a 2,5%

As empresas tributadas com base no lucro presumido, no lucro arbitrado ou em ambos têm até essa sexta-feira (29) para entregar a DIPJ 2012 (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica) e o FCONT (Controle Fiscal Contábil de Transição), ano-calendário 2011.

Deixe seu Comentário:

=