Publicado por Redação em Previdência Corporate - 10/01/2014

Previdência privada não conseguiu repor a inflação

Em 2013, a remuneração dos fundos de aposentadoria geridos por entidades abertas de previdência privada foi insuficiente para cobrir a inflação, segundo as consultorias NetQuant e Towers Watson abrangendo 727 fundos previdenciários. Fundos de renda fixa com taxa de administração igual ou inferior a 1,5% obtiveram, em média, rentabilidade nominal de 4,98%; fundos multimercado sem renda variável ganharam 3,03%; e o resultado caiu para até 2,71% negativos nas carteiras com até 49% em ações. Pior foi a remuneração dos fundos de previdência aberta que cobram taxas de administração mais altas: chegou a haver prejuízo de 3,82% nas carteiras multimercado sem renda variável.

A responsabilidade pelos maus resultados não é apenas dos gestores das carteiras, pois tem que ver com a política monetária e com as regras de aplicação de recursos das entidades previdenciárias, que adquirem maciçamente papéis públicos, considerados sem risco. Na verdade, há risco. Papéis federais de longo prazo sofreram forte desvalorização em 2013, em média, de 10,02%, conforme o índice IMA-B, uma carteira teórica calculada pela Anbima.

Como a regra é marcar os títulos a mercado (o valor dos papéis é calculado diariamente), a desvalorização dos papéis refletiu-se imediatamente no patrimônio do fundo (e, portanto, nas cotas dos participantes).

Em 2012, o juro básico em queda permitira aos fundos de previdência aberta oferecer rendimentos iguais ou superiores à inflação (entre 5,81% e 11,24%), em razão da valorização dos papéis. Em 2013, com a volta à política de alta do juro básico, os papéis se desvalorizaram, consumindo grande parte da rentabilidade de 2012. Os administradores falharam, notou o sócio-diretor da NetQuant, Marcelo Nazareth, em entrevista ao jornal Valor.

O governo contribuiu duplamente para o prejuízo. Obrigou as empresas a alongar os prazos das aplicações quando os juros eram baixos. E derrubou demais o juro básico, tanto que o Banco Central teve de reapertar a política monetária no ano passado.

Os fundos argumentam que a previdência é uma aplicação de longo prazo e, portanto, não se deve olhar para um único ano. Mas o estudo da NetQuant e da Towers Watson mostra que a maioria dos fundos de previdência aberta rendeu menos do que o CDI nos últimos cinco anos.

Ou seja, os beneficiários têm de seguir com cuidado as aplicações. Em especial, devem verificar se as aplicações atendem ao seu perfil.

Fonte: http://www.estadao.com.br


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