Publicado por Redação em Notícias Gerais - 01/09/2014

Recuperação do consumo pode demorar ainda mais

O volume de empréstimos com recursos livres às empresas e às pessoas físicas se retraiu 0,5% em julho, em relação ao mês anterior, enquanto a taxa média de juros subiu para 32,3% ao ano, com altas de 0,3 ponto porcentual no mês e 4,8 pontos em 12 meses. Para as pessoas físicas, os juros médios alcançaram 43,2% ao ano, com acréscimo de 0,2 ponto porcentual no mês e 7 pontos em 12 meses. É a maior taxa desde março de 2011 (41,36%), quando o Banco Central (BC) iniciou a série histórica. No cheque especial, a taxa foi de 172,4% ao ano e no créditopessoal, de 45,8%.
 
A contração do crédito com recursos livres, em julho, não chegou a surpreender, mas torna menos promissoras as perspectivas de recuperação do consumo neste trimestre. Segundo o BC, a evolução do crédito apresentou comportamentos distintos entre as operações com recursos livres e direcionados, como o crédito imobiliário e os financiamentos do BNDES a empresas. Os empréstimos para a aquisição da casa própria, por exemplo, avançaram 1% no mês e 19,8% em 12 meses.

Em contraste, as operações destinadas ao segmento comercial tiveram redução de 1,5% no mês, refletindo a menor demanda do varejo de bens semiduráveis e duráveis, como os do setor automotivo. Os juros subiram de 23% para 23,1% ao ano, no caso de veículos, e de 77,8% para 78,6%, para aquisição de outros bens. Até o custo do crédito consignado - praticamente sem riscos, pois as parcelas são descontadas da folha de pagamentos - registrou elevação de 25,6% para 25,9% ao ano.

O aumento de taxas não pode ser atribuído à inadimplência, cujo nível é historicamente baixo: 6,6% no crédito à pessoa física, leve aumento de 0,1 ponto em relação a junho.

Apesar disso, os bancos aumentaram o spread médio, que, no segmento de operações com recursos livres a famílias para a compra de bens, passou de 31,3 pontos porcentuais para 31,7 pontos. Para a pessoa jurídica, o spread médio subiu de 11,9 para 12,6 pontos.

Na tentativa de reanimar a atividade, o Banco Central tomou medidas que permitirão injetar R$ 25 bilhões na economia, sendo R$ 10 bilhões resultantes de mudança nas regras do depósito compulsório e R$ 15 bilhões por meio do chamado seguro contra calote.

Esse aumento da liquidez bancária pode melhorar o crédito para pessoas físicas, mas não a curtíssimo prazo. São recursos que o consumidor só usará mais, se usar, no quarto trimestre.
 
Fonte:O Estado de São Paulo - Economia e Negócios - São Paulo/SP - NEGÓCIOS


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