Publicado por Redação em Notícias Gerais - 21/11/2013

Renda de empregados domésticos sobe 8,1% em um ano e lidera alta

A renda dos trabalhadores que prestam serviços domésticos – incluindo empregados fixos e eventuais – saltou 8,1% em termos reais (descontada a inflação) entre outubro do ano passado e o mesmo mês de 2013, em mais um sinal de que os mais pobres estão sentindo menos os problemas econômicos do país, mais percebidos pela classe média.

O aumento de renda dos empregados domésticos foi o mais acentuado dos últimos 12 meses, entre as sete categorias em que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divide a população ocupada. Em segundo lugar ficaram os trabalhadores da construção civil, com uma alta de 7,2% no seu rendimento.

A Pesquisa Mensal de Emprego referente a outubro foi divulgada nesta quinta-feira.


RENDA MÉDIA DOS TRABALHADORES ATUALIZADA PELA INFLAÇÃO

Grupo de atividade Renda em out/12 (R$) Variação ante out/12 (%)
População ocupada 1.917 1,8
Indústria extrativa, de transf. e distr. de eletricidade, gás e água 1.991 4,1
Construção 1.705 7,2
Comércio, reparação de veículos e objetos pessoas e domésticos e comércio varejista e de combustíveis 1.527 -0,8
Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e de intermediação financeira 2.348 -2,5
Educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social 2.592 1,8
Serviços domésticos 815 8,1
Outros serviços (alojamento, transporte, limpeza urbana e serviços pessoais) 1.694 1,4
  • Fonte: IBGE


Os dados mostram que, apesar de ter obtido o maior aumento, o grupo dos serviços domésticos continua sendo o de menor rendimento. Entre as sete categorias, é a que mais concentra trabalhadores pobres.

O IBGE não abriu os números referentes a cada uma dessas categorias. Não é possível comparar, por exemplo, quais empregados do ramo “construção civil” tiveram os maiores reajustes, se os pedreiros ou os engenheiros.

Mas existem outras pesquisas indicando que os mais pobres continuam tendo reajuste superior, em termos percentuais, ao da classe média.

Em um estudo feito em janeiro, o mesmo IBGE informou que a renda dos profissionais com curso superior teve uma alta real de apenas 0,7% nos últimos dez anos, enquanto na população com até oito anos de estudo, o aumento foi de 37,3%.
 

RENDA DA POPULAÇÃO POR ESCOLARIDADE, ATUALIZADA PELA INFLAÇÃO

Ano Renda da população com até 8 anos de estudo (R$) Variação anual real (%) Renda da população com curso superior (R$) Variação anual real (%)
2004 689 -0,7 3.973 -2,4
2005 704 2,2 3.916 -1,4
2006 736 4,6 4.000 2,2
2007 770 4,5 4.097 2,4
2008 799 3,8 4.126 0,7
2009 820 2,7 4.126 0
2010 862 5,1 4.086 -1
2011 906 5,1 4.083 -0,1
2012 953 5,1 4.098 0,4
  • Fonte: IBGE

 

Outras fontes

Embora este blog tenha apresentado inúmeras vezes análises mostrando a deterioração de diversos indicadores da economia brasileira, sempre que surge uma notícia positiva embasada em dados do IBGE uma parte dos leitores argumenta que tal instituto não é confiável, por ser do governo.

Nesse caso, podemos recorrer a uma pesquisa da consultoria Mercer, empresa privada que tem 25 mil clientes e atua em 40 países. Ela fez um levantamento de salários em mais de 400 companhias privadas em atuação no Brasil e constatou que somente os funcionários de nível operacional (a categoria mais baixa) tiveram reajuste acima da inflação em 2013.

Esse grupo de trabalhadores obteve um aumento de 12,5%, de acordo com a Mercer. Em segundo lugar, ficaram os presidentes de empresa, com uma alta de 5,2%. Os demais profissionais tiveram alta salarial entre 0,5% e 3,3%, dependendo do cargo.

Quando a pesquisa foi divulgada, em setembro, Achados Econômicos publicou um gráfico com esses dados, que reproduzo abaixo.

A consultoria explica que os cargos operacionais tiveram os maiores reajustes porque são os que mais se beneficiam dos dissídios trabalhistas.

A informação da Mercer é confirmada por uma pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Segundo a entidade, cerca de 85% dos acordos salariais coletivos acertados no primeiro semestre tiveram aumento acima da inflação.

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Fonte: www.uol.com.br


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