Publicado por Redação em Gestão do RH - 17/09/2025
Tendências, remuneração e o impacto estratégico para o RH
Um retrato da transformação na gestão de pessoas na América Latina.
O Instituto MyDNA lançou o Guia Salarial 2025 – 2º semestre, trazendo um panorama detalhado sobre remuneração, benefícios e tendências que estão moldando o mercado de trabalho em toda a América Latina. O documento é mais do que uma referência de valores salariais: ele se posiciona como um guia estratégico para líderes de Recursos Humanos e executivos que buscam alinhar suas políticas de atração e retenção de talentos a um cenário cada vez mais competitivo e dinâmico
O estudo destaca que não basta mais oferecer salários atrativos. Profissionais de todas as gerações valorizam pacotes integrais de valor, que abrangem flexibilidade, bem-estar físico e mental, equidade e oportunidades de crescimento. Essa virada reflete uma exigência clara: as empresas que não acompanharem essa mudança estarão mais vulneráveis à rotatividade e à perda de talentos estratégicos.
Remuneração integral: além do salário fixo
Segundo o relatório, a remuneração hoje deve ser entendida de forma ampliada e personalizada. Isso inclui não apenas o salário base, mas também:
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Compensação variável: bônus, participação nos lucros, comissões;
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Benefícios tangíveis e intangíveis: saúde, bem-estar psicológico, flexibilidade de jornada;
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Planos de carreira estruturados: desenvolvimento contínuo, mentorias e oportunidades de liderança.
Essa abordagem responde diretamente às novas demandas de profissionais que buscam equilíbrio e significado no trabalho.
Benefícios que fazem a diferença
O Guia Salarial MyDNA 2025 aponta que os benefícios já não são “extras” e, sim, fatores decisivos na escolha e fidelização de talentos. Entre os mais valorizados estão:
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Planos de saúde completos e programas de apoio psicológico e nutricional;
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Flexibilidade laboral, incluindo home office, semanas reduzidas e horários flexíveis;
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Investimento em desenvolvimento com cursos, mentorias e trilhas de aprendizado;
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Benefícios financeiros adicionais, como pensão privada, seguros e subsídios educacionais.
O impacto vai além do colaborador individual. Para as empresas, esses pacotes fortalecem a marca empregadora, aumentam a produtividade e reduzem custos relacionados à alta rotatividade.
IA e o futuro da gestão de talentos
Um dos pontos de maior destaque do relatório é o avanço da Inteligência Artificial aplicada ao RH. O estudo demonstra como a IA deixou de ser promessa para se tornar ferramenta essencial na tomada de decisões estratégicas:
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Recrutamento inteligente, capaz de reduzir vieses e agilizar a contratação;
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Análise preditiva de retenção, identificando riscos de rotatividade antes que se concretizem;
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Automatização de tarefas operacionais, liberando tempo do RH para focar em inovação;
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Planos de desenvolvimento personalizados, baseados em dados e necessidades individuais.
Com a IA, empresas reportaram redução de até 50% no tempo de contratação, queda de 20% a 35% na rotatividade voluntária e aumento de 24% na retenção pós-onboarding. Esses números confirmam que tecnologia e gestão estratégica de pessoas caminham juntas.
Desafios: ética, transparência e diversidade geracional
Apesar dos benefícios, o relatório alerta para os desafios éticos da adoção da IA no RH. É preciso garantir transparência nos algoritmos, proteção de dados sensíveis e estratégias que evitem a reprodução de vieses inconscientes.
Outro ponto crítico é a diversidade geracional e cultural. A presença simultânea de Baby Boomers, Geração X, Millennials e Gen Z no ambiente corporativo exige políticas salariais e de benefícios adaptadas a diferentes expectativas.
O retrato do Brasil: salários em ascensão, mas com desafios
No caso brasileiro, o guia aponta médias salariais atualizadas para diversas áreas. No setor de Recursos Humanos, por exemplo, os salários variam de R$ 4,4 mil para analistas seniores a R$ 62 mil para CHROs em grandes empresas. Já na área de tecnologia, CIOs podem alcançar remunerações acima de R$ 90 mil mensais, refletindo a alta demanda por especialistas em inovação e digitalização.
Esses dados reforçam que o Brasil continua competitivo, mas enfrenta o desafio da inflação, da carga tributária e da necessidade de alinhamento com tendências globais de flexibilidade e inclusão.
Remuneração como estratégia de cultura
O Guia Salarial MyDNA 2025 deixa claro que a gestão de remuneração e benefícios não pode mais ser tratada apenas como custo, mas como parte da estratégia de cultura e engajamento organizacional.
Empresas que adotam pacotes mais completos e transparentes criam ambientes de confiança, aumentam sua capacidade de inovação e atraem profissionais alinhados ao seu propósito. Para o RH, o desafio é claro: ser protagonista nessa transformação, unindo tecnologia, dados e visão humana para construir organizações mais justas, competitivas e sustentáveis.
Fonte: Mundo RH