Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 16/12/2011

Uso de energia limpa em hospitais

A aplicação, em medicina, de técnicas e conceitos de física, matemática e computação permitiram que o tratamento e a prevenção de doenças se tornassem práticas mais eficientes. Isto diminuiu o tempo de tratamento, gerando o mínimo de efeito colateral para o paciente.

A possibilidade de prever e muitas vezes localizar precisamente o problema permite intervir com doses mínimas de medicamentos ou realizar procedimentos cirúrgicos com o mínimo de impacto para a saúde do paciente, o que permite reduzir a utilização de recursos hospitalares. Outra característica interessante é que a redução no tempo de internação permite, aos hospitais, atender um número cada vez maior de pessoas. O investimento em equipamentos para exames não invasivos e pouco intrusivos é cada vez mais frequente em grandes hospitais.

Tal investimento pode superar facilmente mais de R$ 1 milhão, se imaginarmos um departamento de radiologia e ressonância. Não é possível ignorar os benefícios que a “tecnologia” trouxe para a medicina moderna e simplesmente suspender o uso ou aquisição de modernos equipamentos para diagnóstico.

Mas todo este avanço tem seu efeito colateral. A quantidade de exames gerada é muito grande. Se consideramos um paciente que realiza um exame de cateterismo, somente as informações visuais resultantes mais o diagnóstico podem ocupar uma mídia de CD que possuiu uma capacidade estimada de 700 Mbytes. Considere que uma unidade de cateterismo atenda aproximadamente 10 pacientes/dia e este volume de informação irá para 7Gbytes/dia. E neste caso estamos contemplando apenas um tipo de exame para um tipo específico de doença. Se considerarmos que pessoas após os 40 anos possam ter em média mais de 4 tipos distintos de problemas de saúde por ano, a quantidade de informação associada aos diagnósticos pode atingir números gigantescos.

A necessidade de um sistema ou método eficiente que permita ao médico e ao hospital gerenciar tais dados é fundamental para que a eficiência e o baixo custo do tratamento sejam obtidos. O histórico clínico do paciente permite ao médico reduzir o número e a frequência de exames. Possibilita, também, optar por uma terapia de tratamento mais eficiente com a utilização de doses mínimas de medicamento o que reduz o efeito colateral em alguns pacientes bem como a sua permanência dentro do hospital.

Do ponto de vista gerencial, propicia o uso racional e eficiente dos recursos materiais e humanos que a instituição disponibiliza além de facilitar uma abordagem planejada para o uso e aquisição de recurso (equipamentos, medicamentos e mão de obra). É possível estimar e prever investimentos observando quais métodos, equipamentos e profissionais são mais ou menos requisitados.

Porém, para que esses e outros benefícios sejam desfrutados, há a necessidade de que os dados gerados, por meio de exames oriundos de equipamentos ou métodos, sejam armazenados e organizados de forma padronizada, permitindo que sejam recuperados de forma inteligente e rápida o que possibilita uma tomada de decisão clínica ou gerencial rápida, eficiente e de baixo custo.

Não é suficiente que os dados sejam apenas “armazenados”. É fundamental que sejam manipulados de forma inteligente em grandes e complexos bancos de dados, Data Warehouse (DW), nos quais o conteúdo possa ser gerenciado por meio de regras – BusinessIntelligence (BI) – que sigam padrões de nomenclatura e sigla aceitos mundialmente.

Em grandes redes de hospitais existe ainda a necessidade de que estas informações estejam disponíveis para os vários departamentos e unidades, e que o sistema central de gestão possa acessar estes dados local ou remotamente. Neste momento, o uso de um sistema interconectado em rede, de qualquer natureza, é fundamental. Para que o sistema funcione adequadamente há a necessidade de métodos de transmissão que sejam eficientes em seu uso da rede disponibilizada, bem como é imperativo garantir a segurança do dado transmitido, bem como o sigilo da informação. Em muitos casos não somente informações no formato texto são transmitidas, mas também imagens de alta resolução devem ser apresentadas para o usuário. Isto consome grande parte dos recursos da infraestrutura da rede de transmissão de dados, que deve estar adequadamente planejada para oferecer tal serviço.

Devido à “automação” do processo clínico, vem crescendo a utilização de grandes quantidades de equipamentos elétricos e eletrônicos pelos hospitais. Como ocorre no mercado empresarial e industrial, é cada vez maior a dependência da saúde com relação a métodos e equipamentos elétricos. Isto sugere que a medicina dos próximos anos deve consumir cada vez mais recursos tecnológicos e, conseqüentemente, mais energia. Considerando, por exemplo, que a capacidade de processamento dos computadores dobre a cada ano e com isto o consumo de energia cresça – para um computador, aumente entre 10% a 20% – este custo deve ser considerado a cada atualização no grupo de computadores de um hospital.

É fundamental que seja repensada a maneira de se consumir e produzir energia, considerando-se o aumento no consumo e o impacto que sua produção causa no meio ambiente e, conseqüentemente, seu impacto sobre a saúde. E é o que alguns hospitais estão começando a desenvolver.

Em 2007 a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) investiu cerca de R$ 350 mil reais em obras melhorar o sistema de consumo e uso de energia elétrica para a Associação de Apoio à Criança Deficiente (AACD) e do Hospital Infantil e Casa de Saúde Maria Lucinda. A previsão é que a economia no consumo de energia seja de aproximadamente 42%, o que equivale a R$ 41.300,00 por ano.

Observando este e muitos outros exemplos, nota-se que a mudança na forma como consumimos e principalmente produzimos energia é uma necessidade eminente e se não for tratada a curto prazo, em pouco anos – 10 talvez 20 – todo o sistema social, incluindo a saúde, poderá colapsar ou sofrer severas restrições.

Fonte:saudeweb.com.br|16.12.11


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