Publicado por Redação em Notícias Gerais - 30/12/2015

Haddad propõe cobrar Uber com a venda inédita de ‘créditos em quilômetros’

Taxistas protestam

Ato de taxistas em São Paulo em novembro. Nesta terça, houve novos protestos. Paulo Pinto/ Fotos Públicas

Decreto paulistano ficará aberto a consulta pública por 30 dias antes de ser sancionado. Porta-voz do Uber comemorou: “É um modelo inovador", mas taxistas voltaram a protestar

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), decidiu regulamentar os aplicativos que oferecem o transporte de passageiros, como o polêmico Uber. Para operar, no entanto, esses serviços terão que pagar uma taxa ao município pelo “uso intensivo do viário”. O valor, diz a Prefeitura, será revertido para a própria manutenção das ruas e avenidas da cidade.

Haddad afirma que o modelo é único no mundo e diferente, inclusive, do que acontece em locais onde o Uber já paga ao poder público para poder operar. Na Cidade do México, a primeira a regular o aplicativo, o Governo cobra um valor de 1,5% por viagem. Em São Paulo, as empresas terão que comprar da Prefeitura créditos equivalentes à quilometragem que pretendem rodar na cidade e depois distribuirão esses créditos entre seus motoristas.

A cidade também criará incentivos para estimular determinados tipos de atendimento: os créditos repassados aos motoristas valerão mais quando eles circularem na periferia, quando tiverem veículos adaptados para pessoas com deficiência, ao circularem à noite e quando tiverem as corridas compartilhadas por mais usuários, num esquema de carona.

A proposta está aberta a consulta pública durante 30 dias e contribuições poderão ser sugeridas por meio de um site. Depois, elas serão avaliadas e um decreto será feito. Ainda não há previsão de quando ele deverá ser divulgado, diz o órgão. O Uber diz que continuará operando na cidade até lá, por meio de liminares judiciais.

A notícia da regulamentação foi comemorada pela empresa. “É um modelo inovador, que nunca vimos em nenhum lugar. A cobrança será uma compensação pelo uso do viário, o que é justo”, afirmou o diretor de comunicação do Uber, Fabio Sabba. Ele diz que ainda não se sabe qual vai ser o valor cobrado pela prefeitura pela quilometragem, mas diz que isso não deverá afetar muito as tarifas dos usuários, já que a empresa diz que sua meta é oferecer um sistema “de qualidade e de preço justo”. A Prefeitura também vai estabelecer um preço máximo de tarifa. O Uber afirma que foi consultado pelo órgão público para a realização da nova norma e forneceu informações de como o serviço funciona.

Os taxistas, que são contrários ao serviço, protestaram na porta da Prefeitura. Chegaram a agredir jornalistas e soltaram fogos de artifício em direção às janelas do órgão, rompendo algumas vidraças. À imprensa, Haddad afirmou que acredita que depois que eles conhecerem o decreto devem mudar de ideia. “Manifestações democráticas são sempre bem-vindas. A Prefeitura fez hoje um convite ao debate”, disse o prefeito, que afirmou que as regras serão benéficas para os taxistas. “Estamos disciplinando uma atividade que hoje é clandestina."

Uber municipal

Em outubro, o prefeito Fernando Haddad já havia criado uma espécie de Uber municipal. O serviço, que ficou conhecido como “táxi preto”, ofereceu 5.000 licenças para motoristas de carros que não são táxi, são pretos, têm ar condicionado e não usarão taxímetros, nos moldes do Uber. No entanto, todos os motoristas terão que ser taxistas.

Na época, o Uber afirmava que a medida não o atendia, já que seus motoristas não eram taxistas e o prefeito havia prometido avaliar a situação específica deste tipo de aplicativo. A prefeitura afirma que 28.600 pessoas se inscreveram para o novo serviço. No entanto, o sorteio das licenças, que chegou a ser feito, foi paralisado pelo Tribunal de Contas da União, que afirma que não teve tempo de analisar o edital antes de os documentos serem distribuídos.

O decreto de Haddad também prevê a regulamentação dos serviços de "carona solidária", como o BlaBlaCar, que acabou de chegar ao Brasil. Segundo a prefeitura, eles poderão operar com no máximo quatro passageiros por vez. As empresas operadoras desses serviços só poderão cobrar pela intermediação entre os usuários e os motoristas e poderá haver um "rateio" dos custos entre o motorista e seus passageiros, mas não poderá haver fins lucrativos.

Fonte: El País Brasil


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Bolsas da Ásia caem por temor com crédito na Europa

As Bolsas de Valores asiáticas fecharam em baixa pelo quarto dia seguido nesta sexta-feira, enquanto as dificuldades de financiamento aumentavam na Europa, com os juros pagos em bônus da Espanha atingindo um nível insustentável.

Notícias Gerais, por Redação

Vendas do comércio recuam 0,4% em agosto, aponta IBGE

As vendas do comércio varejista recuaram 0,4% de julho para agosto, em volume, na taxa livre de influências sazonais, segundo a pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta terça-feira. Em julho, o setor havia registrado expansão de 1,2%.

Notícias Gerais, por Redação

Finep tem R$ 2 bi para projetos inovadores

Financiadora de Estudos e Projetos, uma empresa pública vinculada ao Ministério de Ciências e Tecnologia

Deixe seu Comentário:

=