Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 18/10/2011

90% dos médicos não trabalharia com urgência e emergência

Uma pesquisa realizada pela Federação Nacional de Médicos – Fenam com médicos de Minas Gerais constatou que 90% dos entrevistados não trabalhariam com urgência e emergência. De acordo com o secretário de saúde suplementar da Fenam, Macio Bichara, os profissionais não sentem segurança em lidar com esse tipo de situação.

“Falta experiência para enfrentar o front de guerra, os plantões são cansativos e mal remunerados”.

Bichara conta que o baixo pagamento aos profissionais tem potencializado esse cenário. Ele conta que os honorários são muito baixos e defasaram a qualidade do atendimento, prejudicando principalmente o público.

“Os médicos estão insatisfeitos na saúde suplementar ganhando em torno de R$ 42 por consulta. Na rede pública o pagamento do Sistema Único de Saúde não chega a R$ 3000”.

Ele lembra que antigamente os hospitais montavam equipes exclusivas para realizar atendimento de urgência e emergência, pois sabiam que poderiam firmar suas carreiras lá. Atualmente existe muita rotatividade dos profissionais nos hospitais, dificultando a formação de núcleos específicos.

Com a baixa perspectiva de remuneração, os recém formados estão migrando para especialidades que envolvam o uso de tecnologias e aparelhos, o que aumenta os custos da medicina.

O fato de o Brasil ter aumentado o número de médicos nos mercados também contribui com essa realidade. Bichara explica que nos últimos 10 anos o País dobrou o número de escolas médicas e criaram cursos com mensalidades em torno de R$ 4 mil. “Quando esse estudante entra no mercado, ele vai querer ganhar dinheiro e não trabalhar no SUS, recebendo R$ 3000”.

Na opinião do Bichara, a grade curricular das escolas também deveria contemplar os casos de urgência e emergência. “Os estudantes que tiverem perfil deveriam fazer uma especialização nessa área, pois são casos como esses que o SAMU trará para eles”

 Pediatria

O oficio da pediatria também tem sido uma prática abandonada pelos médicos. O secretário de saúde suplementar conta que esses profissionais vivem das consutas médicas. “Hoje sobram vagas de especialização e está difícil de sobreviver como pediatra”.

Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria constatou que o número de médicos recém formados que se candidatavam ao título de pediatra caiu 50% nos últimos dez anos.

O levantamento feito pela entidade em 1999 mostrou que 1583 médicos que acabaram de se formar se candidataram à pediatria, em 2009 foram apenas 794.

Fonte: www.saudebusinessweb.com.br | 18.10.11
 


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