Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 13/01/2015

Ações judiciais por tratamentos e medicamentos sobem 32% em 3 anos

 O número de pacientes que entraram na Justiça contra o Sistema Único de Saúde (SUS) na capital paulista na busca por tratamentos ou medicamentos não oferecidos na rede pública cresceu 32% em três anos, segundo dados obtidos pelo Estado com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Em 2010, foram ajuizadas 1.514 ações nas varas da cidade de São Paulo responsáveis por receber pedidos de procedimentos médico-hospitalares ou remédios. Em 2013, o número de processos do tipo passou para 2.011, uma média de uma nova ação a cada quatro horas.

Estão incluídos nesses números pedidos de remédios ou terapias ainda não disponíveis no Brasil ou na rede pública ou mesmo procedimentos que são cobertos pelo SUS mas que, por indisponibilidade momentânea ou longas filas de espera, demoram a ser oferecidos.

Os órgãos acionados no âmbito estadual são as secretarias da saúde do Município ou do Estado. Só no ano passado, a Secretaria Municipal da Saúde gastou R$ 3,2 milhões com demandas judiciais, 20% a mais do que em 2010, quando o custo com ações foi de R$ 2,6 milhões. A pasta estadual não informou os valores gastos.

Para o advogado Julius Conforti, especializado em direito à saúde, o aumento é resultado de falhas do governo na oferta da assistência médica adequada. "A primeira razão para o aumento das ações é a morosidade com que as novas tecnologias que surgem na medicina são incorporadas pelo SUS", diz.

"Mas outro fator é a insatisfatória e baixa qualidade dos serviços oferecidos pelos planos de saúde. Muitos consumidores que têm recusas de atendimento dos convênios acabam buscando o SUS. Diante de nova negativa, são obrigados a ingressar em juízo", afirma o advogado que, em seu escritório, entra com 15 a 20 novas ações de saúde por mês - somando processos contra o SUS e planos de saúde.
Alto custo

Diagnosticado com câncer de próstata em 2009 e em tratamento até hoje, o aposentado José Augusto Perricelli, de 64 anos, se viu obrigado a entrar na Justiça em 2013, quando precisou de um medicamento que, embora comercializado no Brasil, não era oferecido pelo SUS. "Precisava tomar um comprimido por dia. Cada frasco com 30 comprimidos custava R$ 11 mil. Não tinha condições de pagar. Meu próprio médico me orientou a entrar na Justiça", conta ele.

Duas semanas depois de contratar um advogado para cuidar do caso, o aposentado conseguiu decisão judicial favorável e o SUS foi obrigado a fornecer o medicamento. "Ter a possibilidade de entrar na Justiça foi fundamental. Se eu não tivesse conseguido essa vitória, talvez nem estivesse aqui dando esse depoimento", diz ele. "O problema é que muita gente não sabe dessa opção ou não tem dinheiro para pagar um advogado."

Segundo levantamento feito a pedido do Estado nas 14 Varas da Fazenda Pública da capital, os itens mais pedidos em ações são remédios para o tratamento de câncer e insulina, usadas no combate ao diabete.

Fonte: noticias.uol.com.br


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

25 pontos para não se aborrecer com seu plano de saúde

Nesta segunda-feira, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) relançou seu Guia Prático sobre Planos de Saúde, contendo orientações para a contratação de um bom plano de saúde de acordo com as necessidades do usuário, bem como seus principais direitos.

Saúde Empresarial, por Redação

Governo vai liberar R$ 1,6 bilhão para unidades básicas de saúde

O governo federal usará R$ 1,6 bilhão para construção, reforma e ampliação de unidades básicas de saúde. O anúncio foi feito hoje (29) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas.

Saúde Empresarial, por Redação

Personalidade e genética podem ser o segredo da longevidade

Você quer chegar aos 100 anos de idade? A sua personalidade e a sua genética podem ser o segredo.

Saúde Empresarial, por Redação

Filantrópicos 100% SUS receberão adicional de 20% do Ministério

O Ministério da Saúde aumentará os recursos destinados aos hospitais filantrópicos e de ensino que atendem exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Eles receberão um adicional de 20% do valor total destinado à assistência hospitalar de média complexidade.

Saúde Empresarial, por Redação

Sírio-Libanês cria centro de pesquisa contra o câncer

Iniciativa conta com apoio financeiro do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer

Deixe seu Comentário:

=