Publicado por Redação em Notícias Gerais - 28/08/2015

Ato cobra de Alckmin a punição pela chacina com 19 mortos em Osasco

Os manifestantes cobram uma solução do governo do Estado de São Paulo

Manifestantes colocaram 19 sacos pretos na avenida Paulista, simulando os corpos dos mortos na Grande São Paulo. Até agora do governo efetuou apenas uma prisão preventiva

Voluntários da organização não-governamental (ONG) Rio de Paz fazem um ato na manhã desta sexta-feira 28 em solidariedade às famílias das 19 pessoas assassinadas em chacina que ocorreu no último dia 13 nas cidades de Osasco e Barueri e para cobrar o governo do Estado de São Paulo pela identificação e punição pelos responsáveis pelo crime.

Os ativistas colocaram 19 sacos pretos com os nomes das vítimas sobre a calçada em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) para chamar a atenção de quem passava pelo local. Os voluntários também se vestiram de preto e se amordaçaram.

Na última segunda-feira 24, o secretário de Segurança Pública Alexandre de Moraes já havia sido cobrado por estudantes da Faculdade de Direito da USP.

Esse é o segundo ato promovido pela ONG que, na semana passada, fez manifestação semelhante, no mesmo local. Cláudio Nishikawara, voluntário da Rio de Paz, que coordena o ato, diz que o objetivo é alertar sobre o que acontece nas periferias e com a população pobre. “Estamos cobrando das autoridades uma elucidação rápida. Já são duas semanas e nós não sabemos nada sobre o que aconteceu. Nada está claro”, declarou.

Segundo ele, outros eventos serão organizados para cobrar a elucidação dos crimes. “A intenção é chamar a atenção da sociedade paulistana, classe média, classe média alta, sobre o que acontece na periferia, a violência a que as pessoas são submetidas. Acreditamos que quem mais tem voz, visibilidade para cobrar as autoridades, é a classe média”, diz ele.

A auxiliar de enfermagem Nair Diniz, 50 anos, conta que a chacina em Barueri aconteceu na rua de sua casa. Segundo ela, a vizinhança vive um clima de medo desde o ocorrido. “Eu não conhecia as pessoas, mas o medo ronda. Eles avisam que é para entrar [em casa] às 22 horas. Deixam avisado para ninguém sair, porque eles vão matar mesmo”, disse.

A estudante de jornalismo, Ana Beatriz Issler, 18 anos, parou para tirar fotos dos sacos pretos. “É uma imagem horrível de se ver. É pesado porque a gente não tem muitas informações sobre o que exatamente aconteceu nessa chacina. Dá um desanimo, mas é um bom protesto”, disse.

Ontem (27), foi enterrada a última vítima do crime: a adolescente Letícia Vieira Hillebrand da Silva, de 15 anos. Letícia estava na calçada, com uma amiga, na Rua Suzano, em Osasco, quando foi atingida por um tiro.

Na última quarta-feira (26), a Justiça Militar do estado de São Paulo decretou a prisão preventiva do soldado Fabricio Emmanuel Eleutério, suspeito de ter participado da chacina. Ele foi reconhecido pessoalmente por um sobrevivente. O soldado nega a participação.

Fonte: Revista Carta Capital


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