Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 22/12/2011

CNS é contra privatização e terceirização na gestão do SUS

Conselho defende o ressarcimento ao SUS pelo atendimento a clientes de planos de saúde privados, tendo o Cartão SUS como estratégia para sua efetivação, e proibir o uso exclusivo de leitos públicos por esses usuários

O Relatório final da 14ª Conferência Nacional de Saúde, aprovado em 04/ de dezembro, defende que o SUS tenha gestão 100% pública, sem privatização, funcionando com um “sistema único e comando único, sem “dupla-porta”, contra a terceirização da gestão e controle social amplo”.

A proposição reflete a decisão de representantes da área da saúde pública de todo o país, que fizeram as suas conferências municipais de saúde, as estaduais, e por fim a 14ª Conferência Nacional, realizada em Brasília.

Dessa forma, as decisões da conferência passam a nortear as ações do Conselho Nacional de Saúde, órgão criado pela Constituição Federal de 1988.

A convocação da 14ª Conferência foi realizada por decreto da presidente Dilma Rousseff, fato que reforça a institucionalidade das decisões dos delegados reunidos na capital federal.

“A gestão deve ser pública e a regulação de suas ações e serviços deve ser 100% estatal, para qualquer prestador de serviços ou parceiros”, afirma a carta à sociedade, com as principais resoluções da conferência.

“Defendemos a eliminação de todas as formas de subsídios públicos à comercialização de planos e seguros privados de saúde e de insumos, bem como o aprimoramento de mecanismos, normas e/ou portarias para o ressarcimento imediato ao SUS por serviços a usuários da saúde suplementar”, continua a carta.

A proposta nº 15 aprovada expressa a vontade dos participantes de limitar a participação privada no sistema público de saúde, defendendo o “ressarcimento ao SUS pelo atendimento a clientes de planos de saúde privados, tendo o Cartão SUS como estratégia para sua efetivação, e proibir o uso exclusivo de leitos públicos por esses (as) usuários”.

Para efetivar estes princípios, os conferentes propõe a construção de um marco legal para regular as relações com o terceiro setor. “Defendemos a profissionalização das direções, assegurando autonomia administrativa aos hospitais vinculados ao SUS, contratualizando metas para as equipes e unidades de saúde”, diz o texto aprovado.

Além disso, os delegados também propuseram uma flexibilização dos gastos com pessoal, que devem ficar fora do limite “estabelecido para as Prefeituras, Estados, Distrito Federal e União pela Lei de Responsabilidade Fiscal”.

Para obter mais recursos do o SUS no país a 14ª conferência quer que a União destine 10% da sua receita corrente bruta para a saúde, sem incidência da Desvinculação de Recursos da União (DRU). Royalties do petróleo (pré-sal) constam como uma das principais fontes de financiamento do SUS.

Governo estadual quer ampliar participação privada na saúde

Desde 23 de setembro, a Assembleia Legislativa do MS está analisando o projeto de lei 177/11, do governador André Puccinelli e da secretária de Saúde, Beatriz Dobashi, que amplia a participação de empresas privadas, sem fins lucrativos, nos serviços e na cogestão do SUS estadual.

O artigo 21 do “a Secretaria de Estado de Saúde poderá complementar seus serviços utilizando serviços de entidades privadas lucrativas, mediante contrato de prestação de serviços de assistência à saúde”.

Já o artigo 15 consagra o que já vem sendo feito no estado com a contratação de assessorias e entes privados, como a SPDM e a AFIP, empresas de um poderoso grupo de médicos paulistas, ligados à direção da Universidade Federal de São Paulo.

“Somente poderão ser objeto de cogestão os serviços de assistência à saúde prestados na área de gestão hospitalar, nos serviços de apoio ao diagnóstico e terapias e em serviços especializados, de modo que a cogestão não englobe toda a faceta do serviço público prestado, mas apenas parte dele”, reza o artigo 15.

Fonte:saudeweb.com.br|22.12.11


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Senado coloca no SUS cirurgia reparadora

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) aprovou nesta quarta-feira, (07) a inclusão das cirurgias plásticas corretivas ou reparadoras entre os procedimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

Saúde Empresarial, por Redação

Ministério pretende interiorizar 2 mil médicos

Uma proposta do Ministério da Saúde pretende levar dois mil médicos para municípios de difícil provimento de forma supervisionada, com estrutura de trabalho adequada e um contrato não precário, ou seja, com condições funcionais estabelecidas.

Deixe seu Comentário:

=