Publicado por Redação em Gestão do RH - 30/11/2022

Como a psicologia explica o estilo de liderança de Elon Musk



A decisão de Elon Musk de demitir metade da equipe do Twitter foi seguida por quase 1.200 demissões voluntárias. Não importa o que você pense sobre Musk como líder, não há como discordar: o Twitter está em um momento turbulento.

Um estudo recente publicado na revista acadêmica “Personality and Individual Differences” pode nos ajudar a entender como os funcionários enxergam Musk.

De acordo com a pesquisa, líderes polarizadores como Musk podem ser agrupados em duas categorias: líderes transformacionais e líderes pseudo-transformacionais.

Líderes transformacionais são líderes que inspiram as pessoas a alcançar resultados excepcionais. Eles criam ambientes de trabalho onde os funcionários são motivados, estimulados intelectualmente e reconhecidos. Eles constroem culturas de trabalho que têm um forte senso de moralidade.
Líderes pseudo-transformacionais, por outro lado, são percebidos como carismáticos por causa de sua retórica grandiosa e altos níveis de autoconfiança. No entanto, eles são motivados principalmente pelo interesse próprio. Os locais de trabalho comandados por eles tendem a estar cheios de comportamentos antiéticos, como comunicação manipuladora, controle excessivo e uma insensibilidade em relação às necessidades dos outros.


Onde Musk se encaixa?

Uma crise, de acordo com a pesquisa, é quando a verdadeira face de um líder vem à tona. Veja como os dois tipos de líderes agem em situações de crise:

Líderes transformacionais assumem riscos durante uma crise para conduzir a organização para fora dela. Eles geralmente arriscam sua reputação pelo bem maior da organização.
Os líderes pseudo-transformacionais, por outro lado, são mais propensos a assumir riscos quando a saúde da organização é robusta. O risco é principalmente uma manobra para atrair a atenção de pessoas importantes dentro e fora da empresa.
Com a pesquisa em mente, aqui estão duas maneiras de analisar o que está acontecendo no Twitter.

Musk tomou o comando do Twitter para acabar com os robôs na plataforma e transformá-la em uma espaço digital livre de censura, que defende a liberdade de expressão. Essas são agendas morais inspiradoras e fortes. Ele também está assumindo grandes riscos para transformar esses objetivos em realidade, reconfigurando o Twitter desde o início. O uso da plataforma está em alta e os funcionários que continuam estão trabalhando para tornar a visão de Musk uma realidade. Isso pode significar que ele é um líder transformacional único que está enfrentando críticas de pessoas que não compartilham da sua visão?
Demitir a velha guarda, renovar o negócio e tuitar sobre sua aquisição hostil também pode ser interpretado como um comportamento narcisista clássico. Musk não construiu o Twitter, ele comprou. Sua agenda pseudo-transformacional é uma nova versão de colocar as iniciais de alguém em algo que essa pessoa não criou? A crise do Twitter também foi, pelo menos em parte, criada por ele. O consenso entre os funcionários que foram demitidos, incluindo o ex-CEO, e os funcionários que se demitiram é claro: as ações de Musk não mostraram respeito por aqueles que criaram e administraram o Twitter.

Conclusão

O otimismo, a paixão pela inovação e a audácia de correr riscos de Musk alimentaram seu sucesso sem precedentes. Mas as mesmas qualidades que o tornaram quem ele é podem muito bem levá-lo à ruína se ele permitir que o ego e o narcisismo orientem suas tomadas de decisão.

Até o cenário se completar, é interessante ver como ajustar a perspectiva sobre alguém pode fazer a mesma pessoa parecer um herói e um vilão na mesma situação.

 


Fonte: Forbes


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