Publicado por Redação em Vida em Grupo - 20/09/2013

Cultura de prevenção de riscos é cada vez maior no Brasil

Presidente do Coaf mostra os avanços em Seminário de Controles Interno & Compliance

O primeiro painel técnico do Seminário de “Controles Internos & Compliance, Auditoria e Gestão de Riscos”, evento da CNseg, realizado nesta quinta-feira, em São Paulo, contou com palestra do presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues, cujo órgão é subordinado ao Ministério da Fazenda.

Com o papel de identificar fraudes em transações financeiras, inclusive lavagem de dinheiro, e de comunicá-las ao Ministério Público, conta com a colaboração de instituições financeiras, como bancos e seguradoras.

Antonio Gustavo iniciou sua apresentação destacando um aspecto positivo: o aumento da conscientização da importância da cultura da prevenção de riscos no Brasil, que deixa de encarar certas situações como meras fatalidades. Para isso, usou um exemplo simples, mas muito significativo. Quando a maioria dos presentes ao Seminário era criança, os pais não exigiam que os filhos usassem cinto de segurança no carro, atitude que é completamente diferente nos dias de hoje. E essa mudança de mentalidade não se dá só no Brasil. Outra situação citada é a da legislação de alguns países, como França e Alemanha, que até há alguns anos, permitiam que suas empresas descontassem do Imposto de Renda os valores pagos em corrupção em outros países.

Em seguida, o presidente da Coaf discorreu sobre o processo e a lógica de funcionamento do órgão. De acordo com as normas do setor, as instituições financeiras devem comunicar todas as transações que se enquadrem dentro de determinados critérios. Por exemplo, todos os depósitos bancários acima de R$ 100 mil devem ser informados. Além disso, os comunicantes também podem relatar situações que considerem suspeitas. Assim, entre 1º de outubro de 2012 e 30 de junho de 2013, foram 137.829 comunicados encaminhados por 79 instituições.

Esse grande volume, tratado por uma equipe de cerca de 12 analistas, obriga o órgão a elaborar critérios de classificação de prioridades, já que cerca de 95,58% destes são de baixa relevância.

Em meio a tantas informações, o Coaf criou recentemente um departamento de Inteligência Financeira, que opera na identificação de transações que, não sendo necessariamente ilegais, são suspeitas. Assim, por exemplo, uma pessoa que leva um grande montante de dinheiro vivo para ser depositado no banco, faz acender uma luz vermelha, já que pode se tratar de lavagem de dinheiro.

Antonio Gustavo citou alguns exemplos de artifícios utilizados por criminosos para esse fim, como o ato de contratar um seguro de valor alto, pagar o prêmio em dinheiro e cancelar o seguro no dia seguinte, para receber de volta um cheque da seguradora, que é aceito para depósito no banco com muito menos suspeita.

Apesar de recentes, os sistemas de identificação de lavagem de dinheiro têm se mostrado eficientes. Evidência disso é o aumenta da apreensão, pela polícia, de grandes quantias de dinheiro em espécie com criminosos que tiveram receio de levar as somas às instituições financeiras. “Há algum tempo, não havia a menor preocupação dos bancos, ou mesmo das seguradoras, em relação à questão, o que é completamente diferente hoje em dia”, afirmou.

Finalizando sua palestra, Antonio Gustavo ressaltou que, para que os processos de detecção de fraudes continuem a evoluir, é importante que a qualidade das informações fornecidas também evolua. Para tanto, é preciso que as instituições financeiras entendam cada vez melhor como funciona e para que se presta o Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

Fonte: cqcs


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