Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 14/05/2025

Desemprego afeta a Saúde Mental; eis o que fazer para minimizar esse impacto

Se você tem mais de 30 anos, dificilmente não conhece alguém que foi desligado da empresa em que trabalhava — ou talvez você mesmo já tenha passado por isso. Nós, médicos que atuamos na área da saúde mental, consideramos a perda do emprego uma das experiências mais estressantes da vida. Independentemente de haver ou não um histórico de transtornos mentais, esse evento tende a impactar a pessoa de diversas formas.

O emprego vai muito além de ser apenas a principal fonte de renda da maioria das pessoas. Ele está profundamente ligado à nossa trajetória de vida e ao investimento — intelectual, emocional e financeiro — que fizemos para chegar até ali. Para muitos, o trabalho também está diretamente associado à forma como se veem e, tão importante quanto isso, à maneira como são vistos pelos outros. Em muitos casos, a posição profissional se confunde com a própria identidade da pessoa.

O ambiente de trabalho também representa, para uma parcela significativa da população, um importante círculo social. Passamos boa parte dos nossos dias trabalhando, e é natural que se criem ali vínculos relevantes e duradouros.

Por isso, não é surpreendente que muitas pessoas se sintam completamente perdidas, vazias e desorientadas ao serem desligadas. A esse cenário soma-se, é claro, o estresse financeiro. Estudos mostram que, mais do que a situação financeira concreta após a demissão, o que realmente impacta a saúde mental é a forma como a pessoa enxerga sua própria condição.

Explico: mesmo alguém que tenha feito uma reserva financeira para lidar com eventualidades pode sofrer intensamente se encarar sua situação como catastrófica. Por outro lado, quem vê a perda do emprego como um revés — difícil, mas superável — tende a sofrer menos.

Insônia, estresse, ansiedade, angústia, baixa autoestima e até quadros depressivos (em pessoas com predisposição) são sintomas comuns nesse processo. E muitos acabam recorrendo a substâncias como medicamentos para dormir, álcool ou drogas em busca de alívio. Como costumo dizer: o uso abusivo dessas substâncias, como se fossem soluções simples, abre um caminho perigoso para a saúde mental.

Como minimizar esse impacto? O primeiro passo é tentar adotar estratégias positivas. Encarar o desligamento como uma possível oportunidade — ainda que não planejada — pode abrir portas que você talvez nunca tenha considerado.

Não sinta vergonha. Se você construiu ao longo da vida uma rede de apoio, não hesite em recorrer a ela. Também é importante ativar o seu networking. E, se ainda não teve a chance de construir uma rede sólida, esse pode ser o momento de começar.

Por fim, respeite o seu tempo. Não se cobre por uma reação imediata. A perda do emprego é, sim, uma forma de luto. Dê-se o tempo necessário para se adaptar à nova realidade e elaborar essa perda de forma saudável.

Fonte: Forbes Brasil


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Médicos brasileiros adotam técnica que congela osso para tratar câncer

Médicos brasileiros estão usando uma técnica de congelamento para tratar câncer nos ossos. Ainda pouco usado no Brasil, o método foi desenvolvido no Japão, onde é aplicado como rotina há 13 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Saúde Empresarial, por Redação

Sírio-Libanês atenderá SUS com gestão de hospital estadual

O Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, passa a atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao assumir a gestão do Hospital Geral do Grajaú e do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Interlagos, ambos na Zona Sul da capital paulista.

Deixe seu Comentário:

=