Publicado por Redação em Notícias Gerais - 06/07/2012

Em apenas seis meses, projeções para economia brasileira despencam

Ao longo dos seis primeiros meses do ano, o Banco Central divulgou 26 edições do Relatório Focus. Do total, 13 publicações, exatamente a metade, revisaram as expectativas do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro para baixo. A percepção de piora no nível de atividade do país tem respaldo nos sucessivos indicadores econômicos divulgados desde então. A inflação já demonstra arrefecimento na demanda doméstica, a produção industrial acumula saldo negativo no ano e o PIB do primeiro trimestre só decepcionou os mercados.

"As projeções só se deterioram desde que o ano começou. O mercado esperava que o país reagisse logo no segundo trimestre, o que não se concretizou. Em seguida vieram dados de desempenho industrial e o aguardado mometo da virada ficou para trás", afirma Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.

Até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que insistia em afirmar que a economia cresceria 4% este ano, já admite que o país não se aproximará de sua expansão potencial em 2012. "A crise global piorou e vai produzir os mesmos efeitos de 2009 na economia brasileira", assumiu nesta semana durante evento com empresários em São Paulo.

Poderes limitados
A crise lá fora, contudo, é apenas uma parte da história. Segundo Rosa, as medidas lançadas nos últimos meses para estimular o consumo, como redução de impostos na produção e na folha de pagamentos, além de corte na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) para linhas de financiamento das empresas, surtirão pouco efeito no que compete ao fomento dos investimentos e do consumo - itens que já pressionam os resultados consolidados do PIB.

"Os estímulos monetários, como corte na Selic (taxa básica de juros), terão mais impacto do que esses pacotes lançados pelo governo, mas o crescimento do país tende a se manter anêmico também no segundo semestre", projeta.

De acordo com estimativas da SulAmérica, o PIB apresentará espansão de 1,9% em 2012. Para isso, será preciso que o nível de atividades registre aumento de 4% em termos anualizados até dezembro. Vale destacar que, até o momento, essa alta é de 1% (no acumulado dos últimos doze meses), segundo cálculos da instituição financeira.  

Rosa destaca, ainda, que a forte desaceleração dos investimentos produtivos deve impactar o mercado de trabalho até dezembro. "É provável que a taxa de desemprego saia da mínima história este ano - com o agravamento da crise lá fora, dificilmente veremos aumento dos investimentos tão cedo", complementa.

Mas, como não poderia deixar de ser, Mantega continua tentando elevar os ânimos do mercado. "No segundo semestre estaremos com uma economia mais competitiva. Apresentamos uma série de medidas estruturais que terão efeito, não só em função da crise, mas para tornar a economia brasileira mais sólida no futuro”, declarou no evento.

Mais do mesmo?
No âmbito internacional, o cenário europeu continua no foco de preocupações do investidor. De fato, muita coisa já aconteceu nesses últimos seis meses, como eleições gregas, desaceleração na produção e na demanda do continente, aumento da aversão ao risco - que levou os juros da dívida espanhola a superar o patamar de 7% -, risco de insolvência de diversas instituições financeiras, rebaixamento de rating dos bancos, troca de farpas entre líderes... mas os países do grupo mantém esforços para estancar os efeitos da crise.

Uma série de medidas e injeções de liquidez já foram anunciadas lá fora, e muitas outras estão por vir. Mas, enquanto a única certerza é a incerteza, por aqui os analistas ficam atentos ao grau de contágio da crise na economia doméstica.

Confira a redução das projeções já feitas para a economia no primeiro semestre do ano:

Indicador Projeções para 2012
Dezembro
de 2011 
Junho
de 2012 
IPCA 5,32% 5,15%
PIB 3,30% 2,72%
Selic 9,50 a.a. 8,00 a.a.
Produção industrial 3,43% 1,15%
Câmbio (US$/R$) 1,75 1,90
Fonte: Relatório Focus, do Banco Central

Fonte: Infomoney


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