Publicado por Redação em Dental - 28/06/2011

Gelo e sorvete podem se relacionar bem com os dentes?

 

O dente é composto de dentina, vale dizer, o marfim dos dentes, que circunda a polpa dentária, popularmente chamada de “nervo”, e está recoberto por esmalte, na coroa, e por cemento, na raiz. Oco por dentro, forma uma cavidade recheada pela polpa dentária que lhe dá vida, ou seja, mantém sua vitalidade.
 
Polpa, o coração do dente
 
Basicamente, desempenha ela algumas funções: é um órgão de defesa, suas células produzem dentina, seus vasos sanguíneos nutrem o dente e as fibras nervosas respondem por todas as sensações que o dente experimenta. Mesmo por isso, podemos considerá-la como o coração do dente.
 
Todavia, pode-se dizer que sua tarefa primordial é a formação de dentina por todo o contorno da cavidade pulpar, reduz-lhe progressivamente o volume, sem modificar-lhe a forma geral. Ao longo do processo, com o decorrer da idade, a cavidade vai se obliterando e a polpa diminuindo.
 
Em suma, a polpa tem um destino genético de modelar sua própria casa, tornando-a, com o correr dos anos, cada vez menor.
 
Todo ataque ao dente, mesmo limitado ao esmalte, repercute na polpa e toda alteração na dentina corresponde à alteração pulpar.
 
A resposta da polpa depende da intensidade e freqüência da estimulação irritante, que pode ser traduzida desde alguns estímulos dolorosos leves, até processos de natureza degenerativa ou inflamatória, chegando à morte pulpar.
 
Câmara pulpar: a exígua moradia da polpa
 
É bom lembrar que a polpa está contida ou mora em uma cavidade inextensível, isto é se sofrer alguma injúria não tem para onde se expandir.
 
Por exemplo, se no braço ocorre uma batida, ou um pequeno corte, há um edema, que incha, aumenta de volume, mas tem para onde expandir. Quando alguma afecção se dá na polpa, não tendo como aumentar de volume, já que as paredes do dente são duras, ela comprime as fibras nervosas e os vasos sanguíneos, provocando a dor e, por conseqüência, a possibilidade de ocorrer a morte pulpar.
 
Mudanças de temperatura: danos à vitalidade pulpar
 
O frio e o calor desencadeiam reações pulpares que, de acordo com a intensidade, podem ocasionar lesões permanentes.
 
É por esse motivo que não se deve expor os dentes a grandes variações de temperatura: muito quente ou muito frio. Ou até mesmo passar do quente para o frio ou vice-versa, como comer uma coisa gelada e em seguida uma muito quente.
 
Uma queixa comum é a de sentir dor nos dentes da frente quando se come algo gelado. Realmente os dentes da frente, por serem mais estreitos, mais magros e, portanto, possuírem uma camada de dentina mais delgada que os dentes de trás, percebem o frio com mais facilidade que os dentes mais espessos, como os molares e até os pré-molares e os caninos.
 
Ao saborear um delicioso picolé, procure não mordê-lo com os dentes, para não colocar o gelado diretamente sobre eles. E, dessa forma, deve ser o procedimento com todos os alimentos gelados: tenha o cuidado de colocá-los dentro da boca, em cima da língua, evitando o contato direto do dente com a temperatura muito baixa.
 
Uma prática comum entre crianças e adolescentes é morder e mastigar pedra de gelo. Nada recomendado e nada mais errôneo, pois além de expor o dente à baixa temperatura, ainda se corre o sério risco de fraturar o dente. A estrutura dentária é muito friável, isto é, reduz-se a fragmentos e pode-se partir com facilidade quando tritura substâncias consistentes e sólidas.
 
Gelo e sorvete podem se relacionar bem com os dentes?
 
Voltando à pergunta, a convivência até pode ser salutar, desde que sejam tomadas as precauções já descritas. Dentre as diversões da infância, chupar gelo e tomar sorvete estão entre as lembranças mais queridas.
Há de se seguir, no entanto, regrinhas básicas e simples para que o prazer não se transforme em dor.
 
Fonte: odontologika.uol.com.br | 28.06.11

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