Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 28/10/2013

Hospitais relatam experiências com sistema de gestão integrado

Podemos dizer que as necessidades da saúde brasileira ao longo dos anos deixaram um legado um tanto quanto complexo para o departamento de TI das instituições prestadoras. Um emaranhado de sistemas “caseiros” para o controle das diversas áreas assistenciais e administrativas ainda é realidade em grande parte dos estabelecimentos. Porém, uma realidade que – pressionada pela necessidade da alta produtividade e eficiência – está com os dias contados. E o que vimos durante a 5° edição do MV Experience Fórum 2013 (24 e 25 de outubro), em Recife, é que os gestores precisam ter coragem na condução da “virada de chave” de um sistema ultrapassado e “acomodado” para outro moderno e completamente digital.

“E seja o que Deus quiser”. A frase proferida pela Chefe de Gabinete do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, Irma de Godoy, exemplifica a insegurança em torno de uma decisão como esta e, ao mesmo tempo, a confiança que é preciso ter para que o novo comece a operar, ainda mais em uma entidade com 447 leitos como é o caso citado.

Depois de estabelecidos os critérios de escolha do fornecedor e um longo processo de edital, o dia 1° de junho de 2012 marcou a cidade de Botucatu, pois o Hospital das Clínicas informatizou todo o processo de cadastro para as consultas e o resultado foi a formação de uma extensa fila que virou manchete nos jornais.

O período de adaptação dos funcionários junto às novas tecnologias nunca é fácil. As resistências e dificuldades foram semelhantes em diversas instituições que apresentaram seus cases durante o encontro em Recife, mas os benefícios nos mais variados âmbitos em um curto espaço de tempo ficaram evidentes nesses dois dias de Fórum. “Eu só pensava: não dá para voltar atrás, temos que tocar esse barco”, conta Irma.

Atualmente as áreas ambulatoriais, de internação, PS adulto e infantil, farmácia, entre outras rodam no sistema de gestão MV, que permite melhorias no controle de leitos, na classificação de riscos na urgência e emergência, no controle do estoque da lavanderia etc.

Também com um projeto audacioso, o complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) está na primeira fase para informatizar a rede que possui 2.300 leitos e atende quatro milhões de pacientes ano. Paralelamente a este trabalho, o HCFMUSP tem concentrado esforços para resgatar a motivação dos colaboradores por meio de um programa chamado Brilho nos Olhos.

De acordo com o coordenador de TI do hospital, Jacson de Barros, a entidade não tem hoje um PEP integrado pela dificuldade de alinhamento dos vocabulários e pela distinta maturidade dos sistemas.

Dentro os resultados alcançados com o sistema SoulMV, até então instalado na plataforma de nuvem privada do HC, no ambulatório do funcionário e integrado com alguns sistemas internos, estão – nas palavras de Barros: aumento de receita no primeiro ano de 26,8% com indicadores de atendimento semelhantes ao ano anterior; padronização do MAT/MED (possível através do PEP); alimentação do faturamento automaticamente; ferramenta de controle de contas em aberto e contas sem remessa e redução do tempo de fechamento contábil mensal em seis dias em média. Além disso, o executivo listou alguns outros benefícios que caracterizou como “extras”, também comumente citados por outros prestadores: integração maior entre as equipes; ajuste de processos; ajuste e definição de parâmetros corporativos, independente dos sistemas de informações e uniformização do vocabulário médico.

Apesar do menor porte, também tendo enfrentado resistência na hora de “virar a chave” do sistema, o coordenador de sistemas do Hospital Adventista do Pênfigo, Janilson Marafiga, compartilhou algumas lições aprendidas:

-todos os módulos (SoulMV) são importantes, mas se tiver que colocar mais recursos (tempo, investimento) foque no faturamento e auditoria, resolvendo seus problemas na origem;
-auditoria especializada no módulo faturamento após as primeiras entregas;
-definição detalhada de processos e fluxos na etapa do planejamento (implantação)
-setores de infraestrutura em TI e sistemas devem trabalhar juntos
-a implantação de um sistema tem sempre um início, mas nunca um fim
-podemos adquirir o sistema mais completo, integrado e seguro, porém o que vai fazer a diferença são as pessoas

Ao longos dos dois dias de evento, instituições de diferentes portes fizeram suas apresentações, todas muito semelhantes no que se refere a falta de infraestrutura, maturidade e alinhamento da TI com a visão estratégica da organização. Grande parte dos cases apresentados são de importantes instituições e bastante recentes, o que mostra o período de transformação por que a saúde está enfrentando.

Fonte: http://saudeweb.com.br

*A jornalista viajou à convite da MV para acompanhar o MV Experience Fórum 2013, em Recife


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