Publicado por Redação em Notícias Gerais - 17/07/2014

Juros ficam em 11% pelo 3º mês seguido, mesmo com inflação fora da meta

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano. A decisão foi unânime. Segundo o Copom, a manutenção foi decidida para "este momento", após avaliação do "cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação".

É a terceira reunião seguida do Copom em que os juros ficam nesse nível. Em abril, o BC subiu os juros de 10,75% para 11%. Em maio e agora, ficaram na mesma. Até abril, os juros vinham subindo numa série de nove altas seguidas, desde abril de 2013.

A manutenção dos juros, esperada pelos analistas, foi decidida mesmo com a inflação em alta. O IBGE divulgou no começo do mês que a inflação em junho estourou o limite máximo estipulado pelo governo, atingindo 6,52% no acumulado de um ano (a meta anual é 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para baixo ou para cima: ou seja, pode ir de 2,5% a 6,5%).

A Selic é uma taxa de referência para o mercado e remunera investimentos com títulos públicos, por exemplo. Não representa os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos. Segundo o Procon, os juros do cheque especial em julho estão em média em 186,67% ao ano. Mas a Selic influi nos juros cobrados do clientes final.

Essa taxa básica é usada para tentar controlar a inflação. Em tese, com juros altos, pessoas e empresas fazem menos dívidas e consomem menos, o que segura a alta de preços. Com juros menores, há mais consumo, segundo a teoria.

Em comunicado, o BC informou que "avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 11% ao ano, sem viés". Essa foi uma repetição do texto da reunião anterior, em maio. Sem viés significa que o BC não indica nem tendência de alta nem de baixa para a próxima reunião.

 A poupança continua rendendo com seu potencial máximo. Uma nova regra de 2012 estabelece que ela renda menos quando a Selic estiver igual ou inferior a 8,5% ao ano. Nesse caso, a poupança daria 70% da Selic mais a TR. Como está acima disso, o rendimento é o tradicional: 6,17% ao ano mais a TR.
Taxa de juros é ferramenta para tentar combater inflação

A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a economia. Analistas já esperavam uma alta da taxa de juros para combater a alta de preços, que tem preocupado o governo.

Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado, juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar baixo.

Se os juros estão elevados, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais alto. Essa situação deixa a economia com menos força. O lado bom é que investimentos baseados em juros são beneficiados e rendem mais para o aplicador.

Por outro lado, com juros mais baixos, há mais consumo e mais risco de inflação, porque as pessoas compram mais e nem sempre a indústria consegue produzir o suficiente. Quando há falta de produtos, a tendência é que eles fiquem mais caros.

A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a dia.


Entenda o Copom

O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros, mas a Selic já era usada como indicador desde 1986.

As reuniões do Copom ocorrem a cada 45 dias em Brasília.

O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central e os diretores de Administração, Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica, Política Monetária, Regulação do Sistema Financeiro, e Relacionamento Institucional e Cidadania.

Fonte: www.uol.com.br (Com Reuters)


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

SP paga por 1,2 mil médicos que não existem

Profissionais deveriam atuar em postos geridos por Organizações Sociais (OSs)

Notícias Gerais, por Redação

Para impulsionar PIB, governo libera R$ 42 bi extras para Estados

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira a ampliação da margem de endividamento de 17 Estados brasileiros, num total de R$ 42, 2 bilhões de reais.

Notícias Gerais, por Redação

Corte dos juros: publicidade focada nas taxas mínimas confunde consumidor

A Proteste - Associação de Consumidores alerta os consumidores que as taxas mínimas de juros anunciadas pelos principais bancos privados do País não serão oferecidas para todos, irrestritamente.

Notícias Gerais, por Redação

Novo cálculo da inflação pode favorecer queda do indicador

Cinco dos nove grupos que compõem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) perderam peso no cálculo do índice a partir deste ano, mas duas classes de despesa importantes --habitação e transportes--

Notícias Gerais, por Redação

Dilma antecipa encontro com ministro do Desenvolvimento

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, chegou ao Palácio do Planalto para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff com uma hora de antecedência. O encontro, marcado para as 16h30 desta quinta-feira (8), foi antecipado a pedido de Dilma.

Deixe seu Comentário:

=