Publicado por Redação em Vida em Grupo - 06/12/2013

Mercado potencial de seguro de vida no Brasil supera US$ 2 trilhões de soma segurada

A estabilização econômica trouxe ao Brasil a melhoria de renda e a redução do desemprego, mas grande parte da população ainda não dispõe de qualquer proteção financeira para manter seu padrão de vida em caso de morte do provedor da família. A lacuna de proteção contra mortalidade no país é de US$ 2,469 trilhões, a maior em termos absolutos entre oito países da América Latina, que juntos somam a lacuna de proteção de US$ 7,2 trilhões.
 
A estimativa foi produzida por estudo da Swiss Re, apresentado em café da manhã promovido pelo CVG-SP, na última quarta-feira, 27 de novembro, no Braston Hotel, na capital paulista. A abertura do evento foi realizada pelo presidente do CVG-SP, Dilmo Bantim Moreira, que precisou se ausentar devido a compromissos inadiáveis, transferindo a coordenação dos trabalhos ao presidente do Conselho Consultivo, Osmar Bertacini.
 

Dimensão do estudo
 
Se por um lado, a baixa penetração dos produtos de proteção no país, como o seguro de vida, significa o desamparo financeiro de muitas famílias em momento de maior vulnerabilidade, por outro, representa ao mercado de seguros a enorme oportunidade de suprir essa necessidade. Não por acaso, a Swiss Re tem todo o interesse de ajudar a desenvolver esse segmento no país, principalmente, e também no México, que apresenta iguais oportunidades de negócios, além dos demais países da América Latina. “O Brasil é muito importante para o Swiss Re, que enxerga muitas possibilidades de desenvolver junto ao mercado de seguros os negócios de vida e saúde, por meio de parcerias, inovações, novos produtos, capital e capacidade, além de capacitação”, disse Margo Black, presidente da Swiss Re, durante a abertura do evento.
 
Depois de identificar a lacuna de proteção contra mortalidade na Europa, Estados Unidos, Reino Unido e Ásia, a Swiss Re resolveu aplicar a mesma pesquisa na América Latina, gerando o primeiro estudo do gênero nessa área. Julien Descombes, Head Life & Health Products para a Europa Continental, Oriente Médio e América Latina, que veio de Zurique especialmente para o evento do CVG-SP, revelou a dimensão do estudo.
 
Dividido em duas partes, o estudo sobre o América Latina identificou, primeiramente, a lacuna de proteção contra mortalidade em oito países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Porto Rico e Venezuela), considerando a população economicamente ativa com dependentes e apenas o seguro de vida individual e coletivo. A outra parte do estudo avaliou o mercado de consumo de produtos de proteção em seis desses países, por meio de amostragem obtida em entrevistas com mil pessoas em média em cada mercado. A apresentação desta parte da pesquisa coube a Hernan Fatone, responsável pela área de subscrição de Life & Health para o Sul da Europa e América Latina.
 

O Brasil e o mundo
 
Julien Descombes pinçou da pesquisa alguns questionamentos significativos para traçar um paralelo entre o Brasil e os demais mercados mundiais. Uma das indagações realizada em todos os mercados pesquisados foi sobre os riscos mais importantes para os seus respectivos países naquele momento. A maioria apontou a preocupação com os riscos da economia, cuja média mundial apurada foi de 49%. Chamou a atenção no Brasil a preocupação dos entrevistados com os riscos de crime, terrorismo e conflitos civis. Em outras duas questões, uma sobre recursos para a aposentadoria e outra sobre suporte à saúde, o Brasil se distinguiu dos mercados da Europa com maior nível de dependência dos governos.
 
“O que os nossos consumidores realmente pensam sobre o seguro de vida, a nossa indústria e os nossos produtos?”. Foi esta pergunta, segundo Descombes, que direcionou a pesquisa da Swiss Re em nível mundial, com o propósito de auxiliar o posicionamento do mercado de seguros e proteção e ajudar no crescimento da indústria. “Também quisemos mostrar a Swiss Re como participante no setor primário de vida e saúde e não apenas como tomadora de risco por atacado”, disse.
 
No objetivo de conhecer melhor a percepção do consumidor, a pesquisa identificou três áreas áreas críticas. A primeira é a “necessidade”, cuja questão é saber se os consumidores entendem que têm necessidade de proteção. A outra é o “custo”, que se relaciona ao preço e à disposição do consumidor de pagar pelo seguro. Por fim, o “acesso” se refere aos canais e a confiança do consumidor nos mesmos.
 

A lacuna de proteção
 
Embora seja alto o montante de US$ 7,2 trilhões (média de US$ 60,628 por trabalhador), correspondente à lacuna de proteção na América Latina, este não é o maior. Nos Estados Unidos o valor é de US$ 20 trilhões; na Europa US$ 17 trilhões; e na Ásia é de US$ 41 trilhões. Porém, considerando que o número de trabalhadores com dependentes na Ásia equivale a quase 12 vezes o número dos oito mercados pesquisados, a lacuna relativa de proteção contra mortalidade é maior na América Latina. “O desafio da indústria de seguros é colossal”, disse Descombes.
 
Assim como a Europa e a Ásia, na América Latina também o preço é uma das barreiras à compra de produtos de proteção. Entretanto, enquanto nestes dois primeiros mercados a situação financeira é empecilho, na América Latina a falta de esclarecimento é o que pesa contra o consumo de seguro.
 

Oportunidades
 
Nos cálculos da Swiss Re o gap de US$ 7,2 trilhões representa enormes oportunidades às seguradoras. “Em termos de prêmios, se traduz em uma diferença de US$ 18 bilhões escalonados por ano para uma empresa que participe com apenas 1% desse mercado. Nos prêmios de seguro de vida representaria um aumento de faturamento de US$ 180 milhões por ano”, disse.
 
Para “fechar esta lacuna e capitalizar estas oportunidades”, ele forneceu algumas dicas, com base no estudo da Swiss Re. Por exemplo: em mercados com abertura modesta para proteção per capita, mas população muito grande: Desenvolver produtos padronizados e de baixo custo e alavancar múltiplos canais de distribuição. “A Swiss Re pode apoiar a indústria no desenvolvimento de produtos, vendas e distribuição, subscrição, gestão de sinistros ou de gestão de capital”, concluiu.
 

A percepção do consumidor
 
A segunda parte da pesquisa, que envolve o mercado de consumo - Customer Survey na América Latina 2013 -, será finalizada no próximo ano, segundo Hernan Fatone. Mas, ele adiantou algumas conclusões importantes sobre o Brasil, como a baixa penetração dos seguros de vida, invalidez e doença. De acordo com o estudo, 44% dos entrevistados não possuem nenhum destes produtos.
 
Na amostragem abrangendo os seis países, 21% possuem um seguro para doenças graves, já o Brasil figura com apenas 10%, índice mais baixo. Os produtos de seguros de saúde privados, previdência/investimento, proteção salarial/renda são o terceiro na lista de mais consumidos. Outra conclusão é que grande parte dos entrevistados se sente vulnerável a riscos que poderiam afetar suas vidas, como a falta de recursos para pagar tratamento (43%), acidente (39%) e doença séria (36%).
 
A pesquisa constatou que o seguro possui maior penetração nas famílias de alta renda, o que Fatone destacou como oportunidade para desenvolvimento de soluções de microsseguros para famílias com menores recursos. Um dado relevante apurado em todos os países é que menos de 10% das pessoas responderam que não precisam de cobertura ou já têm seguro suficiente. Daí porque Fatone considera que as seguradoras devem desenvolver produtos acessíveis, mas também aumentar a consciência sobre a importância da cobertura de seguro.
 
Entre os latino-americanos, as doenças graves e os cuidados a longo prazo são as preocupações mais importantes, tendência que foi confirmada pelos brasileiros (apenas 6% não se interessam pelo produto). “A compra deste produto é uma questão de consciência e não de acessibilidade”, foi a conclusão de Fatone.
 
Já em relação aos cuidados de longo prazo para os mais velhos, os entrevistados do Brasil disseram que usariam suas economias (31%) ou não teriam condições de pagar (14%). “As seguradoras podem preencher essas lacunas com produtos a preços acessíveis e conscientizando a população dos benefícios do seguro de cuidados de longo prazo”, disse.
 
Entre os canais de acesso à informação, a pesquisa confirmou outra tendência mundial: a internet é a fonte de informação preferida para 67%. Para Fatone, esse dado poderia indicar que as redes sociais poderão ser uma oportunidade para oferta de produtos de proteção, desde que sejam “fáceis de comprar, de vender e de entender”.
 
Considerando que 45% usa outras fontes de informação, como o canal bancário, o mercado poderia usar este meio para a venda de produtos simples, com apenas o risco puro de morte e no caso de doenças graves, apenas três tipos de doenças. Concluindo a apresentação da pesquisa, Fatone disse que é o momento de o mercado se comprometer com o preenchimento dessas lacunas de proteção.

Fonte: http://www.segs.com.br


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