Publicado por Redação em Notícias Gerais - 12/01/2015

Mesmo com economia fraca, crédito pode chegar a 80% do PIB em 10 anos

Mesmo com baixo crescimento, especialistas estimam caminho promissor para o mercado de crédito nos próximos 10 anos. Perspectiva traçada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) projeta o crédito em 80,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024.

A projeção, apresentada em congresso do Instituto Geoc, leva em consideração o Produto Interno Bruto real crescendo em 1,5% ao ano, a inflação próxima ao centro da meta, em 5% ao ano, e ocrédito em expansão de 10% ao ano.
Se considerada a mesma perspectiva para os empréstimos e financiamentos crescendo em 15% ao ano, o crédito pode alcançar 125,5% do PIB daqui a 10 anos, ainda de acordo com a projeção traçada pela Febraban.

"Os bancos estão com tesouraria cheia. Capital eles têm. O que eles querem, para expandir os empréstimos, é mais facilidade e segurança de crédito", avaliou Jair Lantaller, vice-presidente do Instituto Geoc, que reúne as 16 principais empresas de cobrança do Brasil.
Alguns marcos regulatórios apontados pela Febraban e corroborados por Lantaller para facilitação da liberação de crédito pelos bancos foram a regulamentação consignado privado - autorizando o desconto da prestação direto no depósito do salário - e a dispensa de protesto em cartório para comprovação de inadimplência na alienação fiduciária, que passará a ser feita por AR (aviso de recebimento) e agilizará a tomada de bens em caso de calote.

Dados do Banco Central mostram que, em novembro de 2014, o crédito estava em 58% do PIB, enquanto em 2007 fechou o ano em 35,5% do produto. O crescimento do estoque de empréstimos entre novembro de 2014 e o mesmo mês de 2013 foi de 10,8%.
Conjuntura macro
Para Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), o crédito é uma variável atrelada ao ciclo econômico: os empréstimos crescem se a atividade econômica está em bom momento, e vice-versa.

"O Brasil precisa de condições para crescer. Estamos na primeira etapa, de ampliar potencial e de criar perspectivas de investimentos e com isso baixar o custo Brasil, aumentar a produtividade e ter possibilidades de investir em infraestrutura", observou Tingas. "Só assim o crédito vai andar no mesmo ritmo", completou o economista.
Na avaliação de Patricia Krause, economista chefe da Compagnie Française d'Assurance pour le Commerce Extérieur (Coface), o crédito deve crescer na faixa de 8% por um tempo, pressionado principalmente pela redução dos aportes do Tesouro ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"Depois disso, dependendo de como a economia responder aos ajustes [fiscais prometidos pela nova equipe econômica do governo federal], pode ser que volte uma expansão mais significativa", analisou.
Incertezas
Segundo Tingas, o problema do Brasil é a dificuldade de se fazer projeções certeiras de longo prazo.

"O grau de incerteza é sempre maior que o desejado. Em países que têm previsibilidade econômica e financeira melhor que a nossa é mais fácil se fazer previsões. Um dos principais motivos para que a economia brasileira andar no curto prazo é que a inflação é alta historicamente", afirmou.
Tingas disse que a propensão do sistema de bancos privados é de aumentar o volume de negócio, mas salientou que "isso depende da melhora das condições do consumidor".

"O consumidor já está em processo de ajustes e dá sinais de que está começando a ter maior equilíbrio em seu orçamento. Se a conjuntura ajudá-lo a confiar no futuro, na manutenção de emprego e renda, ele pode aumentar o consumo e utilizar crédito", finalizou o economista.

Fonte: www.aserc.org.br


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