Publicado por Redação em Dental - 09/01/2012

Pessoas com necessidades especiais têm direito a tratamento odontológico especial

Muitos cirurgiões-dentistas atendem pessoas com necessidades especiais em seus consultórios e o fazem muito bem. Mas, apesar de toda boa intenção por parte dos profissionais, alguns pacientes passam por experiências desagradáveis e traumáticas por falta de abordagem adequada. Geralmente, são pacientes com problemas neuromotores, de aprendizagem, com doenças sistêmicas crônicas e até mesmo dificuldades psicossociais e transtornos emocionais.

“Felizmente, o Brasil foi o primeiro país no mundo a reconhecer a Odontologia voltada para pacientes com necessidades especiais – o que, ainda hoje, não acontece em vários outros países da América Latina e do mundo. Entretanto, ainda há que se fazer um grande trabalho educativo nesse sentido”, diz Leda Mugayar, cirurgiã-dentista e odontopediatra, que vai participar do 30° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, entre 28 e 31 de janeiro.

Depois de avaliar as condições gerais, comportamentais e bucais do paciente, bem como sua adaptação ao consultório odontológico, o profissional determinará se o tratamento será realizado na clínica ou em ambiente hospitalar. “É preciso aprender a identificar a resposta do paciente ao ambiente e ao contato com o cirurgião-dentista. Muitas vezes, um trabalho de dessensibilização é fundamental para que se estabeleça uma relação de confiança e uma sensação de conforto, por parte do paciente, favorecendo o tratamento”, diz a especialista.

De acordo com Leda Mugayar, a dessensibilização geralmente envolve um processo de exercícios que incluem massagem, estimulação, relaxamento e contato. Além de permitir que o paciente se acostume a ser tocado, é importante para a redução do estresse e ansiedade que a ida ao cirurgião-dentista pode gerar, além da necessidade de permanecer de boca aberta por tempo suficiente, ouvir o som do ‘motorzinho’, ser anestesiado, e das sensações durante o processo. Enfim, trata-se de um grande impacto sensorial que precisa ser compreendido, monitorado e minimizado pelo profissional especializado.

Outra medida essencial apontada pela cirurgiã-dentista é implementar a saúde oral a partir da prevenção de cáries e doenças que acometem a gengiva, bem como o conhecimento de fatores orais ou bucais que afetam a saúde geral e vice-versa. “Trata-se de planejar melhor todas as ações para levar informação adequada ao paciente e sua família e, por extensão, à população. Dados do IBGE revelam que cerca de 15% do povo brasileiro tem alguma necessidade especial. E esses pacientes merecem uma Odontologia à altura, pronta para interagir da melhor forma possível não somente com eles e suas famílias, mas com a comunidade que os envolve”.

De acordo com Leda Mugayar, como a cárie é uma doença infectocontagiosa, é preciso saber que o quadro é resultado de quatro fatores: bactéria, dieta, imunidade e tempo. “A dieta ideal para reforçar a imunidade e manter uma boa saúde oral inclui muitos vegetais, frutas, legumes, leite, carne, queijo e cereais. Carboidratos, refrigerantes e doces devem ser evitados. Até mesmo os xaropes que contêm muito açúcar devem ser substituídos na medida do possível”, diz – alertando que a higienização da cavidade oral deve ser iniciada em idade bem precoce. “Se possível, antes mesmo da erupção dos dentes decíduos, para que tenhamos oportunidade de educar os pais e cuidadores numa primeira instância e, com o passar do tempo, os pacientes”.

Reservar tempo durante o dia e antes de dormir para os cuidados com a higiene bucal – contando com o correto uso da escova de dentes, do fio dental e dos enxaguantes à base de clorexidina – é outro ponto fundamental na opinião da odontopediatra. “Quando tratamos de pacientes com necessidades especiais podemos e devemos lançar mão de outros recursos auxiliares que facilitem a realização da higiene oral diária”.

No dia 28 de janeiro de 2012, entre 12h e 15h, Leda Mugayar irá coordenar o Simpósio sobre Pacientes com Necessidades Especiais dentro do 30° CIOSP, que acontecerá no Expo Center Norte. Além de técnicas alternativas de tratamento, outros assuntos pertinentes serão apresentados, como aspectos psicológicos, contenção física, contenção química, anestesia geral, homeopatia aplicada, musicoterapia e equoterapia, entre outros. Informações: www.ciosp.com.br

Fonte:www.pautas.incorporativa.com.br|09.01.12


Posts relacionados

Dental, por Redação

Saiba como as drogas prejudicam a saúde bucal

Dentre inúmeros prejuízos à cavidade bucal, o uso de tabaco, álcool e drogas alucinógenas contribuem para quadros de infecção, queimaduras da mucosa, halitose, erosão dentária e até câncer.

Dental, por Redação

Corpo saudável depende também das condições da boca

Falar, mastigar, deglutir e reconhecer o sabor dos alimentos são algumas das ações realizadas pela boca e seus componentes consideradas fundamentais para a sobrevivência do ser humano.

Dental, por Redação

Adolescência requer cuidado com a boca

Odontohebiatria. Um nome diferente para muitas pessoas, mas não na medicina, nem, tampouco, na odontologia. Esse profissional cuida da saúde bucal (dos dentes) do adolescente.

Deixe seu Comentário:

=