Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 28/05/2025
Pets no centro da estratégia: como animais de estimação estão ajudando empresas a enfrentar a crise de saúde mental
A saúde mental dos trabalhadores brasileiros vive uma crise sem precedentes. Em 2024, mais de 472 mil profissionais foram afastados de suas funções por transtornos como ansiedade, depressão e burnout, de acordo com dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O impacto é duplo: humano e financeiro. Os afastamentos duram em média três meses e custam aproximadamente R$ 1.900 por colaborador/mês, gerando um prejuízo superior a R$ 3 bilhões aos cofres públicos.
Diante desse cenário, o setor de Recursos Humanos tem buscado alternativas inovadoras e eficazes para preservar o bem-estar dos colaboradores — e uma solução promissora vem do universo pet. Com mais de 160 milhões de animais de estimação no país, o Brasil é hoje o terceiro maior mercado pet do mundo, e a presença dos animais no dia a dia começa a ser integrada às estratégias de gestão de pessoas.
“Estudos já comprovaram que a convivência com animais reduz os níveis de estresse, melhora o humor e aumenta a sensação de bem-estar. No ambiente corporativo, isso se traduz em mais engajamento, produtividade e equilíbrio emocional”, explica Rodrigo Gomes, cofundador e CEO da Budz, pet tech brasileira que une tecnologia e saúde animal com foco no cuidado emocional dos tutores.
Dados que comprovam o impacto positivo dos pets na saúde mental
Segundo o Instituto de Pesquisa Animal Waltham Pet Care Science, a interação com animais eleva a produção de ocitocina – o hormônio associado ao afeto – e reduz o cortisol, responsável pelo estresse. A mesma tendência aparece em uma pesquisa da Edelman Intelligence, feita em parceria com a HABRI e a Mars Petcare, que revelou que 80% das pessoas se sentem menos solitárias ao conviver com um pet.
Para Rodrigo Gomes, o RH deve olhar para essa realidade como parte da estratégia de gestão: “Colaboradores que mantêm uma rotina próxima aos seus pets tendem a apresentar melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Incorporar esse fator nas políticas internas é reconhecer o ser humano por completo”.
Pets como diferencial competitivo e ferramenta de employer branding
Além de promover saúde emocional, a cultura pet-friendly pode gerar vantagem competitiva para atração e retenção de talentos, segundo Jaimes Almeida Neto, cofundador e CRO da Budz. A empresa, que já conta com mais de 150 mil usuários ativos, oferece soluções corporativas para integrar o bem-estar animal ao ambiente de trabalho por meio de benefícios pet, acompanhamento por IA e programas de engajamento.
“Empresas que já adotam políticas pet-friendly relatam melhor clima organizacional, maior retenção de talentos e profissionais mais motivados. Num momento de crise de saúde mental, a inovação passa também pelo cuidado emocional, e os pets têm se consolidado como um apoio fundamental nessa jornada”, destaca Jaimes.
Oportunidade para o RH ser protagonista do bem-estar corporativo
A crise de saúde mental no Brasil exige uma resposta estratégica e humanizada por parte das lideranças empresariais. Iniciativas que envolvem pets não são apenas ações simpáticas: elas têm embasamento científico, geram impacto emocional positivo e reafirmam o papel do RH como agente de transformação da cultura organizacional.
Num mundo corporativo cada vez mais atento às necessidades emocionais dos colaboradores, integrar o cuidado com os pets aos benefícios e práticas de gestão é mais do que uma tendência — é uma oportunidade concreta de construir ambientes de trabalho mais saudáveis, inovadores e humanos.
Fonte: Mundo RH