Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 16/08/2011

Proposta de criação de sociedade de transplante de medula óssea é analisada

Especialistas em transplante de medula óssea do Brasil e da América do Sul estão estudando a possibilidade de criação de uma sociedade  latinoamericana, em atendimento a uma solicitação da Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo é que essa entidade possa representar a região e fornecer dados epidemiológicos para a OMS.
 
A informação foi nesta domingo (14) à Agência Brasil pelo presidente do 15º Congresso da Sociedade  Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), o hematologista Luis Fernando Bouzas. Ele é diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e  coordenador nacional do Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome). O congresso foi encerrado hoje no Rio.
 
O Redome conta atualmente com 2,4 milhões de doadores. “É o terceiro maior registro do mundo e tem captação anual de 400 mil a 500 mil doadores. É um dos registros que mais cresce no mundo e é abrangente, ou seja, está buscando doador em todas as partes do país, baseado na rede dos hemocentros e dos laboratórios de histocompatibilidade, que hoje estão bem disseminados”.
 
O Inca busca agora a qualificação do registro, para que seja em quantidade suficiente, e que os doadores estejam fidelizados, mantenham seus cadastros em dia e possam ser localizados facilmente em caso de necessidade, disse Bouzas. Outra meta é buscar, dentro da população brasileira, segmentos específicos que apresentam dificuldade genética em encontrar doador. Um exemplo é a baixa participação de pessoas orientais.
 
O trabalho vai direcionar as campanhas para as regiões de menor representatividade no Redome, como  o Nordeste, o Norte e o Centro-Oeste. Não estão sendo mais recomendadas campanhas abertas, sem direcionamento, explicou o especialista. “A gente agora está  tentando orientar os centros para que façam campanhas em nichos específicos da população”.
 
Uma dificuldade que a Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea está procurando resolver no Ministério da Saúde é a criação de leitos em regiões onde as atividades não são contempladas, além do aumento do número disponibilizado atualmente. Hoje, 90% dos transplantes  são custeados pelo sistema público de saúde, que conta com um total de 350 leitos. “É insuficiente”. São necessários, segundo Bouzas, mais 80 leitos para atender à demanda do país, além da qualificação dos leitos existentes e do treinamento das equipes. “Não adianta criar leitos se não há equipes”, observou.
 
O Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), criado em 2000, tem um estoque de 6,8 mil pacientes inscritos. Desses, entre 800 e 1000 estão atualmente na fase de busca de doadores, sendo  cerca de 700 ativos.
 
A meta este ano é chegar a 200 ou 210 transplantes realizados, o que representará acréscimo de cerca de 30% em relação ao ano passado, quando foram feitos 167 transplantes. Até junho, foram 110 transplantes. “Só  transplantes com doadores oriundos do Redome”, disse Bouzas. Para ele, embora seja subnotificado no Brasil, o total de transplantes de medula óssea no país se encontra na faixa de 1,8 mil a 2 mil.
 
Aí estão incluídos todos os tipos de transplantes: autólogos, isto é, que utilizam material  da própria pessoa; alogênicos (com doador aparentado); e com  doador não aparentado.
 
Bouzas acrescentou que a informatização do Redome contribuiu para ampliar o número de doadores, ao mesmo tempo em que facilitou a comunicação entre os laboratórios e os hemocentros e a formação do cadastro do Rereme. O Inca está buscando, no momento, promover a  atualização dos dois sistemas.
 
O transplante de medula óssea é a única chance de cura para  leucemias agudas e crônicas, vários tipos de anemias graves adquiridas e congênitas, vários tipos de imunodeficiências, linfomas e tumores. “São em torno de 60 a 70 doenças diferentes que podem ser tratadas com o transplante, muitas delas obtendo cura com esse procedimento”. Bouzas explicou que também o diabetes tipo 1 e a multiesclerose, doenças autoimunes, podem ser controladas com o transplante autólogo de medula óssea. “É uma alternativa para doenças que não têm perspectiva de tratamento”.
 
Fonte: www.saudeweb.com.br | 16.08.11

Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Pressão do governo pode forçar consolidação na saúde

Na área de saúde suplementar privada, com mais de 1.300 operadoras em atuação - dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) -, a possibilidade de haver uma concentração de "poder" na mão de grandes players fica ainda mais evidente.

Saúde Empresarial, por Redação

Ficar sem dormir para estudar não dá bons resultados

Todos os estudantes conhecem o script: encher-se de cafeína para afastar o sono e conseguir estudar o máximo na noite anterior à prova.

Saúde Empresarial, por Redação

Combinar atividades que estimulam mente e corpo é melhor para a memória

Diversas pesquisas feitas anteriormente já mostraram que atividades que estimulam o cérebro, inclusive aquelas envolvendo o uso de computador, assim como exercícios físicos, protegem uma pessoa contra a perda de memória.

Deixe seu Comentário:

=