Publicado por Redação em Previdência Corporate - 06/03/2012

Rotatividade no Brasil pressiona Previdência

Com terceirização, trabalhadores só contribuem para INSS por 7 meses no ano

A alta rotatividade entre os trabalhadores formais terceirizados em todo o país pode pressionar o déficit da Previdência Social. A advertência foi pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, ao apresentar o estudo A Dinâmica das Contratações no Trabalho Terceirizado.

Em 2010, a taxa de rotatividade dos terceirizados em São Paulo chegou a 76,2% superior à dos ocupados não terceirizados. De 2004 a 2010, a rotatividade dos não terceirizados passou de 32,9% para 36,1%. Já a dos empregados terceirizados passou de 60,4% para 63,6% no estado.

Pochmann destacou que, no Estado de São Paulo, há 700 mil trabalhadores terceirizados. Como sua alta rotatividade, esses trabalhadores contribuem, em média, apenas durante sete dos 12 meses do ano para a Previdência.

"O problema é que estamos em um regime previdenciário no qual, para alcançar a aposentadoria, é preciso ter 35 anos de contribuição. Se esse é um segmento que estrutura o mercado de trabalho, em algum momento, vamos ter um problema no financiamento previdenciário. E, de outro lado, a dificuldade do trabalhador se aposentar", disse Pochmann, segundo a Agência Brasil.

O estudo foi elaborado para o Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra, Trabalho Temporário, Leitura de Medidores e Entrega de Avisos do Estado de São Paulo (Sindeepres).

Pochmann citou o caso de um homem, que comece a trabalhar aos 16 anos: "Com mais 35 anos de contribuição, ele estará em condições de se aposentar a partir dos 51 anos de idade. Mas, no caso de um terceirizado, que não consegue contribuir por 12 meses, e, sim, por sete meses, será preciso 64 anos para poder contribuir 35 anos. Ou seja, só vai se aposentar aos 80 anos de idade", estimou.

E conclui que essa pessoa vai preferir se aposentar por idade, sem precisar contribuir por 35 anos para o INSS, elevando o déficit da Previdência.

Fonte: monitormercantil


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