Publicado por Redação em Dental - 01/07/2015

Proteína retirada de hamster cria osso natural para implante

A proteína clonada do DNA humano chama as células responsáveis pela produção de osso para a região dos seios faciais e as estimula a produzir mais osso

Clonada do DNA humano, a proteína formadora de osso cria um novo material natural na boca do paciente a partir de estímulos do próprio organismo.

Em busca de sorrisos mais bonitos, pessoas que perderam seus dentes ao longo da vida têm buscado solução nos implantes dentários. Mas alguns encontram dificuldades para realizar esse sonho por causa de problemas na estrutura óssea bucal, havendo a necessidade de se fazer enxertos na região. Para esse público, a proteína formadora de osso promete um resultado mais natural, rápido e eficiente.

Obtida a partir da engenharia genética, essa proteína (bio material) é a mais nova forma de se produzir osso. “Todos os seres humanos possuem essa proteína no tecido ósseo, responsável pelo processo constante de renovação do esqueleto. Então, ela foi clonada do DNA humano e assim conseguiu-se produzi-la em uma escala industrial”, diz José Flávio Torezan, professor coordenador do curso de especialização de implantes da APDC (Associação Paulista dos Cirurgiões-Dentistas)

Uma vez introduzida nos seios maxilares do paciente, essa proteína, que é comercializada em kits de diversos tamanhos de acordo com a necessidade do cirurgião, passa a mandar mensagens químicas para o organismo e para as células do corpo funcionando com um imã.

“Ela chama as células responsáveis pela produção de osso para aquela região e as estimula a produzir mais osso, ou seja, é criado um novo osso a partir de estímulos químicos do próprio organismo”, diz o especialista.

E o grande diferencial dessa técnica é justamente esse, como o novo osso é produzido pelo próprio organismo, o índice de rejeição é mínimo e o processo de cicatrização bem mais rápido.

Beneficiados
Esse novo material veio para facilitar a vida de pessoas com dificuldade de cicatrização, como fumantes, diabéticos e pessoas mais idosas. “Quando um fumante passa por um processo cirúrgico é normal que haja uma menor chegada de células reparadoras ou regeneradoras no local operado e, por conta disso, a cicatrização deles é mais lenta, as feridas costumam abrir e infeccionar com mais frequência, podendo causar um insucesso do procedimento”, diz José.

Com a proteína formadora de osso esse problema se torna bem menor. “Esses pacientes são uns dos principais beneficiados pelos estímulos químicos de cicatrização desse bio material”, diz o especialista.

Essa facilidade de cicatrização, a diminuição da possibilidade de rejeição e a redução do tempo do procedimento cirúrgico não são os únicos pontos positivos da utilização dessa proteína. “A criação pelo próprio organismo de um osso vivo e natural é fantástico e único. Além disso, não há a necessidade de remoção do enxerto do organismo do paciente”, diz o cirurgião.

Custo alto
Porém, por ser importado dos Estados Unidos e por precisar de muito material vivo para a sua produção – a clonagem é feita a partir de células dos ovários de hamsters chineses –, o custo desse procedimento acaba saindo muito alto. “O valor chega a ser 50 vezes maior do que de um procedimento que usa outro tipo de bio material (como animal ou de doador)”, diz José Flávio.

Além disso, o pós- operatório é um pouco mais longo. “Por se uma substância que estimula a atividade química no local, a inflamação ocorre em maior escala, por um período que dura cerca de um mês e ela não cede com o uso de antibióticos, deixando o local bastante inchado durante esse período”, diz José.

Apesar dessas desvantagens, José acredita que essa forma de enxerto ósseo é hoje uma das melhores opções da odontologia. “Vale ressaltar que não existe nenhum biomaterial para enxerto melhor do que o retirado do próprio paciente (autógeno), porém quando isso não é possível, essa proteína óssea clonada do DNA humano, torna-se a melhor ferramenta”, conclui o especialista.

Fonte: Terra Saúde Bucal


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