Publicado por Redação em Previdência Corporate - 29/11/2011

Brasileiros não planejam aposentadoria no País

Aposentadoria no Brasil ainda causa preocupação na população. Muitos dos brasileiros que já entraram na fase de beneficiários da Previdência recebem apenas um salário-mínimo (R$ 545). E esse é um dos principais motivos para o nervosismo: como viver apenas com esse valor mensal em fase delicada da vida, na qual muitas vezes são necessários gastos bem superiores para manter a própria saúde? Uma das saídas para esta situação é optar pela aposentadoria privada, seja por modalidades específicas, seja por investimentos. No entanto, 42% dos brasileiros ainda não fazem suas contas e reservas para a fase da melhor idade.

Esse percentual nacional que não se planeja para a aposentadoria é maior do que a média mundial. Neste ano, 38% dos consumidores espalhados pelo mundo não juntavam, ainda, recursos em poupança ou investimentos como garantia de melhores condições de vida no futuro.

Nem sempre é falta de conhecimento ou despreocupação. Os gastos atuais para a sobrevivência da família não deixam sobras para reservas, como é o caso do técnico em telefonia Renato de Rezende, 46 anos. Ele sustenta a mulher e dois filhos e afirma não ter, ainda, como guardar dinheiro. "Pensar, eu já pensei em guardar. Mas agora não dá. Quem sabe daqui a alguns anos eu consigo. E pretendo comprar imóveis como investimentos, porque se colocar na poupança, é difícil segurar o dinheiro", disse.

Os resultados foram captados por pesquisa do HSBC, que publicou o relatório O Futuro da Aposentadoria: O poder do Planejamento. A instituição financeira inglesa, que foi fundada em Hong Kong, entrevistou 17 mil pessoas em 17 países. Todos com idades entre 30 e 60 anos. No Brasil, o banco recolheu as opiniões de 1.027 consumidores.

Apesar de o resultado maior no País, apenas 17% dos brasileiros entrevistados associaram a aposentadoria a dificuldades financeiras. E a maior preocupação é do grupo feminino. O relatório revela de 32% das mulheres pesquisadas acreditam que suas aposentadorias serão períodos de problemas financeiros. Por outro lado, apenas 15% dos homens no País fazem essa relação. Ambos pertencem ao grupo da faixa de 40 anos.

O levantamento captou que 53% dos brasileiros, mesmo com as possíveis dificuldades que enfrentarão, esperam estar em melhor situação do que os seus pais durante a aposentadoria. No entanto, 18% afirmaram que a expectativa é de que será bem mais difícil a vida em comparação aos seus pais.

O principal motivo citado pelos consumidores para que o cenário seja pior são as pensões do Estado, ou seja, aposentadorias da Previdência. O banco captou que 25% dos brasileiros informaram que as aposentadorias do governo não são tão generosas como costumavam ser, o que desperta preocupação quanto a qualidade de vida.

Cálculos devem ter como base juros de países desenvolvidos

É necessário levar em consideração as taxas de juros dos países desenvolvidos, que giram entre 1% ao ano a 4% trabalhando com mais risco em aplicações, para o planejamento da aposentadoria, afirmou o especialistas em finanças pessoais André Massaro.

Ele acredita que a tendência do Brasil é seguir para as economias dos países desenvolvidos, cujos juros são bem mais baixos do que no País. "E quanto mais desenvolvida a economia, menos desenvolvida a taxa de juros", brincou.

Hoje, no País, a taxa básica de juros, Selic, é de 11,5% ao ano. Esse percentual, sendo o maior do mundo, atrai os investidores para o mercado financeiro. Mas se o Banco Central, em longo prazo (até 30 anos), diminuir esse percentual aos patamares dos outros países, a poupança também deverá ser rebaixada, para que os investidores não guardem tudo na caderneta e o País corra o risco de quebrar, disse Massaro.

 "Calculando os valores a serem aplicados por mês, com base no planejamento, se forem levados em conta os juros internacionais, a pior situação será os poupadores terem retornos nessas taxas. Se os juros do País não caírem no longo prazo, melhor ainda para quem guardou", explicou.

Ele destacou que, além de planejar e calcular, é necessário cumprir os pontos do planejamento para acumular a aposentadoria.

Otimismo é maior do que o pessimismo

Mesmo com os 18% dos brasileiros esperando que a situação será pior do que a dos seus pais quando se aposentarem, 53% afirmam o contrário. Este é o caso do encarregado de obras Antonio Gonçalves, 52 anos. Ele afirmou que, pelo salário que recebe hoje e pela contribuição com a Previdência Social, sua aposentadoria proporcionará melhores condições de vida em relação aos seus pais.

 "Minha mãe é aposentada com o salário-mínimo", Gonçalves, revelando que contribui, com dinheiro, para a sobrevivência da mãe. "Não tem como viver só com o que ela ganha", completou.

Ele contou que outro ponto que vai garantir sua qualidade de vida são as reservas que tem na caderneta de poupança.

Hoje, esta modalidade de investimento é a mais segura do mercado financeiro nacional. Seu rendimento médio é de 6% ao ano e não há custo para o aplicador.

 Especialista diz que importante é guardar

A professora de Santo André Maria Regina Malfatti Pedro, 37 anos, acredita que terá aposentadoria suficiente para viver com qualidade de vida no futuro. Mas ela e o marido não contarão apenas com a Previdência Social. "Meu marido também faz uma previdência privada. É isso que vai complementar nossa renda no futuro", contou.

Maria está correta, na avaliação do especialista em finanças pessoais André Massaro. Ele afirma que o interessante é que o consumidor guarde o dinheiro de alguma forma, seja por poupança ou títulos do governo, por previdência, ou por investimentos mais arriscados com ações e fundos de investimentos.

"O único problema da previdência privada é que as pessoas pagam taxas de administração para guardar o dinheiro. E as instituições nada mais fazem do que aplicar em modalidades que o consumidor pode aplicar sozinho", disse Massaro. No entanto, o especialista destacou que algumas pessoas acabam se dando bem porque a previdência é uma maneira de se policiar. "Se eles não depositam o valor mensal, muitas vezes pagam alguma multa."

Fonte:http://www.dgabc.com.br|29.11.11


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