Publicado por Redação em Previdência Corporate - 28/02/2014

Captação líquida da previdência privada cai 21% em 2013

A forte volatilidade registrada no mercado de previdência privada no ano passado teve reflexos sobre a captação líquida (diferença entre aplicações e resgates) desse mercado, que foi 20,8% menor em 2013 em relação a 2012, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (25) pela FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

A previdência complementar encerrou o ano passado com captação líquida de R$ 33,517 bilhões, ante R$ 42,329 bilhões um ano antes.

Para Osvaldo Nascimento, presidente da FenaPrevi, a perspectiva para este ano é positiva. "Vamos ter uma performance melhor que a de 2013, pois já entendemos as mudanças que aconteceram no cenário brasileiro. Vemos um crescimento entre 10% e 15% na captação líquida".

Segundo ele, a volatilidade registrada nos fundos nos quais aplicam os planos de previdência assustou muitos investidores em 2013. "As pessoas ainda não estão familiarizadas com a volatilidade. Elas sabem que a remuneração é boa no longo prazo, mas não sabem que isso significa ter volatilidade no curto prazo."

Em 2013, os fundos de investimento nos quais os planos de previdência aplicam começaram a apresentar uma instabilidade forte após o Banco Central começar a elevar a taxa básica de juros (Selic), em abril.

Boa parte desses fundos investe em títulos públicos, principalmente prefixados. Com a alta da Selic, o preço de revenda do título emitido quando o juro estava menor cai, pois o valor do papel é atualizado diariamente pela diferença entre a taxa de juro registrada no dia e a de emissão do título, no que é conhecido como marcação a mercado.

Isso causou temor entre os detentores de planos de previdência privada, que, com receio das perdas, resgataram o dinheiro aplicado. Em junho, por causa desse movimento, os fundos nos quais os planos de previdência privada investem tiveram mais resgate do que saque pela primeira vez desde julho de 2008.

"O grande desafio de 2014 está na educação financeira. O investidor precisa entender que aquele valor do plano no presente só se materializa se ele fizer o resgate. Porque aí ele vai estar assumindo o prejuízo", diz.

Para Nascimento, há uma oportunidade para quem quer investir pensando no longo prazo. "Se o Brasil mantiver a inflação sob controle e o governo realizar os ajustes em suas contas, ou seja, se fizer a lição de casa, a tendência é a curva de juros cair".


INVESTIMENTOS

A carteira de investimentos do mercado de previdência privada somou R$ 374,2 bilhões em 2013, alta de 10,5% na comparação com os R$ 338,6 bilhões de 2012.

De acordo com a FenaPrevi, a carteira de VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) encerrou o ano passado com avanço de 15,77%, até R$ 209,4 bilhões, enquanto a de PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) fechou 2013 com crescimento de 7,38%, para R$ 80,7 bilhões.

Os planos VGBL mantiveram a liderança nas provisões, com 66,38% do total, seguidos pelos PGBL, com 22,07%. Os planos tradicionais ficaram com 11,40% do total de provisões.


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