Publicado por Redação em Notícias Gerais - 11/09/2013

Emprego na indústria tem retração generalizada em julho, mostra IBGE

Em mais um sinal de que uma retomada mais firme da indústria ficou para trás e concentrada no segundo trimestre o emprego na indústria caiu 0,2% de junho para julho, na taxa livre de influências sazonais (típicas de cada período). Trata-se do terceiro resultado negativo nessa base de comparação, acumulando nesse período uma perda de 0,7%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (11).

A retração foi generalizada, e atingiu 12 dos 14 locais e 12 dos 18 setores investigados pelo IBGE.

Em termos regionais, o principal impacto negativo ocorreu na região Nordeste (-4,3%), Bahia (-7,4%), Rio Grande do Sul (-2,1%) e Pernambuco (-5,3%). Santa Catarina, com avanço de 1,3% em julho de 2013, apontou a contribuição positiva mais relevante sobre o emprego industrial do país.

Por setor, calçados e couro (-5,5%), produtos de metal (-3,5%), máquinas e equipamentos (-2,5%), outros produtos da indústria de transformação (-3,6%), produtos têxteis (-3,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-2,5%) tiveram as maiores baixas. Já os principais impactos positivos ocorreram em alimentos e bebidas (1,8%), borracha e plástico (3,4%) e meios de transporte (1,5%).

PIORA

Para Fernando Abritta, técnico do IBGE, a piora do emprego na indústria segue o menor ritmo da produção, afetada pelo menor consumo das famílias num cenário de inflação elevada. Outro entrave à expansão das contratações, diz, é a mais baixa confiança de empresários, além dos estoques altos.

O quadro piora diante da ausência de perspectivas de melhora nos próximos meses, segundo analistas. Em julho, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, teve recuo 0,3% ante junho, na terceira taxa negativa consecutiva, acumulando nesse período perda de 1,5%.

Tal queda foi a mais intensa desde maio de 2012 (-0,9%). Para Abritta, o fato de as horas pagas estarem em retração mais forte do que o emprego pode apontar para demissões.Segundo ele, os empregadores cortam primeiro a jornada e as horas extras antes de dispensar os trabalhadores por conta dos altos custos trabalhistas.

Em relação a julho de 2012, o número de horas pagas caiu 0,8%, o segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação e o maior desde março último (-1,4%). As taxas foram negativas em 11 dos 14 locais e em 11 dos 18 ramos pesquisados. Já a renda, que era o único indicador que vinha melhor no mercado de trabalho da indústria, mostra desaceleração.

De junho para julho, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores caiu 0,4%. Na comparação com julho de o rendimento cresceu 3,4% em julho de 2013, 43ª taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, com resultados positivos em 12 dos 14 locais investigados.

DESONERAÇÃO NÃO ELEVA EMPREGO

Para o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), os dados do IBGE mostram que mesmo os setores "que foram alvos de estímulos tributários do governo" como a desoneração da folha de pagamento (têxtil, calçados e outros) e a redução do IPI (veículos) o emprego recuou. "Aliás, em muitos deles, o número de ocupados vem apresentando forte retração neste ano."

Segundo o instituto, "a evolução negativa do emprego industrial deixa clara a instabilidade vivida" pelo setor no país. "As expectativas do empresariado industrial brasileiro com relação aos seus negócios não são as melhores, o que se reflete na não contratação ou nos desligamentos de trabalhadores em diferentes segmentos industriais."

O Iedi afirma ainda que "os sinais à frente não são alentadores". Cita que o número de horas pagas na indústria continua em declínio, resultado do menor número de ocupados e do provável corte de horas extras. "Isso indica que não está no horizonte próximo do empresário industrial abrir novos postos de trabalho."

Fonte: Folha SP


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