Publicado por Redação em Vida em Grupo - 03/07/2012

Envelhecimento da população pressiona mercado de seguros

Os brasileiros vivem hoje três anos a mais do que há dez anos - 73,5 anos em média. O país tem 14 milhões de pessoas com mais de 65 anos e estima-se que, daqui a oito anos, serão 30 milhões. Esse envelhecimento da população é uma das tendências que terão grande impacto no mercado de seguros até 2020, segundo estudo da KPMG.

"O envelhecimento é o maior desafio para o mercado segurador, principalmente para vida, previdência e saúde. Mais gente vai se aposentar e terá mais necessidade de cobertura de saúde e previdência privada. O governo terá cada vez menos capacidade para arcar com esses benefícios e vai passar a responsabilidade para o setor privado", afirma o sócio da área de seguros da KPMG no Brasil, Carlos Munhoz.

Segundo levantamento da KPMG, de 2000 até 2050, a proporção dos inativos em relação à força de trabalho vai aumentar quatro vezes. "Esse quadro traz grandes riscos ao mercado segurador. O órgão regulador - a Agência Nacional de Saúde (ANS) - poderá tentar controlar os preços e exigir ampliação das coberturas, o que vai reduzir as margens de lucro do setor", alerta Munhoz.

Mudanças. E tem muita seguradora se preparando para esse futuro próximo. Já existe, por exemplo, um seguro específico para esse público, que cobre fraturas de ossos e queimaduras. É o Proteção Melhor Idade, da Zurich. "Ele cobre as despesas com tratamento em casos de queimaduras e fraturas, os tipos de acidentes mais frequentes entre os idosos, e também cobre acidentes domésticos e em transporte coletivo", explica a gerente de produtos de seguros e previdência da corretora Mercantil do Brasil, Maria Cristina Ferreira, que comercializa o produto.

Ela afirma que outra modalidade adaptada para os idosos foi o seguro residencial (Melhor Idade). "O número de idosos que moram sozinhos é cada vez maior, e esse produto, além da cobertura de danos elétricos, incêndio e roubos, oferece serviços gratuitos, como chaveiro, eletricista e assistência hidráulica", explica.

O produto atendeu a Heloísa Avelar, 60. "Eu esqueci uma panela no fogão, e minha cozinha pegou fogo. Recebi R$ 3.600 do seguro para recuperar minhas perdas", conta.

O gerente comercial de vida e previdência individuais da Zurich, Marcelo Fares, explica que, com o aumento da expectativa de vida, a Zurich resolveu moldar produtos para os idosos. "Também temos um seguro que cobre as custas processuais do inventário em caso de falecimento", diz.

A Porto Seguro oferece um produto para os idosos. Já na contratação, o cliente mais velho tem 20% de desconto no valor da franquia. "Desenvolvemos esse seguro para atender, de forma completa, às necessidades dos condutores com 60 anos ou mais, tanto em termos de assistência automotiva quanto em serviços e benefícios para facilitar o dia a dia", explica o diretor de auto da Porto Seguro, Marcelo Sebastião.

O cliente conta com serviços de assistência ao condutor e a terceiros, na impossibilidade de locomoção do veículo, ou seja, um motorista para levar a um compromisso.

A tecnologia também está em destaque como um dos fatores que mais vão exigir mudanças no mercado de seguros. "A mudança virá tanto na evolução na área médica, que aumentará ainda mais a expectativa de vida, como na tendência do uso das mídias sociais", afirma o sócio da KPMG no Brasil, Carlos Munhoz. Ele explica que haverá influência até nos preços. "A área de seguro de saúde poderá implantar ferramentas para acompanhar os segurados: quanto mais hábitos saudáveis, menor o custo", diz.

"Em termos de mídias sociais, é fundamental que a seguradora ligue seu serviço de atendimento ao cliente às redes para agilizar contato e respostas", afirma o diretor regional da Marítima Seguros em Minas Gerais, Marcelo Araújo Braz.

A Marítima criou o blog Bom te Ver Bem, com dicas úteis no dia a dia nas áreas de finanças, família e bem estar. "Vamos investir R$ 400 milhões, nos próximos dez anos, em um programa de plataforma de negócio que torne o atendimento mais eficiente, como, por exemplo, cruzar dados de clientes com potencial para outros produtos da Marítima", destaca.

Na opinião do gerente de vida e previdência individuais da Zurich, Marcelo Fares, o maior desafio que a tecnologia trará diz respeito à regulação. "Hoje, a Superintendência de Seguros Privados (Supep) não reconhece assinatura eletrônica, o que inviabiliza a venda de seguros via internet", avalia Fares. (QA)

Além do envelhecimento da população, da tecnologia e do meio ambiente, outra megatendência apontada pelo estudo global da KPMG para o mercado de seguros são os valores sociais e éticos. Segundo o sócio da KPMG no Brasil, Carlos Munhoz, a necessidade de adaptar os produtos virá com o aumento dos níveis de exigência dos consumidores. "As mídias sociais serão cada vez mais usadas como ferramentas para pressionar empresas e governo", afirma.

Mais exigente, o público vai fazer questão de produtos cada vez mais personalizados. Nesse sentido, as seguradoras já têm atuação forte. É o caso dos produtos personalizados para o público feminino. "Nosso seguro de vida para mulheres oferece acesso a serviços extras e gratuitos, como baby-sitter e até motorista para levar o filho à escola caso ela tenha algum problema", exemplifica o diretor regional da Marítima Seguros em Minas Gerais, Marcelo Araújo Braz.

Segundo ele, a tendência do mercado segurador é identificar as necessidades específicas de cada público para alcançar um maior entendimento do consumo. "Identificar variáveis por idade, sexo e condição de renda fazem as empresas terem um foco mais assertivo", afirma o diretor da Marítima.

Fonte: cqcs


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