Publicado por Redação em Notícias Gerais - 11/10/2016

FMI: piora fiscal do Brasil reduz capacidade do governo de ajudar empresas

A deterioração de indicadores fiscais no Brasil nos últimos anos reduz a capacidade do governo de ajudar as empresas que possam enfrentar dificuldades, pois se endividaram muito desde meados dos anos 2000, incluindo em moeda estrangeira, e agora podem ter que passar por um processo de redução dos passivos, afirma um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta quarta-feira.

O aumento da dívida privada brasileira se deu em um ritmo duas vezes mais rápido que em outros emergentes. Além disso, cerca de 70% desses passivos estão nas mãos do setor não financeiro, que usou os recursos para criar reservas de caixa, ao invés de investir. “Isto é uma fonte de vulnerabilidade”, afirma o FMI, destacando que o aumento dos passivos no setor privado em países como Brasil e China é fonte de preocupação.

O Fundo calcula que US$ 51 bilhões das dividas corporativas brasileiras estão em companhias nas quais a geração de lucro é insuficiente para bancar o pagamento dos serviços das dívidas, ressalta o FMI. Em um cenário de estresse, esse total poderia subir para US$ 88 bilhões, mas o governo teria espaço limitado para agir, por causa da deterioração fiscal.

A recessão ajudou a piorar a situação das empresas brasileiras, que viram suas dívidas crescendo, enquanto o mercado de crédito teve forte desaceleração. Nesse cenário, o FMI questiona se as contas públicas do Brasil permitiriam ao governo lidar com as consequências macroeconômicas de uma redução da alavancagem das empresas, que passariam a investir menos, afetando a economia. Há ainda o risco de aumento dos calotes.

A conclusão é que o espaço para ação fiscal é limitado por uma série de fatores. A dívida bruta do governo está em trajetória de alta e o aumento do endividamento das estatais, sobretudo a Petrobras e a Eletrobras, coloca pressão adicional nas contas públicas.

Outro fator é que o forte aumento do crédito pelos bancos públicos nos últimos anos reduz a capacidade dessas instituições de fazer face a uma redução adicional do crédito pelos bancos privados. Ou seja, bancos como Caixa e Banco do Brasil teriam espaço limitado para compensar a queda do crédito das casas financeiras privadas. Cálculos do FMI indicam que os bancos públicos aumentaram a carteira de empréstimos em ritmo quatro vezes maior que os privados desde 2007.

“As vulnerabilidades atuais no setor público do Brasil limitam a capacidade do governo de suavizar os impactos de uma desalavancagem do setor privado”, conclui o FMI. Por isso, a recomendação do Fundo é de avanços concretos no ajuste fiscal, que melhorem as contas públicas e abram espaço para o uso da política fiscal no futuro. O relatório destaca como positiva a medida que estabelece um teto para o aumento do gasto público e a proposta de reforma da Previdência.

Fonte: Istoé


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Os melhores fundos para você investir

Inflação, novo patamar de juros, mercado de ações em baixa. Diante desse cenário, os fundos de previdência podem ser uma ótima opção para colocar o seu dinheiro

Notícias Gerais, por Redação

Mercado prevê Selic em 7,25% até o final do ano

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) na última semana preveem que a taxa básica de juros da economia brasileira deve continuar baixando ao longo deste ano.

Notícias Gerais, por Redação

BC: economia acelera no 2º semestre; inflação converge à meta

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que o crescimento da economia brasileira vai acelerar no segundo semestre, com a inflação seguindo na trajetória de convergência para a meta, de 4,5% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Notícias Gerais, por Redação

Pane em subestação de Furnas deixa parte de Brasília sem luz

Uma pane nas linhas de transmissão da Subestação Brasília Sul que alimentam a Subestação Brasília Geral, ambas do Sistema Furnas, provocou a interrupção do fornecimento de energia em parte da capital federal na manhã desta segunda-feira.

Notícias Gerais, por Redação

Em sessão instável, Bovespa fecha com perdas de 0,25%

A retração da Bolsa brasileira foi moderada pelo bom desempenho dos papéis da Vale e da Petrobras (os ativos mais negociados no pregão), principalmente da mineradora, que viu suas ações preferenciais subirem 0,92% e as ordinárias, 0,88%.

Deixe seu Comentário:

=