Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 29/03/2012

Medicamentos naturais ou medicina convencional?

Você é adepto da medicina alternativa? Sente mais segurança com medicamentos naturais e acha que eles, por serem naturais, são isentos de efeitos colaterais? Acredita em seus reais benefícios? Pois bem, vamos analisar a questão, sabendo que ela é complexa e polêmica.

Em primeiro lugar, vamos ouvir os dois lados. A maioria dos cientistas critica a medicina alternativa por estabelecer tratamentos sem comprovação científica. Dizem que tais substâncias não são estudadas e nem fazem parte da grade curricular dos alunos das faculdades de medicina. Por outro lado, os defensores das práticas alternativas se baseiam em suas experiências profissionais como prova da efetividade de seus métodos terapêuticos. Acusam a indústria de medicamentos de ser deletéria, criar doenças para seus medicamentos e só pensar em seus lucros astronômicos.

Quando analisamos os dois lados, nós descobrimos que há uma interface comum entre os tratamentos propostos pela medicina alternativa e a convencional. Alguns medicamentos naturais passam pelo crivo dos estudos científicos e se mostram comprovadamente seguros e eficazes. A partir daí, passam a fazer parte da prescrição médica convencional.  Um exemplo disso é a ginkgo biloba, um fitoterápico que demonstrou ser cientificamente eficaz no tratamento das labirintites, passando a fazer parte do arsenal terapêutico dos otorrinolaringologistas e neurologistas para combater essas doenças.

Do ponto de vista dos pacientes, muitos deles se negam a tomar remédios e não hesitam em aderir ao uso das ervas medicinais ou suplementos naturais. Partem do princípio de que medicamentos naturais são inócuos. “Se não fizerem bem, mal não fazem”.  Essa compreensão é errada simplesmente pelo fato de que qualquer componente químico tem a capacidade de interferir em nosso sistema biológico, seja ele natural ou não. Exemplos não faltam para demonstrar isso. O sene, por exemplo, pode ser encontrado em folhas para chás e em medicamentos industrializados, é o um dos mais potentes e agressivos laxantes que conhecemos. A digitales, uma substância derivada de uma planta, é o princípio ativo de uma das mais importantes drogas usadas pela cardiologia no tratamento da insuficiência cardíaca, a digoxina. Um detalhe importante é a estreita margem de segurança desse medicamento, pois pequenas variações na dosagem podem causar quadros graves de intoxicação, com agravamento da doença cardíaca.

Uma das grandes falhas dos medicamentos naturais e das práticas alternativas à medicina é justamente a falta de estudos que comprovem sua eficácia. Podem até não fazer mal, podem até ter efeitos importantes para a saúde das pessoas, mas precisam comprovar isso através de estudos científicos controlados. Caso contrário, serão sempre confundidos com placebos, ou seja, aqueles compostos desprovidos de medicamento real e que já foram demonstrado gerar resposta positiva em 30% dos casos, por puro sugestionamento das pessoas,  certamente aquelas que melhorariam sem nenhum tipo de tratamento.

 Outro erro freqüente em relação aos medicamentos naturais é que esses produtos passam a ser oferecidos e postulados para o tratamento de várias outras doenças, ampliando ainda mais as ressalvas aos seus reais efeitos. Perdem muito se sua credibilidade a partir de indicações absurdas. A própria ginkgo biloba passou a ser usada para distúrbios da memória sem nenhuma comprovação e o sene e outros laxantes são erroneamente usados como emagrecedores. Podem até levar à perda de peso por desidratação, mas não reduzem a gordura corporal. Infelizmente, em relação à obesidade, não existe nenhum medicamento natural com ação comprovada. Apesar disso, as farmácias de medicamentos industrializados e manipulados estão repletas de emagrecedores naturais.

A nosso ver, tratamentos tradicionais não são essencialmente superiores aos alternativos, eles apenas oferecem maior embasamento científico. Isso não significa que eles sejam inteiramente eficazes ou seguros, só que eles estão mais propensos a ser. Um medicamento convencional,  para ser aprovado pelas agências reguladoras, passa por um logo período de cerca de 10 anos de  pesquisas, investimentos e muita comprovação. Mesmo assim, muitos deles, após vários anos de estudos, não são aprovados e outros, mesmo após a aprovação, podem ser retirados do mercado a qualquer momento. Os medicamentos naturais deveriam ser submetidos ao mesmo rigor, talvez assim eles tivessem mais credibilidade dentro do meio acadêmico.

Fonte: Uol


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