Publicado por Redação em Notícias Gerais - 20/10/2011

Morte de Gaddafi mostra que região não tolera mais ditadores, diz Obama

Em discurso na Casa Branca na tarde desta quinta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a morte de Muammar Gaddafi mostra que a região imersa em revoltas desde o início do ano não aceita mais os governos ditatoriais de "mão de ferro" e que um "capítulo doloroso" da história da Líbia se encerrou hoje.

Comentando a ação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que iniciou uma polêmica intervenção militar no país em março, Obama disse que a aliança não ficou imóvel após o ditador ter começado sua campanha "de cidade em cidade, casa a casa" e teve papel decisivo na defesa dos civis.

O presidente afirmou ainda que os "líderes [da região do Norte da África e Oriente Médio] que negarem a dignidade humana" as suas populações "serão derrotados".

Embora tenham reiterado que a meta no país não era a captura do ditador, algo que não estava incluso nas resoluções das Nações Unidas que aprovaram a missão da Otan, as potências ocidentais deixaram transparecer nos últimos meses que persistiriam até que o país estivesse totalmente livre do ex-ditador.
 

Na mesma linha, Obama disse que com a morte de Gaddafi a Líbia está "totalmente livre" e a missão da Otan "atingiu seus objetivos e deve logo chegar ao seu fim".

Vários países, incluindo os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) criticaram a aliança atlântica e as potências por terem extrapolado os limites dos mandatos da ONU durante a ação na Líbia e mostram hesitação quanto a medidas semelhantes em países como a Síria, onde a repressão do ditador Bashar al Assad aos protestos já teria deixado mais de 3.300 mortos, segundo a ONU.
 

"Os líbios têm agora a responsabilidade de construir uma democracia inclusiva e tolerante, respeitando os direitos humanos também daqueles que foram presos", acrescentou.

"Não temos ilusão alguma. A Líbia tem agora uma longa jornada" a cumprir.
 

MORTE DO DITADOR

O premiê líbio, Mahmoud Jibril, confirmou nesta quinta-feira a morte do ex-ditador Muammar Gaddafi, que foi capturado em sua cidade natal, Sirte.

"Nós confirmamos que todos os vilões, e também Gaddafi, deixaram nosso amado país. Acredito que seja o momento de começar uma nova Líbia, com uma Líbia unida, um só povo e um só futuro", afirmou ele em uma coletiva de imprensa em Trípoli.

"Esperávamos por este momento há muito tempo. Gaddafi está morto", acrescentou.

O premiê disse ainda que o anúncio oficial de libertação do país deve ocorrer até esta sexta-feira. Ele também pediu que a vizinha Argélia entregue os membros da família de Gaddafi que fugiram para lá em agosto. Dois dos filhos do ex-ditador, sua filha e sua mulher estariam na Argélia.

Jibril afirmou também ter recebido relatos ainda não confirmados de que um dos filhos de Gaddafi, Saif al Islam, foi encontrado perto de Sirte, e que seu comboio estava sob ataque.

Comandantes das forças rebeldes da Líbia afirmaram nesta quinta-feira que Gaddafi foi capturado e morreu, segundo agências de notícias e emissoras de TV. A emissora de TV árabe Al Arabiya que o corpo do ex-ditador --que os rebeldes dizem ter sido morto durante operação militar em Sirte, sua terra natal-- chegou à cidade de Misrata.

CORPO E SEGURANÇA

Mais cedo, Mohamed Abdel Kafi, membro do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político rebelde, disse à Reuters que o corpo era levado para um lugar secreto por razões de segurança.

Comandantes das forças rebeldes da Líbia afirmaram nesta quinta-feira que Gaddafi, cuja captura foi reportada mais cedo, não resistiu aos ferimentos e morreu, segundo agências de notícias e emissoras de TV.

As forças do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes, anunciaram a captura de Gaddafi nesta quinta-feira.

Citado pela agência France Presse, o porta-voz do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político rebelde, Abdel Hafez Ghoga, confirmou a morte do ex-ditador em Sirte. "Nós anunciamos ao mundo que Gaddafi foi morto pelas mãos da revolução", disse. "É um momento histórico. É o fim da tirania e da ditadura".

O chefe militar do CNT, Abdul Hakim Belhaj, também afirmou à rede qatariana Al Jazeera que Gaddafi havia morrido devido à gravidade de seus ferimentos durante sua captura em Sirte.

À agência de notícias Reuters, Abdel Majid Mlegta, também do CNT, afirmou que Gaddafi foi capturado e ferido nas duas pernas, quando tentava fugir em um comboio atacado por caças da Otan, a aliança militar do Ocidente. "Ele também foi atingido na cabeça", disse. "Houve muitos disparos contra seu grupo e ele morreu".

Fonte: www1.folha.uol.com.br | 20.10.11


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