Publicado por Redação em Notícias Gerais - 22/09/2014

Mudança climática ajuda a restaurar camada de ozônio

O aquecimento global poderá trazer de chuvas e secas extremas à subida do nível do mar, mas ao menos uma coisa positiva ele já produziu: graças à mudança climática, a camada de ozônio (O3) que nos protege dos raios ultravioleta vem se restaurando mais rapidamente.

A OMM (Organização Meteorológica Mundial) publicou neste mês seu sétimo grande relatório científico sobre o problema. O documento aponta que, após ficar em níveis estagnados desde 2000, o ozônio estratosférico (que sofrera uma queda acentuada nos anos 1980 e 1990) está finalmente começando a se recuperar.

Os dados ainda não são conclusivos para toda a camada de ozônio estratosférica mas, em altitudes maiores, acima de 40 km, a recuperação já é fato. Ali, o ozônio se recuperou cerca de 3% na última década.

Metade dessa boa notícia, afirmam cientistas que trabalharam no documento, se deve à assinatura do Protocolo de Montreal, em 1987, o tratado internacional que obrigou a indústria a reduzir emissões de substâncias destruidoras de ozônio, como os CFCs (clorofluorcarbonetos).

 A outra metade, no entanto, pode ser atribuída ao CO2 (gás carbônico), o principal causador do aquecimento global. Ao reter calor na troposfera (a camada inferior da atmosfera), a estratosfera, camada superior, se resfria. E, no frio, as reações químicas que quebram a molécula de ozônio ocorrem a uma taxa mais lenta.

Apesar de parte da melhora na camada de ozônio ser atribuída a um fenômeno que, por outras razões, é indesejado, o relatório da OMM tem um tom animador.

"Eu diria que é uma boa notícia, sim, mas num contexto com certa complexidade", disse à Folha Paul Newman, geocientista da Nasa e um dos autores principais do documento. Só o fato de a produção de CFCs ter sido reduzida, não ampliada, já se traduz em números de vidas salvas –2 milhões de pessoas deixaram de desenvolver câncer de pele, afirma a OMM.

A complexidade em avaliar a recuperação da camada de ozônio se deve ao fato de que sua oscilação natural é muito grande, o que torna a margem de erro das projeções muito alta. Além disso, a interação do problema do ozônio com o aquecimento global não se dá somente pelo resfriamento da estratosfera.

"Os CFCs não apenas danificam a camada de ozônio, mas também são gases de efeito estufa poderosos", explica Newman. "Ao regulamentar os CFCs, então, estávamos fazendo duas coisas: resolvendo o problema do ozônio e desacelerando o aquecimento global."

Uma estimativa do climatologista britânico Myles Allen publicada no ano passado aponta que a temperatura na superfície do planeta estaria 0,1°C mais quente hoje, em média, sem o Protocolo de Montreal.

O novo relatório da OMM, porém, alerta que esse benefício pode não durar muito. Os HFCs (hidrofluorcarnonetos), os compostos que a indústria começou a usar mais recentemente para substituir os CFCs, também são potentes gases-estufa, apesar de não destruírem ozônio.

"A camada de ozônio e a mudança climática estão intricadamente conectadas, e o aquecimento global ficará cada vez mais importante para o futuro da camada de ozônio", afirma o relatório.

Fonte: www.uol.com.br


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