Publicado por Redação em Previdência Corporate - 23/08/2012

Previdência privada chegará a R$ 1 trilhão em até cinco anos

A projeção da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) está em manutenção do ritmo de crescimento, com expansão de 25% ao final de 2012, com R$ 330 bilhões.

Contudo, o cenário de queda das taxas de juros, aumento da renda e baixos índices de desemprego deve estimular ainda mais o segmento. "Não descarto dizer que em cinco anos ultrapassará a marca de R$ 1 trilhão", declarou Osvaldo Nascimento, vice-presidente da Fenaprevi e diretor de Investimento e Previdência do Itaú Unibanco.

O executivo lembra que em 1993 o mercado de previdência privada possuía R$ 3 bilhões na carteira de investimentos. "A cada três anos, o segmento dobra." Em 2009 a o total de recursos financeiros somava R$ 183,040 bilhões, passando para R$ 223,261 bilhões no ano seguinte e para R$ 269,115 bilhões em 2011.

Somente no primeiro semestre de 2012, a arrecadação apresentou crescimento de 32%, de R$ 24,9 bilhões até junho de 2011 para os atuais R$ 33 bilhões.

O ramo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) - direcionado ao investidor que não declara imposto de renda pelo modelo completo - foi o grande destaque no período, ao arrecadar R$ 28 bilhões, alta de 38,24% de janeiro a junho deste ano.

Já no plano PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) - ao investidor com declaração de imposto de renda completo, e dedução de até 12% da renda bruta individual - o crescimento obtido foi de 8,50%, total de R$ 3,2 bilhões de arrecadação.

Segundo o vice-presidente da Fenaprevi, a justificativa da expansão está no aumento da renda e nos baixos índices de desemprego. "O desemprego vem caindo e vemos quase um cenário de pleno emprego. Ainda há mais pessoas com renda maior e o cenário de juros mais baixo (Selic), o que gera a programação no longo prazo."

Questionado sobre o impacto da redução da taxa básica de juros (Selic) - atualmente em 8% ao ano -, Nascimento diz que é positivo, já que o investidor terá que alongar o prazo da aplicação para obter rentabilidade, podendo sair da tradicional poupança com a necessidade da diversificação. "Quando os juros caem, o cidadão que aplica R$ 10 mil ao ano tem um retorno de R$ 20 por mês. A nova realidade vai tornar a previdência uma formação de poupança eficiente, porque para formar um patrimônio maior tem que saber como aplicar."

Ao optar por um plano de previdência privada aberta, individual ou empresarial, a pessoa escolhe o tipo de investimento a ser realizado com os recursos financeiros disponíveis. Diante da tendência de queda da Selic, Nascimento revela que já se verifica uma diversificação. "Um gestor é contratado e hoje procura diversificar os produtos, há NTN-Bs [Notas do Tesouro Nacional série B], CDBs [Certificado de Depósito Bancário] e Letras Financeiras. A alocação ocorre em prazos mais longos."

No que se refere ao mercado de ações, o vice-presidente diz que ainda é pouco desenvolvido por ser volátil. "O mercado de capitais no Brasil é muito dependente da Vale e da Petrobras e gradualmente terá que se desenvolver. O percentual seria maior se não fosse a volatilidade."

Lucio Flávio, diretor da Bradesco Vida e Previdência e organizador do VI Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada, que ocorre até hoje em São Paulo, concorda com a possibilidade de mais arrecadações em previdência. "Começa a sobrar dinheiro para uma parte da população, e a previdência tem sido ofertada para quem tem recursos disponíveis no longo prazo."

A mudança também será vista na cobrança de tarifas dos clientes, como a taxa de carregamento - percentual sobre as contribuições pagas para atender as despesas administrativas do plano - e a taxa de administração. "Em 1991, a taxa de carregamento era de 30%, mas hoje a média esta em 1%. Já a taxa de administração varia de 0,7% a 3%. Tem que simplificar para ser menos oneroso, mas há a questão tributária no Brasil e as taxas de fiscalização da Susep [Superintendência de Seguros Privados] e de fundos da CVM [Comissão de Valores Mobiliários]. Mas o Brasil caminha para ser mais competitivo em taxas", opina o vice-presidente Osvaldo Nascimento.

Concentração

No primeiro semestre, o Bradesco Vida e Previdência liderou o ranking das seguradoras, com 30% de participação de mercado (market share, em inglês). Em seguida aparece a BrasilPrev, do grupo Banco do Brasil, com 27,48%, e o Itaú Vida e Previdência, com 24,17% do mercado.

Em quarto lugar no market share, com 5,13%, está a ZurichSantander Brasil Seguros e Previdência, seguida pela Caixa Vida e Previdência, com 4,87%.

Fonte: cqcs


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