Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 24/05/2012

Saúde investe R$ 40 milhões para humanizar atendimento em hospitais

Secretaria lança Política Estadual de Humanização; proposta é utilizar experiência de sucesso adotada no Icesp e Dante Pazzanese

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo irá investir R$ 40 milhões nos próximos quatro anos para humanizar o atendimento em seus hospitais e AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades). Segundo informou a Secretaria, a proposta é utilizar experiências de sucesso em atendimento humanizado adotadas no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e em outras unidades como o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Hospital Geral de Itapecerica da Serra e Hospital Estadual de Américo Brasiliense, entre outros serviços, e expandir projetos de humanização para toda a rede estadual, beneficiando pacientes, acompanhantes e os funcionários das unidades.

Os investimentos fazem parte da nova Política Estadual de Humanização, lançada nesta quinta-feira (24), que tem como objetivo facilitar uma mudança na cultura e no modelo de gestão das organizações de saúde ligadas ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Para colocar a política em prática, a Secretaria pretende ativar Centros Integrados de Humanização nos hospitais, AMEs, Departamentos Regionais de Saúde, colegiados de gestão regional e também nos municípios.

Um dos focos prioritários será o desenvolvimento de programas de acolhimento dos pacientes e acompanhantes, com orientação e apoio na primeira consulta, no momento de internação e da alta e, em caso de óbito, até mesmo no processo de luto, enfocando aspectos emocionais, éticos, sociais e legais.

Haverá também investimento em ambiência, com objetivo de oferecer espaços que garantam acolhimento com conforto, privacidade, fácil orientação e fluxos de pacientes entre as diferentes áreas e serviços dos hospitais.

Além disso deverão ser implantados programas terapêuticos e culturais para a saúde e defesa de direitos e deveres dos usuários da rede estadual de saúde, a exemplo de grupos de orientação e prevenção em saúde nas salas de espera dos ambulatórios, apresentação de filmes em circuito interno de TV, exposições artísticas e musicais nos serviços de saúde, brinquedoteca, empréstimo de livros para pacientes e acompanhantes nas unidades de internação e apoio espiritual, entre outras ações.

Também serão implantados projetos específicos voltados à valorização dos profissionais que trabalham nas unidades de saúde, além de pesquisas de satisfação dos usuários e pesquisas de clima organizacional.

A projeção é de que em 2012 sejam beneficiados 57 serviços de saúde. A proposta é que até 2015 a rede estadual de saúde esteja executando plenamente projetos de humanização integrados e sustentáveis.

“Essa política é fundamental para aprimorar a integração entre equipes de saúde e os usuários. A humanização melhora o atendimento aos pacientes e deixa as equipes mais motivadas e capacitadas. É tratar a doença mas também cuidar do doente”, afirma o secretário de Saúde do Estado, Giovanni Guido Cerri.

Articuladores

Já está em andamento processo seletivo para contratação de 21 articuladores de humanização, que terão atuação regional de integração das equipes direta ou indiretamente ligadas ao processo de implementação da Política Estadual de Humanização. Também serão realizadas oficinas de mobilização para implantação das ações de humanização nos hospitais e demais serviços públicos de saúde.

Outro ponto da política é o apoio técnico e a formação em humanização. Para isso, serão contratados ativadores/tutores para cada macrorregião do Estado. Eles terão a tarefa de auxiliar na formação, disseminação e intervenção na rede de saúde.

“A humanização é um princípio ético e político orientador da atenção e da gestão em saúde. Baseada em diálogo, participação responsável e respeito ao outro, visa atitudes que regulem as relações entre os profissionais de saúde e os pacientes, entre os próprios trabalhadores da saúde e entre instituição, a rede de saúde e a comunidade”, afirma a psicóloga Eliana Ribas, responsável pelo Núcleo Técnico de Humanização da Secretaria.

De acordo com a Secretaria, as principais linhas de ação da Política Estadual de Humanização foram definidas considerando as diretrizes da Política Nacional de Humanização, as necessidades da população do Estado de São Paulo, o perfil do sistema de saúde local, as principais diretrizes de gestão do governo e a experiência de implantação de ações e programas de humanização nos municípios.

Icesp e Dante Pazzanese

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade da rede pública estadual e maior centro especializado em oncologia da América Latina, desenvolve atualmente 53 projetos de humanização, em suas diversas áreas e serviços.

Somente em 2011, mais de 52 mil pessoas participaram de atividades de humanização no Icesp. E 99% delas avaliaram como bom ou muito bom o projeto de que participaram.

Os pacientes do hospital respondem por 79% dos participantes dos projetos de humanização desenvolvidos na unidade, enquanto acompanhantes e funcionários representam 20% do total.

Uma das ações desenvolvidas é o “Grupo Acolhida”, cujo objetivo é prestar acolhimento e orientação sobre os serviços disponíveis assim que o paciente dá entrada na unidade. Já o “Alô Enfermeiro” é um serviço telefônico para esclarecer dúvidas dos pacientes quando eles estão em casa. O objetivo é proporcionar comodidade e segurança, sem que o paciente precise esperar a próxima consulta para esclarecer alguma dúvida pontual sobre o tratamento. Cerca de 2,4 mil telefonemas são recebidos por mês pelo serviço.

O Icesp ainda mantém um serviço de estética para pacientes oncológicos. Há, também, a Cozinha Experimental, uma programação de aulas de culinária, que podem ajudar os pacientes a comer melhor, além de oficinas de artesanato, comemoração do aniversário de pacientes internados (com direito a bolo, bexigas e a presença de familiares e amigos) e a Contação de Histórias, para pacientes internados ou que aguardam por exames e consultas nas salas de espera.

No Dante Pazzanese, referência nacional em cardiologia, o grupo de humanização atua desde 2003. Há programas como horários ampliados de visita, acolhimento de pacientes por meio de consulta de enfermagem e classificação de risco, manuais de orientação para pacientes submetidos a cateterismo e aulas explicativas sobre as patologias cardiovasculares e sobre cuidados necessários para a recuperação do paciente.

O Dante também trabalha com orientações pré-operatórias, orientações na alta hospitalar com folhetos de orientação quanto aos cuidados a serem seguidos (buscando adesão do paciente ao tratamento com remédios), assistência espiritual e o programa Conte Comigo, entre outras ações.


*Com informações da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo


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