Publicado por Redação em Notícias Gerais - 17/10/2014

Diretor da OMC 'joga a toalha' em principal aposta comercial brasileira

Está ruindo a principal, quase única, aposta comercial do Brasil, a Rodada Doha de Desenvolvimento, lançada em 2001 para terminar em cinco anos, mas que continua paralisada até agora.

O brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), que gere a rodada, praticamente jogou a toalha ontem, ao dizer que a instituição não pode continuar trabalhando como até agora, sob pena de paralisia.

A regra de ouro na OMC é consenso. Ou todos estão de acordo ou não há acordo.

Azevêdo foi absolutamente claro: não estava se referindo a um potencial risco de paralisia no futuro, mas de uma situação já instalada.

O desabafo do DG, como é tratado o diretor-geral, deve-se à impossibilidade de levantar o veto da Índia ao pacote aprovado em Bali, no fim do ano passado, cujo objetivo era apenas o de reduzir a burocracia no comércio.

 A Índia só aceitaria o pacote se pudesse manter indefinidamente subsídios a seus produtores agrícolas, clara violação às regras da OMC.

Se a instituição não consegue implementar um acordo já acertado e que só mexe com burocracia, não com as políticas comerciais de seus membros, fica impraticável avançar nos temas da Rodada Doha, que, estes, sim, interferem com políticas internas (subsídios agrícolas de europeus e americanos a seus produtores, por exemplo).

"O que está em jogo não é apenas a nossa capacidade de chegar a acordos mas também a de implementar o que foi acordado. Que ninguém se engane: esse impasse terá consequências para a OMC e o sistema multilateral de comércio", desabafou o embaixador da União Europeia na OMC, Angelos Pangratis.

Para o Brasil, já é fácil antecipar uma consequência: se a OMC não superar sua paralisia, o país terá que rever toda a sua política de acordos comerciais. Até agora, ela está centrada na hipótese -remotíssima agora- de obter avanços (em agricultura, por exemplo) na OMC.

Fonte: www.uol.com.br

O previsível, agora que até Azevêdo, inveterado otimista, joga a toalha, é que os membros da OMC dediquem-se a acordos regionais, como o que está sendo negociado entre União Europeia e EUA.

Ou então aos chamados acordos plurilaterais, no âmbito da própria OMC, que não implicam a aceitação de todos os integrantes, mas apenas dos que se sentirem confortáveis com seus termos.

Em ambos os casos, a tendência é que as regras de jogo sigam os parâmetros dos países desenvolvidos, que nem sempre o Brasil e outros emergentes estão em condições de aceitar.


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Nova tributação favorece quem ganha até R$ 6 mil na PLR, diz jornal

A nova forma de tributação do Imposto de Renda (IR) sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) irá beneficiar os contribuintes que receberem até R$ 6 mil de bonificação, informou o jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira.

Notícias Gerais, por Redação

Metlife participa do CONARH 2012: Tema é qualificação

A MetLife, líder global em seguro de vida, participa do Conarh 2012, 38º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, que acontece de 13 a 16 de agosto no expo Center Norte em São Paulo.

Notícias Gerais, por Redação

Meta europeia para déficit das contas públicas já é cumprida no Brasil

Em 2010, déficit nominal das contas públicas somou 2,56% do PIB. Meta europeia é que déficit fique abaixo de 3% do PIB, conforme Maastrich.

Notícias Gerais, por Redação

Economia informal fatura 17,2% do PIB, apontam entidades

Composta pela informalidade e pelas as atividades ilegais, a "economia subterrânea" correspondeu a R$ 653,4 bilhões neste ano e abocanhou uma fatia de 17,2% do PIB (Produto Interno Bruto).

Notícias Gerais, por Redação

G20 não alivia tensões e Bolsas europeias fecham em forte queda

As principais Bolsas europeias fecharam nesta sexta-feira em forte queda, refletindo os temores em relação ao futuro da Grécia e da Itália, em um clima generalizado de incertezas na zona do euro que não foi dissipado pela reunião do G20 em Cannes.

Deixe seu Comentário:

=