Publicado por Redação em Notícias Gerais - 06/03/2013

Investimentos na economia brasileira aumentarão 29% entre 2013 e 2016

Os investimentos projetados para o Brasil no período 2013-2016 serão R$ 3,80 trilhões, com aumento de 29% em comparação aos R$ 2,95 trilhões previstos para o quadriênio anterior (2008-2011). É o que mostra a pesquisa Perspectivas do Investimento, elaborada pela Área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os números indicam uma retomada do investimento na economia, disse nesta terça-feira à Agência Brasil o economista-chefe do BNDES, Fernando  Pimentel Puga.  O aumento do investimento é puxado pela área de logística, dentro do setor de infraestrutura. “É o setor com melhores perspectivas de crescimento”, disse. Porém, sozinho, o setor de logística não puxa o investimento todo da economia. “Mas, em termos de taxa de crescimento e até da importância para a competitividade, ele se destaca”.

O bloco da logística, englobando transportes  rodoviários, ferrovias, portos e aeroportos,  prevê ampliar os investimentos de R$ 80 bilhões para R$ 179 bilhões entre os quadriênios 2008-2011 e 2013-2016. O crescimento atingirá 124%. “Dobrará o investimento nos próximos anos”. Segundo Puga, a expansão está “muito ligada ao esforço do governo de mudar o  marco regulatório, de ampliar as concessões, o que a gente viu lá atrás nos setores de telecomunicações e de energia elétrica”. Para ele, o aumento é fruto do esforço governamental para melhorar a competitividade da economia e a eficiência.

O maior percentual de incremento de investimentos (224,1%) ocorrerá na indústria aeronáutica, que subirá de R$ 3 bilhões para R$ 10 bilhões e inclui o desenvolvimento de um helicóptero com tecnologia nacional, entre outros projetos.

Em função do pré-sal, os investimentos no setor de petróleo e gás no período 2013-2016 estão estimados em R$ 405 bilhões. O incremento em relação ao quadriênio anterior é 46,8%. O cenário considera que a Petrobras, passado o atual momento de ajuste com a nova direção, apontado por Puga como “o momento de arrumar a casa”, vai retomar os investimentos.

O economista-chefe do BNDES avaliou  que a questão política envolvendo os royalties do petróleo  não deverá influenciar  os investimentos no setor. “O investimento em si independe [da questão política] e vai crescer”.

Puga disse que os setores mais voltados para o consumo das famílias também estão com boas perspectivas e são influenciados  pela continuidade do movimento de migração das classes sociais D e E para a classe C e da criação de um mercado de consumo de massa. Um exemplo é o bloco da indústria automotiva, que deverá elevar os investimentos em 49,2%, passando de R$ 42 bilhões para R$ 63 bilhões.

Para o setor de infraestrutura como um todo, a pesquisa do BNDES mapeou aumento de investimentos de 36,2%, subindo de R$ 359 bilhões nos quatro anos compreendidos entre 2008 e 2011 para R$ 489 bilhões no quadriênio seguinte.  O grande motor do setor é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Agricultura e serviços vêm em seguida, com perspectiva de expansão de 31,9% dos investimentos, que deverão passar de R$ 1,149 trilhão para R$ 1,515 trilhão.  A construção residencial projeta investimentos no total de R$ 770 bilhões até 2016, com variação positiva de 29,1%, puxados pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Para a indústria, o aumento atinge 22%, com investimentos em torno de R$ 1,03 trilhão no período 2013-2016.

A energia elétrica (3,6%) terá desempenho modesto,  porque os grandes projetos de geração foram efetuados  entre 2008 e 2011.  

As exceções são os setores sucroenergético, siderúrgico e extrativo mineral, que sinalizam queda nos investimentos de 90,2%, 21,4% e 15,1%, respectivamente, nos próximos quatro anos. No caso da indústria extrativa mineral, o setor experimentou um forte ciclo de investimento quando os preços do minério estavam acelerando anualmente e agora  se acha em desaceleração, disse Puga.

Na indústria siderúrgica, o economista disse que em razão do excesso da oferta mundial de aço, o setor se mostra com baixo nível de utilização da capacidade e, por isso, a perspectiva de investimentos sofre retração. O mapeamento feito pelo BNDES em relação ao setor sucroenergético não encontrou projetos significativos. “Algumas empresas têm nível de endividamento elevado e estão em um momento de contenção  e de redução da alavancagem”, explicou.

Fonte: G1


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Economia brasileira tem contração de 1,4% em maio, aponta BC

 A economia brasileira registrou em maio uma retração pior do que esperado, pressionada pela fraqueza da produção industrial e indicando que a recuperação da atividade de fato ainda não deu sinais consistentes.

Notícias Gerais, por Redação

Prévia da inflação oficial acelera e acumula alta de 5,56% em 12 meses

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou em outubro, ao variar 0,65%, ante 0,48% registrado em setembro. No mesmo período do ano passado, a taxa foi de 0,42%.

Notícias Gerais, por Redação

BC: previsão de crescimento do PIB despenca para 1,6% em 2012

O Banco Central reviu nesta quinta-feira a previsão de crescimento da economia brasileira para 2012, que passou de 2,5% em junho para apenas 1,6% em setembro.

Notícias Gerais, por Redação

Mudança na poupança protege pequeno poupador, diz Dilma

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (7) que a mudança para novos depósitos nas cadernetas de poupanças, anunciada pelo governo na semana passada, vai proteger o pequeno poupador, além de permitir que as taxas de juros continuem caindo.

Notícias Gerais, por Redação

Brasil tem deficit de US$ 6,04 bi na conta corrente de dezembro

O Brasil registrou em dezembro deficit em transações correntes de US$ 6,04 bilhões, informou o Banco Central nesta terça-feira (24).

Deixe seu Comentário:

=