Publicado por Redação em Notícias Gerais - 27/12/2011

Mesmo com 6º PIB, Brasil tem grandes desafios, diz especialista

O Brasil comemora, orgulhoso, a conquista da sexta posição entre as maiores economias do mundo, mas especialistas e o governo admitem que o País só conseguirá alcançar o níveil de vida europeu em 20 anos e que ainda há grandes desafios pela frente, como erradicar a miséria. "Do ponto de vista psicológico, esta é uma vitória de fim de ano fantástica, fora de série", disse Ricardo Teixeira, professor de administração da Fundação Getúlio Vargas, no Rio. "Mas não só o Brasil contribuiu para isto. A conjuntura mundial e principalmente a europeia também influenciaram", acrescentou.

Os principais jornais brasileiros comemoraram na capa de suas edições desta terça-feira a notícia de que a economia brasileira deixou para trás a do Reino Unido, situando-se na sexta posição mundial, atrás de Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França. A informação havia sido dada na véspera pelo Centro de Pesquisas em Economia e Negócios (CEBR, na sigla em inglês), com sede em Londres.

No entanto, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e o nível de vida dos brasileiros estão muito atrás dos de europeus e americanos. O Brasil terminará o ano de 2011 com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,5 trilhões ante US$ 2,8 trilhões da França, em quinto lugar. Mas o PIB per capita brasileiro é de US$ 12.900 contra US$ 44.400 da França e US$ 48.100 dos Estados Unidos, primeira economia mundial, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Uma simulação feita pela agência de classificação de risco brasileira Austin Rating avaliou que em um cenário de crescimento otimista (6,5% de crescimento ao ano), o PIB per capita do Brasil só alcançará o do gigante britânico em 2028.

O gigante sul-americano ainda tem grandes desafios a superar, como erradicar o analfabetismo, atualizar uma infraestrutura insuficiente, melhorar a saúde pública e acabar com a miséria, que segundo especialistas afeta 16 milhões dos 190 milhões de brasileiros. "Este anúncio mostra a grandeza do Brasil e demonstra que o País é hoje uma grande potência econômica. Esta melhora do PIB é um reflexo de todas as medidas implementadas pelo País desde o início do Plano Real", criado em 1994 para estabilizar a economia, afirmou Alex Agostini, economista chefe da Austin Rating.

Parte da melhora do PIB do Brasil "se deve ao seu crescimento, parte é resultado do fortalecimento do real e parte é pela crise na Europa; o continente (europeu) terá uma década de crescimento baixo ou nenhum, como o Japão", disse o economista José Márcio Camargo, citado pelo jornal O Globo. Mas "por outro lado, ainda há muito a fazer; serão necessários 20, 30 anos de ajustes para reduzir as diferenças sociais que existem no Brasil", acrescentou Agostini.

A erradicação da miséria é um dos grandes desafios da presidente Dilma Rousseff, que completa no domingo um ano de governo e que na segunda-feira prometeu que não descansará até alcançar esta meta. "O Brasil tem uma carga tributária muito elevada, de países desenvolvidos, mas oferece à sociedade serviços públicos, como saúde e educação, do nível de um país subdesenvolvido", lamentou Agostini.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na segunda-feira que o Brasil precisará de 10 a 20 anos para alcançar o nível de vida dos europeus. "Isto significa que vamos ter que continuar crescendo mais do que estes países (desenvolvidos), aumentar o emprego e a renda da população. Temos um grande desafio pela frente", admitiu.

No entanto, Mantega mostrou-se otimista. "O FMI prevê que o Brasil será a quinta economia (do mundo) em 2015, mas acho que isto ocorrerá antes", disse o ministro, destacando que o Brasil cresce duas vezes mais rápido que os países europeus. "Por isso, é inexorável que passemos à França e no futuro, quem sabe, a Alemanha, se ela não tiver um desempenho melhor", afirmou.

Fonte:economia.terra.com.br|27.12.11


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